Quando ela bate a porta e se afasta com passos trémulos sobre o empedrado, indiferente já aos olhares das vizinhas, ou às risadas atrevidas dos adolescentes a jogar futebol na rua, ela sabe que deixa entre os seus – os vizinhos – a certeza de que ela vai, todos os sábados e domingos, para um encontro amoroso.
Poderá ser que a imaginem numa história clandestina, dividindo o seu amante com outra mulher, a legítima, e por isso volte sempre sozinha a casa. O que não sabem, e talvez nunca venham a sabê-lo, é que ela passa as suas tardes no Vasco da Gama, sentada à mesa com uma bica que rende para a tarde inteira, e que os homens passam, e olham-na, e por vezes é preciso que passem muitas vezes até se atreverem a abordá-la, e que às vezes ela segue-os e outras vezes não, e isso depende da expressão que lhes vê na cara, se estão demasiado ávidos ou até parecem um pouco despectivos, se têm gestos rudes, que denotam um violento em potência, ou se parecem mansos, e às vezes depende tão-só de gostar ou não de cada um, porque em cada um põe mais, muito mais do que uma simples transacção, em cada um pousa, ainda que por instantes, a esperança de encontrar uma ilusão que lhe dure mais do que a tarde de domingo.
E por isso, Ana Maria senta-se a cada fim-de-semana, nua mesma mesa da praça da alimentação do Vasco da Gama, com os olhos carregados de rímel, calças justas ou saia curta, e um decote exageradíssimo, um decote que lhe deixa as mamas quase a descoberto, bordeadas pela renda negra do soutien de luxo, que ela só usa aos sábados e domingos, e se olharem para ela não verão mais do que uns olhos negros, muito negros, e talvez já nem desçam o olhar para o decote, porque quem sabe verão nesses olhos negros a ilusão que em alguém dia se cumprirá, nem que seja só por uns instantes.
As salas de espera oferecem-nos uma invariável colecção de revistas anódinas, a que só o tédio ou o nervosismo, ou a penosa combinação de ambos, nos faz recorrer, revistas que compilam dados inúteis sobre gente que não conhecemos, fotos de sorrisos branqueados com as mais recentes e dispendiosas técnicas de branqueamento, mamas aumentadas com silicone, lábios insuflados, rostos inexpressivos. São publicações concebidas para adormecer qualquer inquietação, e, na sucessão tranquila das suas páginas, vamos passando, sem sobressalto, por fotos de gente que posa para a câmara enquanto profere frases plenas de uma inofensiva banalidade, coisas como “Os filhos mudam a nossa vida”, ou “A Vanessa é a mulher dos meus sonhos”, ou “Este é o maior desafio da minha carreira”.
E entre vestidos glamorosos, sorrisos resplandecentes e histórias de amores e famas meteóricas, pontuadas por algum episódio mais negro de um divórcio ou de uma avó falecida aos 90 anos, enfiada num lar há mais de dez anos mas de quem o artista muito gostava, folheia-se a revista e, mesmo sem conhecer um terço dos que lá estão, cai-se naquele entorpecimento que nos faz esquecer o que nos trouxe à sala de espera.
Mas talvez isto, que até há pouco era suficiente, já não chegue e seja agora necessário um pouco mais de dramatismo, umas pinceladas largas de tragédia, histórias mais folhetinescas, que belisquem o leitor e o façam sentir a alfinetada dos dramas alheios, o alívio por não ser a vítima. Só neste contexto se poderia entender a história que encontrei numa dessas revistas, numa dessas descaracterizadas e cinzentas salas de espera.
O pai de um famoso totalmente desconhecido (categoria que, como sabem, sendo inteiramente paradoxal, com frequência se encontra nestas revistas) havia-se suicidado. E a publicação, acometida de brio jornalístico, resolvera investigar esse suicídio, falando com gente mais ou menos próxima ao falecido, com vizinhos, vagos conhecidos, comerciantes do bairro onde morava. E é assim que numa das páginas surge uma foto que eu por pouco não vi, folheando a revista a toda a pressa, mas que me fez voltar atrás e deter-me nela, é assim que aparece frente a mim o senhor Amável, dono da drogaria ao pé da casa do suicida, a mesma drogaria onde o pai do famoso desconhecido comprou a corda que viria a usar para se enforcar, ali estava ele, o senhor Amável, posando, visivelmente pouco à vontade, não deve estar acostumado a que o fotografem, e muito menos para as revistas, com um pedaço de corda nas mãos, mostrando aos leitores da revista esse pedaço de corda, ainda presa ao enorme rolo de onde saiu um outro pedaço de corda, o que nunca chegámos a ver, mas que sabemos que apertou o pescoço de um homem até o matar.
