Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2011

Emprego e Desemprego na Juventude Portuguesa (2) - por Júlio Marques Mota

(Conclusão)

B) Os comentários, à margem, porque de outra coisa não sou sinceramente capaz.~

 

Os textos falam por si. Deixemo-los então na expressão da brutalidade do que representam, aqui, na Tunísia, no Egipto e a acreditar em Eichengreen, na China, também. Um dos  alunos fala em Carta Aberta. Com efeito  muito brevemente  penso enviar ao meu ministro de Tutela, Mariano Gago uma carta aberta sobre a política de educação educação deste nosso  país. Faço anos, estou de saída  e é tempo de balanços, de indignações. Não sei ainda que destino adicional lhe  darei para além do envio ao seu destinatário de eleição, virtual talvez, o senhor Ministro. Mas não é isso que aqui interessa. Face aos materiais acima  transcritos, escrevi esta pequena nota que agora o aluno em questão me pede que venha a colocar  na carta aberta ao Ministro conjuntamente com a sua descrição da entrevista na REMAX.

 

Para os visitantes do Estrolábio, os textos dos estudantes de Bolonha, a nota, um excerto talvez da próxima carta aberta, e um pouco também  da angústia de quem várias vezes parou, o seu teclado olhou com a sensação de quem nem sequer as teclas queriam escrever  o que  pensou, como se um rio de tristeza aqui, minutos antes, por elas passou. Mas uma pergunta no ar aqui deixo: quantos terão já desistido de ir para a construção trabalhar para emprego poder procurar. E quantos nem isso serão capazes de fazer, por matriz cultural ou  por  outro tipo qualquer de impossibilidades ?

 

A brutalidade de tudo isto deixa-nos extraordinariamente incomodados e sem nenhuma vontade de  escrever. Vontade de  fazer, mas o quê?  A vontade existe mas não é bem para isto escrever.. Da exploração intensiva de empresas como a PT que funcionando num ambiente clean deixam  às outras o papel sujo da exploração intensiva e em que  nem têm nada a ver com isso, do comportamento da PT interessada apenas na obtenção de milhões e não na forma como estes são obtidos, são sempre obtidos  apenas por magia dos golden-boys que o sistema inventou e altamente sempre remunerou, da PT apenas interessada em descobrir como pode afinal todos estes lucros de milhões ao Estado subtrair da imposição fiscal a dever este exigir, de um Estado que se pavoneia da modernidade instalada e de socialista chamada, mas que é  por quase todos nós bem amaldiçoada, comungando-se ao nível da Administração dessa estranha cumplicidade entre os goldens-boys na PT e os golden-boys ao Governo ligados e que dela fazem a sua legalidade, desta PT à Multinacional Vencedores Primatas, a distância não é nenhuma.

 

O desrespeito é o mesmo, mas  há aqui um ou outro detalhem, senhor Ministro, sobre as suas Universidades   e sobre as suas políticas que de vergonha nos fazem corar. No texto e neste contexto, o de selecção, o de tensão para definir o caminho de um posto de trabalho fortemente ambicionado e possivelmente a não ser alcançado,   o tempo de leitura e de compreensão, 3 minutos por página, é ostensivamente pouco para muitos dos seus alunos assim se poder  humilhar. Mas nesta violência, assistimos ao preço elevado da sua modernidade, senhor Ministro, não da minha que proíbo taxativamente os alunos de utilizarem máquina  de calcular nos pontos de exame,  pois nesta  corrida a um emprego precário e incidindo apenas sobre 5 por cento dos candidatos , depois de uma forte selecção, estes ainda têm que fazer contas sobre fracções, para se saber se as sabem fazer. De tudo o resto, as suas funções afinal, o Estado se esqueceu e, quanto a isto, o senhor Ministro - igual crítica à senhora Ministra do Trabalho pode ser feita, pois que mais interessada está em descobrir quais  são os direitos de trabalho que o mercado financeiro quer abolir, do que se  interessar pela leis do trabalho a fazer cumprir e o trabalho digno garantir -  anda agora sobretudo  interessado  em colocar os professores não a questionar, o que eu aqui faço, a obra feita e o que há a fazer no Ensino Superior, não, está-se apenas ou sobretudo interessado  em os professores poder silenciar pelos múltiplos enquadramentos com que o poder o  pode mandatar.

