Sexta-feira, 4 de Março de 2011

Produzimos 11% do que comemos

A nossa balança alimentar é essa que está no título, importamos 89% do que comemos! Como é possível?

 

Mas foi sempre assim, a nossa balança comercial foi sempre deficitária, sempre importamos mais do que exportamos e, fomos vivendo, primeiro com o ouro do Brasil e as especiarias da Índia, depois com as remessas dos emigrantes, a seguir com os fundos europeus, agora com os empréstimos que fazem a nossa dívida e, claro, como pano de fundo um país com metade da população a comer muito mal e mergulhado na pobreza e na doença.

 

O que falta a Portugal para produzir o suficiente para nos alimentarmos sem recorrer ao exterior? Temos produtos alimentares do melhor, uma gastronomia que sabe como poucas tirar partido dos produtos , um ambiente ameno propício ao cultivo de grande parte dos produtos, experiência e "saber fazer" na agricultura e pescas, um mar imenso ( vamos ficar com a segunda mais vasta zona de Mar de todo o Mundo logo atrás dos US) ...

 

Bem sabemos que as teorias à volta do livre comércio têm aberto caminho a produtos standardizados, de baixo custo mas sem qualidade. Onde estão as maças da minha avó louceira que enchiam de odor primaveril a sua cozinha? O que eu compro como maças é outro produto, não sabem a maçãs nem cheiram a maçãs.

 

Aumenta a procura e também a oferta de bens alimentares nacionais de qualidade, carne, peixe, fruta, hortículas, leite ( que os produtores, em fúria, deitam para a sargeta em frente das câmaras da televisão), produtos biológicos e, a aposta parece forte nos produtos nacionais, mas nada acontecerá se não formos capazes de fornecer a tempo e horas e nas quantidades e qualidades necessárias, como se queixam os grandes espaços de distribuição e venda.

 

Não estou a defender que não se importem os produtos que não temos condições naturais e de experiência humana para produzir, nada disso, defendo que a agricultura e as pescas deixem de ser o parente pobre das actividades económicas, que ser agricultor e pescador seja uma honra para quem investe e para quem trabalha. A reputação de quem investe e de quem trabalha nestes sectores primários da economia é um factor essencial ao desenvolvimento sustentado das actividades.

 

Não há terra livre para cultivo no centro e norte da Europa, famílias, por gerações são agricultores e pescadores e não querem ser outra coisa.Prova-o o facto das nossas terras abandonadas serem procuradas e compradas para serem trabalhadas por europeus que aqui encontram a sua forma de viver. Esse reconhecimento social é um factor fundamental para que Portugal se torne, progressivamente, mais capaz de alimentar o seu povo.

 

Há sempre quem, entre nós, encontre mil e uma dificuldades para darmos prioridades aos nossos produtos, mas a verdade é que eu andei na China, quinze dias a comer melancia e melão, que são as frutas que lá produzem em quantidade. Havia outras frutas de importação mas eram um luxo, nos hóteis de cinco e seis estrelas a melancia e o melão, todos os dias ao pequeno almoço sorriam para quem queria fruta...

 

E que tal começar pelo que comemos e produzimos e deixarmo-nos de "peneiras" em comer frutas exóticas quando ainda temos as melhores maçãs do mundo?

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Domingo, 26 de Setembro de 2010

Brincar com coisas sérias.

Luis Moreira

Bem sei que somos um povo de emigrantes, estamos repartidos pelo mundo todo, cinco milhões de compatriotas andam la por fora, são trabalhadores, bem aceites, e este argumento é muito poderoso quando se fala na imigração de pessoas de outros países.

Entre os que pura e simplesmente tomam a posição xenófoba de verem em cada imigrante um parasita e um competidor, até aos que acham que abrir as portas de par em par é uma solução, sem cuidarem de ver se há ou não trabalho, encontramos de tudo. Eu daqui da minha janela, ví um dia de manhã dois jovens bem lavados e bem tratados,altos e loiros - falei depois com eles e eram Ucranianos- caírem, dia a dia, inexoravelmente, na bebida, depois já não havia dia nem noite, os dias eram passados a dormir bêbados, já não tomavam banho( há aqui perto um centro de ajuda, onde podem dormir e comer.)

Ver dois seres humanos caírem na miséria e na humilhação, na flor da vida, não é coisa que se deseje a ninguem, a verdade é que caíram no desemprego e todas as portas se lhes fecharam, nem sequer têm dinheiro para voltar para a terra natal.

O voluntarismo e as posições ideológicas muitas vezes são alçapões onde caem os menos avisados, porque não vale a pena abrir as portas às pessoas quando se verifica depois que o país não tem condições de lhes assegurar uma vida digna.

A mobilidade dos funcionários públicos

Eu às vezes acho que o país se aproxima, alegremente, em se transformar num hospício ao ar livre, quando se ouve o pessoal que persiste em manter-se em lugares de destaque e que perderam completamente o norte. Se se ouvissem e tivessem algum sentido de humor, não se levavam a sério e iam para casa tratar dos netos.
A mobilidade parece ser uma boa medida para melhorar a produtividade, acertar necessidades, levar pessoas a encontrar trabalho que melhor se encaixa na sua formação, enfim uma boa medida. Mas não funciona?
Não, porque a pessoa que muda de serviço tem que se sujeitar ao processo concursal para uma categoria que já é dela, pode vir a receber menos do que recebia no seu lugar de origem, e pode ficar sem o lugar se aparecer alguem com mais anos de trabalho. Numa palavra ,oferecem ao funcionário que além de deixar o seu ambiente, que deixe tambem as garantias que obteve no seu lugar de origem. Resultado? Ninguem muda para lado nenhum, como é evidente.

Avaliação dos professores

As metas e os objectivos estão a ser negociados e há razões para crer que a maioria das escolas o está a fazer com boa fé e que tudo vai correr bem. A avaliação é um processo contínuo que vai melhorando ao longo dos anos, afinal ninguem conhece melhor os professores que os seus colegas com quem trabalham todos os dias, sabem bem quem é assíduo, quem cumpre, quem obtem resultados. A máquina vai olear com o decorrer do tempo.

Há sempre quem esteja contra, são os que sabem que vão deixar de serem considerados iguais aos outros, que vão passar a ser preteridos nas promoções, que vão ver os seus colegas com mérito serem reconhecidos. O que não se espera é que o Presidente do Sindicato, não veja neste processo uma ferramenta essencial ao prestígio da escola e dos professores seus associados, e que tente por todas as formas aligeirar o interesse da avaliação, que ironize sobre as faltas do Estado (mais promoções,mais dinheiro, mais formação, o costume) e que não dê a cara, assumindo que uma das suas bandeiras ( a não avaliação dos professores) está aí no terreno.
publicado por Luis Moreira às 13:30
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