Sim, terá dito o senhor Amável, foi uma corda como esta, deste mesmo rolo que aqui está, que ele comprou, e nunca me passou pela cabeça que fosse para aquilo, claro, que a gente nunca sabe o que vai na cabeça das pessoas, e a nossa função é vender e não fazer perguntas. Mas foi com esta que ele se matou, é o que dizem, não sei porque eu não o vi, claro, não estive lá. Mas é possível, porque é uma boa corda, é resistente, e embora não seja muito grossa era bem capaz de dar conta do recado e aguentar o peso de um homem. Coitado do homem, nunca me passou pela cabeça que fosse para aquilo. Mas é mesmo assim, a gente vende o que nos pedem e não pergunta para que será.
Tudo isto terá dito o senhor Amável até o fotógrafo o mandar calar, e por isso apenas nos chegou a foto que retrata a sua incomodidade. E quando lhe disseram que se colocasse frente ao rolo, e que mostrasse aos leitores como era essa corda, tornando-se assim um nobre servidor do jornalismo, da imperiosidade de informar o público sedento de detalhes, o senhor Amável lá se colocou ao lado do rolo, fazendo um esforço para endireitar as costas que a idade e os anos ao balcão encurvaram, e agarrou um pedaço de corda entre os dedos, a horrível corda, mas também a resistente e prestimosa corda, que cumpre aquilo que o homem lhe pede, a mesma corda que um homem colocou à volta do seu pescoço, a mesma que o suspendeu no ar, e lhe garroteou o pescoço, essa horrível, sim, mas também resistente e prestimosa corda do senhor Amável.
Assistimos cada vez mais a situações em que as pessoas parecem agir como se fossem apenas uma parte daquilo que são e o resto ficou noutro lado. Diz-se uma coisa e faz-se outra. Tudo é verdade como o seu oposto. Terá a palavra o valor de uma insignificante casca de ovo? Acabaram-se os cavalheiros?
Ainda não há muito tempo, o que tinha palavra era considerado um cavalheiro.
Isso era mais importante do que ter muito dinheiro ou uma conta elevada no banco. Fazia os negócios que queria. Palavra era palavra. Era uma espécie de pedra tocada, pedra jogada no xadrez.
Não era preciso ter carisma, poder de convicção, ou pôr entusiasmo no discurso.
O que era preciso era cumprir o combinado.
Como as coisas mudaram. Os meios de comunicação puseram a nu a charlatanice, as tramas, as intrigas, dos que têm responsabilidades de dirigir. Dá-se o dito pelo não dito, sem qualquer receio do ridículo. Uns fazem-no com todos os pormenores, outro com vastas generalizações, o curioso de tudo isto é que há responsáveis que afirmam que quem é fiel à palavra, não vai longe. É impressionante esta constatação de que quem se quiser assumir por inteiro terá grandes dificuldades.
Esta situação reflecte-se no trabalho e no dia a dia e reclama normas, autoridade. No tempo dos cavalheiros as normas e a autoridade eram dispensadas, porque quando os costumes fazem quase tudo, aquelas só atrapalham.
A situação actual conduz à irracionalidade, ao erro, ao esquecimento de quem se é, de onde se vem. Quando se passará a apreciar os que se dão ao trabalho de ser decentes?
Apresentamos esta interessantíssima crónica no nosso blogue com a devida vénia ao Mia Couto, e a quem tenha tido a prioridade na sua publicação. O problema tratado não é exclusivo de Moçambique. Bem o conhecemos ...
SÁBADO, 26 FEVEREIRO 2011 00:00 MIA COUTO
O argumento da raça ou da tribo é um expediente fácil de usar, não precisa de manual de instruções e pode ter efeitos espectaculares. Em vez de se debater ideias, abate-se o outro. A manipulação deste tipo de fantasmas pode maltratar qualquer veleidade crítica em Moçambique...