 

E entretanto, a produção maciça de diplomas continua e os desajustamentos entre a realidade e o que nos dizem pensar dela não deixa de aumentar.  Respeito pela  juventude gostava de o ver, respeito afinal pelo futuro de um país  que nele (futuro) e nela (juventude)  necessariamente tem de crer, e que obrigatória e diariamente o estará a fazer, de forma surda ainda mas que as linhas de saída há-de nas suas próprias mãos seguramente vir a reter. Como assinala Stiglitz, a respeito da Tunísia: “quando é necessário ter relações para encontrar um posto de trabalho, quando os empregos são cada vez mais raros, quando os dirigentes e altos funcionários  acumulam fortunas  enquanto que os recursos são limitados nasce um sentimento de injustiça e depois de revolta.” Terá isto apenas a ver com a Tunísia, senhor Ministro, qualquer que seja o Ministro que estas linhas possa estar a  ler?

publicado por Carlos Loures às 18:00

editado por Luis Moreira às 19:09
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Sábado, 22 de Janeiro de 2011

Educação - Premiar a competência, exige-se

Luis Moreira

 

As declarações de Eric Hanushek  no encontro na Gulbenkian e promovido pela FLE continuam a gerar reacções. Nuno Lobo, Lisboa, no Publico de hoje, " a qualidade dos professores é o elemento mais valioso da educação" e, por outro lado observa  que " os pais não escolhem escolas onde os professores são ineficazes".

 

"Os pais têm o direito de saber quais são as escolas e os professores que mais contribuem para o progresso académico dos seus filhos assim como têm a responsabilidade de escolher para eles as escolas e os professores que garantem uma boa educação."

 

Mas o ME que mandou efectuar um estudo ao ISEG, "não autoriza a divulgação da lista "das escolas que são classificadas como de "elite", "à sombra da bananeira", "que surpreendem" e "fatalistas". Bons estudos para serem base de boas políticas educativas são de apoiar mas que as suas conclusões não sejam reveladas ao país, reservando para si (ME) a informação relativamente à qualidade da escola e dos professores, mantendo os pais à margem desse conhecimento, é uma medida que tem que ser criticada.

 

Também Augusto Kuttner de Magalhães,do Porto, no mesmo jornal, referindo-se ao mesmo encontro diz que os estudantes " que tiveram bons professores conseguirão num prazo de três a cinco anos, anular os constrangimentos associados à situação socioeconómica dos seus familiares." E quanto ao nosso país, Eric Hanuschek, chegou à mesma conclusão "a diferença está nos professores e os salários destes devem basear-se, única e exclusivamente, no desempenho".

 

" os salários na maioria dos casos em todas as profissões, quer no público quer no privado,...estão directamente relacionados com o "posto, a categoria profissional, o patamar" ... e não nas competências e no desempenho..."

 

E Santana Castilho, também no Publico de hoje: "Os portugueses politicamente mais esclarecidos poderão divergir na especialidade, mas certamente acordarão na generalidade: os 36 anos da escola democrática são marcados pela permanente  instabilidade e pelo infeliz desconcerto político sobre o que é verdadeiramente importante num sistema de ensino. Durante estes 36 anos vivemos em constante serviço de reformas e mudanças, ao sabor dos improvisos de dezenas de ministros, quando deveríamos ter sido capazes de estabelecer um pacto mínimo nacional de entendimento acerca do que é estruturante e incontornável para formar cidadãos livres. Sobre tudo isto, o silêncio de Cavaco Silva é preocupante e obviamente cúmplice."

 

PS: Quanto ao que é "estruturante e incontornável" , creio que a autonomia da escola, entregue a quem nela labuta e a quem nela aprende e suas famílias, retirar as escolas do "centralismo do ME e dos sindicatos", tratar as escolas segundo o ambiente socioeconómico de cada uma delas ( ter um fato feito para as cerca de 3 200 escolas do país,é de doidos...) privilegiar os curriculuns e o desempenho, conceder o direito de escolha, ter um quadro de professores estável e escolhido pela direcção da escola e, retirar as consequências todas dos resultados atingidos, teríamos de certeza absoluta, como nos países mais adiantados, uma escola de excelência.

publicado por Luis Moreira às 13:00
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