Júlio Marques Mota
É a primeira vez que de facto me dirijo criticamente a um antigo aluno meu, aluno que nos tempos em que o foi bastante o estimei, como a todos aliás, com a diferença bem particular que estava perante um aluno de longe acima da média e por isso um dado a nunca esquecer. Há no estrolábio, uma carta que por ironia é dirigida a si, meu caro Álvaro, e de há tempos. Por ironia, mas com respeito, em que este ponto é bem esclarecido.
Mas eis que no dia em coloco um texto no estrolábio a querer provar, com argumentos, discutíveis mas que são argumentos, de que Sócrates e Passos Coelhos são filhos intelectuais da mesma fornada, a da falta de respeito por quem trabalha e a da ignorância também em que o país mergulhou e que com o tipo das Universidades privadas como aquelas em que ambos se formaram esta se ampliou;.
Nesse mesmo dia, um antigo aluno também , mandou-me excertos de um texto seu, onde um outro tipo bem diferente do que podemos continuar ainda agora a chamar de “ignorância”, indirecta, igualmente se manifestou, mais perigosa que a dos primeiros, porque a daqueles subsiste e vai subsistir por apoios múltiplos e pela força imposta por outros ignorantes, sejam eles representados pela Troika, sejam eles representados por Durão Barroso ou sejam eles representados por um representante de um paraíso fiscal, o Luxemburgo e que dá pelo nome de Claude Juncker, que é simultaneamente Presidente também do Eurogrupo, estrutura esta concebida, que eu saiba por um socialista de gema, hoje director geral do FMI, .Dominique Strauss-Kahn.
situamo-nos dentro de um modelo que a todos está a destruír dirigido por mãos eticamente criminosas, as mãos da Comissão Europeia. E sem que deste colete se possa saír, porque saír da zona euro é saír da beira do abismo para nos atirarmos para o próprio abismo. Sobre isso veja os nossos textos no estrolábio ou o próximo artigo de Delpla a publicar no mesmo blog. Disso ficaremos todos esclarecidos, mas esclarecidos estamos nós que é por aqui TAMBÉM e sobretudo talvez por aqui que passam as grandes questões.
Projecções sobre défices :
Source : stability programmes, Reuters for updates
Projecções sobre Dívida:
Table 3: evolution of debt-to-gdp. Sources : Eurostat, IMF growth forecasts (oct. 2010),
stability programs (dec 2009), own calculations
Não queremos com isto dizer que estamos bem, mas com a crise não deixámos de estar perto da média como os quadros acima nos mostram, e repare-se que nestes dados estimados já se incluem efeitos da crise que não foram iguais para todos como se sabe.
Como sabe há paises que se refinanciam na casa dos 3% enquanto que para Portugal na semana passada os títulos negociavam-se à taxa de 9,3%, para a Irlanda negociavam-se a cerca de 10% enquanto que para a Grécia os titulos negociavam-se à taxa, pasme-se meu Deus que de contas parece não saber nada, negociavam-se à taxa de 14,5%. Não há défices que não aumentem, dívida que não dispare. Passámos a não estar perto da média, mas aqui seria bom explicar porquê. E seria fácil, dados os ataques especulativos a que temos estado sujeitos.
A resposta do Professor Álvaro Pereira
Olá, como está?
(Continuação)
Dizem-nos ter “modernizado” a função pública
E multiplicaram-se os institutos, com as remunerações fora das carreiras da função pública, multiplicam-se as comissões de regulação que na desregulação em que se funciona não sabemos o que se regula então, a começar pela Alta Autoridade da Concorrência. Multiplicaram-se os organismos públicos com remunerações fora das carreiras da função pública. Multiplicaram-se os contratos individuais de trabalho, destrói-se a lógica das carreiras na Administração Pública, vive-se e trabalha-se fundamentalmente para se ser avaliado, como os professores no ensino secundário e a partir de agora os do ensino superior também, e muitas vezes sob critérios estabelecidos de forma avulsa por dirigentes nomeados politicamente. Externalizam-se serviços, privatizando-os no plano dos factos; recorre-se cada vez mais aos serviços privados até para a elaboração de legislação fundamental, sendo disso um bom exemplo a Sérvulo Correia e Associados a quem o recurso à elaboração de pareceres e de assessoria jurídica é frequente. Parecem igualmente evidentes as conexões entre os grandes consultórios de advogados e o poder político, que os alimentam com tarefas do foro jurídico que poderiam ser do domínio da função pública, havendo até quem insinue que algumas das transposições de directivas para o direito português lhes terão sido bem pagas. Seria bom ter-se a dimensão exacta, em valor e em substância, quanto às despesas gastas pela Administração Pública com consultorias privadas e com escritórios de referência, não muitos. São bem ilustrativas as despesas gastas na mesma linha no BPN enquanto banco nacionalizado, a dar crédito à notícia publicada pelos meios de comunicação nacionais. Compromissos anteriormente havidos, anteriormente estabelecidos, compromissos mantidos, neste caso pelo que podemos inferir de quem conhecemos, nada mais que isso certamente.
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