Existem os passaportes. Mas existem os falsaportes. Há muito que se alertou que, no nosso caso, uns podem ser os outros. A reacção de quem devia escutar foi típica: defensiva, crispada, corporativa. Na nossa casa comum, para se ser escutado não basta falar. É preciso gritar. Quem acaba gritando (somos um povo pacífico, não é?) não são as pessoas. É a própria realidade. Aquilo que é impedido de florescer no momento próprio acaba sempre explodindo mais tarde.
Venho falar hoje de um interessante mecanismo de defesa tornado norma em Moçambique. É um truque, um malabarismo de retórica, um falsaporte para o diálogo de surdos. Para entender como funciona, podemos imaginar o seguinte cenário: um vizinho chama-me a atenção que posso ter ratos no meu quintal. Ele viu uns tantos a escapar do meu pátio. Em lugar de procurar investigar, eu desato a atacar verbalmente o vizinho. E acuso-o disto e daquilo. Chamo-o, por exemplo, de tribalista, regionalista e racista. Se os ratos fossem desses que se vendem nas lojas da Europa, todos gordos e branquinhos, o vizinho não teria falado. Mas como são ratos africanos, então, já há problemas. E já agora, inspirado no mais recente discurso de Kadafi, invocaria a condição de “ratos” com que ele brindou o seu povo e as ameaças de desratização que generosamente prometeu para “normalizar” a Líbia. O vizinho cala-se e o assunto morre. Mas os ratos não deixaram, por isso, de existir.
O caso do rato e do vizinho ilustra o processo de falsear o diálogo e de substituir a agitação de fantasmas pela análise da realidade. A primeira vez que escrevi sobre corrupção em Moçambique, um alto dirigente da nação respondeu, na revista Tempo, clamando que em Moçambique não havia corrupção. O seu “raciocínio” tinha por base o seguinte: o meu argumento era racista. Sendo eu de raça branca não suportava ver negros enriquecendo. E ponto final, colocava-se uma pedra sobre o assunto.
No meu artigo, porém, não se falava de raças, mas de fenómenos sociais que se situam acima, bem para além da falsa divisória das raças. Pouco importa, para o caso. A verdade é que algum tempo depois, pela força da evidência, o assunto da corrupção inscrevia-se, pelo menos formalmente, na preocupação do governo. Um gabinete de combate à corrupção foi mesmo criado. Poderia ter sido diferente se tivéssemos seguido o conselho de Samora Machel (estamos no ano dele) de matar o crocodilo enquanto estiver no ovo. A nossa arte parece ter-se tornado inversa: dá-se caça (?) à crocodilagem, quando ela já vai engordando no rio, quando temos medo de sermos vítimas dos seus dentes.
Há poucos dias, para rebater afirmações de Marcelino dos Santos, alguns dos seus colegas de partido, ao mais alto nível, vieram a público invocar o mesmo argumento da raça. Se Marcelino dos Santos vislumbra indícios de enriquecimento fácil entre quadros do seu partido é porque ele se aflige em ver “negros ricos”. Esta foi a lógica esgrimida. Estranho que se acuse agora de deslize de “racismo” alguém com as credenciais históricas de um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique.
O expediente de racializar o debate pode muito bem generalizar-se. Alguém critica a forma desleixada como os “chapistas” conduzem? A resposta dos condutores pode bem ser seguinte: criticam-nos apenas porque somos negros, alguém está a criticar a condução de outras raças? Imaginemos que alguém alerta para o crime da madeira (e do marfim) que sai pelos portos do Norte do país. Em lugar da investigação com resultados públicos e transparentes, deixamo-nos embalar pela vozearia de quem acha que essas acusações são de gente do Sul, que tem inveja do desenvolvimento de do Norte.
Em suma: o argumento da raça ou da tribo é um expediente fácil de usar, não precisa de manual de instruções e pode ter efeitos espectaculares. Em vez de se debater ideias, abate-se o outro. A manipulação deste tipo de fantasmas pode maltratar qualquer veleidade crítica em Moçambique. Uma sociedade sem critica é a nova modalidade do fascismo. É verdade que a democracia se mede pelo número de gente que vota e pelo modo legítimo e ordeiro com que decorrem as eleições. Mas a democracia mede-se, sobretudo, pela qualidade de pessoas que sabem, de forma positiva, questionar a política e a sociedade.
A nossa liberdade corre o seguinte risco: podemos falar de tudo, desde que não se fale de nada importante. Em lugar de um passaporte para o futuro, teremos, de novo, um falsaporte.
http://www.youtube.com/watch?v=M3g-xtkEaPU
Wagner, Lohengrin, Marcha Nupcial
Após anos de experiência de estudo da mente das pessoas para entender as crianças, o que me levou a criar o conceito de «mente cultural», isto é, a cultura e os hábitos orientam o comportamento das pessoas, começo a pensar na não existência do pensamento racional. Se todos entendem a vida como é entendida pelos vizinhos e parentes, acaba por não haver autonomia nas decisões. Ideia que me parece pouco provável que aconteça. Todos sabemos que nascemos para sermos livres e autónomos, respeitando os direitos de outros com essa semelhante autonomia e liberdade.
Quando pensei no conceito e o defini em vários livros, especialmente no primeiro, de 1990 b: A construção social do insucesso escolar, onde, ao longo do capítulo 8, intitulado a Sabedoria das crianças, debato sobre a origem do saber, comprovo também a capacidade de pensar de serem livres e autónomos. Liberdade e Autonomia que não se aprendem na escola mas na interacção com os outros. Outros que, entre si, vão imitando as palavras que ouvem, as formas de vestir, o respeito aos mais velhos… Em nenhum livro encontrei ou descobri ideias sobre a nomeada autonomia. Autonomia que é tão curta que foi preciso regulá-la e escrevê-la nos textos sagrados, como na Bíblia (de qualquer confissão religiosa) e no Tora dos judeus, e em textos civis, como a Declaração da Independência das colónias britânicas do ultramar, submetida, pelo Abade Sieyés, à primeira Constituição Francesa de 1791, sob o título Declaração dos Direitos Humanos.
http://www.youtube.com/watch?v=7MMytsTslNQ
Wagner, Tanhaüsser, Coro dos peregrinos
Podemos continuar com os ditados que orientam a nossa vida, ou nos oferecem uma esperança no meio do maior dos desastres que o governo português nos tem oferecido: crises económicas, falta de dinheiro, restrições alimentares, dificuldades em comprar fármacos para melhorar a nossa saúde. Não deve ser uma novidade para o povo a falta de nutrição, especialmente desde a Primeira República em 1910, até o 25 de Abril de 1974. No entanto, fala-se do bom povo português pela sua capacidade de sofrimento e de aceitar a vida como tem que ser, pelos falhanços ou de governação, ou da criação de indústrias transformadores, referidas no meu texto de ontem, 3 de Março de 2011: quem pensa não casa; quem casa não pensa, ditado que analisara com metodologia semiológica e bastante hermenêutica. Conceito este, que abre o segredo contido nas palavras ou interpreta o sentido das palavras, metodologia que, infelizmente é pouco usada. Como seria possível entender Adam Smith, se no diferenciamos entre inclinação natural ao trabalho e escavar a terra, também trabalho, mas entregue aos mais desvalidos da nação britânica, como em todos os países do mundo, especialmente no próximo oriente, com um Khadafi que organiza uma guerra civil na Líbia para se manter no poder, ou um Mubarack no Egipto, que saiu calado do poder.
O povo sofre com ou sem ditador. Porque há um que ninguém refere: o capital, essa forma de trabalho que subordina os pobres, ao poder dos financistas e proprietários de terra e de indústrias. Como Champalimaud e Azevedo, ou Heredias e van Udem, os Espírito Santo, nome conveniente, porque o saber da banca está com eles por inspiração divina…ou os Costa, família de músicos aprendida desde o avô Luís Costa. A música e a interpretação dão regalias da qual o povo carece, até edifícios de música, nomeado em honra da melhor pianista portuguesa, Helena de Sá e Costa, e a sua irmã, a violoncelista Dona Madalena
É apenas pela hermenêutica da comparação, que podemos entender o ditado que intitula este texto. Esse Sábado sem sol, é o anseio para descansar do operariado, dos duros trabalhos da semana, se não tiver turno de trabalho no sábado com ou sem sol. Um Sábado com sol, é uma jóia para quem passa todo o seu tempo entre quatro paredes, a limpar, estucar, construir e finalizar uma casa. Um sábado com sol, é a alegria da casa Para a Burguesia e a Pequena Burguesia, conceito cunhados por Karl Marx ao longo de toda a sua obra, o Sábado é o dia em que se dorme mais, com toda a semana em frente para andar, como diria o escritor Chileno Baldomero Lillo Figueroa (n. Lota, 6 de enero de 1867 - San Bernardo, 10 de septiembre de 1923) cuentista chileno, considerado el maestro del género del realismo social en su país.
Sub-Sole, nome de um romance escrito por ele referindo aos operários das minas de nitrato e de carvão, sítios em que trabalhou quer ele, quer a sua família. Estes livros nascem da realidade, para os que nunca têm sol, narrado também para os mineiros no seu texto Sub-Terra. Nem ele nem a sua família trabalhavam nas minas, mas eram escriturários das mesmas. Entre as suas obras principais encontram-se as colecções de cuentos Subterra (1904, serie de relatos baseados nos mineiros do carbón de Lota mas dramáticos), Subsole (1907, baseado en la vida rural, incluindo cuentos menos dramáticos). Tanto, para sábado sem sol.
Quanto a Domingo sem Missa, é quase uma frase de tempos passados, quando o nosso país vivia sob o poder da Concordata, e das amizades do Cardial Cerejeira e da ditadura que governava o país. A seguir ao 25 de Abril, o país virou ateu, excepto a devoção de crentes e não crentes ao santuário onde teria aparecido a Nossa Senhora de Fátima. Bem sabemos que há a metáfora de um profeta, denominado Jesus, que tinha uma mãe quem, além de casta, era polivalente: do Carmo, Fátima, do Rosário, do Pilar, a Virgem Negra de Monserrate, etc., conforme as conveniências dos fiéis, como a Nossa Senhora de Knock na Irlanda, desde 1879, quando a República estava submetida a Monarquia Britânica, ou de Guadalupe, no México. É considerada pelos católicos a Padroeira da Cidade do México (1737), do México (1895), da América Latina (1945) e Imperatriz da América (2000). Sua origem está na aparição da Virgem Maria a um pobre índio da tribo Nahua, Juan Diego Cuauhtlatoatzin, em Tepeyac, noroeste da Cidade do México, em 9 de Dezembro de 1531. Deste facto nasce a frase Anda Diego e conta esta história… O Anda Diego, é aplicado como mote para os que não trabalham.
Quanto a Segunda sem preguiça, é uma forma de ser que todo o mundo usa. Porque a seguir a dois dias de descanso, festas, amores e outras vanidades, tornar a fazer o que não se deseja, causa desalento e a maldição a Adão e Eva está sempre nas bocas de crentes e não crentes
Este é o meu comentário hermenêutico e semiológico sobre o ditado português que intitula o texto….
António Mão de Ferro
Ainda não há muito tempo que a integração na comunidade era feita através da família.
Quando se fala nisso recorda-se esse tempo com agrado, amargura ou saudade, mas normalmente com emoção. Essa transmissão de usos e costumes permitia a interiorização de valores socialmente aceites e a sua submissão a eles. A família nuclear era a base da primeira acção formativa.
Neste momento assistimos a uma desagregação da família e a acção que se verificava, está a diluir-se. Será isso preocupante? Penso que não.
Não raras vezes, no seio da família nuclear, o chefe de família, “cabeça de casal”, punha em situação de dependência e submissão a mulher e os filhos. O controlo que era exercido e o conceito de honra, limitavam o acesso a outras formas de cultura, dificultando a inovação e a criatividade, desde que não se coadunassem com as regras que a família veiculasse.
Talvez isto explique o facto de muitas empresas ainda funcionarem na base dos mesmos princípios da família nuclear tradicional e, como tal refugiarem-se na segurança de um sistema fechado, cujas verdades são defendidas como uma espécie de porta estandarte. Esse modo de funcionamento dificulta o desenvolvimento dos colaboradores e a sua capacidade de adaptação porque os alicerces em que assenta acabam por ruir.
O importante nos dias que correm não é acatar uns tantos conceitos, umas tantas normas. O fundamental é ter capacidade para raciocinar, para fazer coisas. Não raciocinar é o mesmo que ter os olhos fechados sem fazer esforço para os abrir. É preciso duvidar das certezas, eliminar a apatia e provocar uma reviravolta nos modos de ser e de fazer.
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