Luis MoreiraFoot - ball e o C I F (Club Internacional de Futebol)Foi a família Pinto Bastos que introduziu em Portugal o futebol. Jogava-se no campo onde está hoje a churrasqueira, ainda lá joguei antes do CIF (Clube Internacional de Futebol) se mudar para Monsanto, onde está hoje. O CIF foi o primeiro clube de futebol, hoje é um maravilhoso clube, no meio de árvores frondosas, com um campo de futebol relvado e uma dezena de campos de ténis.
Eu jogava nos Purrianos que era a continuação da equipa que vinha de económicas, jogavam vários economistas, o Alexandre Baptista, o defesa central de seleção portuguesa em Inglaterra em 1966 era o nosso defesa.
Jogava a equipa dos médicos que eram Os Milionários, a equipa dos advogados era O Cosmos, o S.O.V. ( Seita do Olho Vivo) eram os antigos internacionais do Benfica, Sporting e Belenenses, lá jogavam o Simões, o Eusébio e o Torres, para além de muitos outros. Grandes jogos, sábado às 8 horas da manhã, ninguem faltava, a chover e com frio ainda era mais interessante, todos levantavam o rabo da cama.
O stress da minha vida profissional encontrava ali o escape, joguei até aos 45 anos, não havia lugar para peso a mais, barriguinha de cerveja, nem colesterol, um atleta, mas depois parti o dedo de um pé (bem conhecido quem mo partiu) comecei a magoar-me, sinal que o meu grande forte (tirar os pés antes que os outros metessem lá os deles) estava a perder-se, tinha chegado a hora da despedida.
Nunca mais lá fui, não sou capaz, nunca devemos voltar aos lugares onde fomos felizes, e é bem verdade!
Braga e Boavista sem cabeça
S. C BragaTenho como princípio, desde há muito tempo, assumir com a máxima precaução todos os jogos e competições da Selecção Nacional, sejam oficiais ou particulares. Embandeirar em arco, andar de peito cheio, são expressões populares muito em voga na vida e no futebol. E normalmente são fatais. Mesmo com todas as precauções tomadas, relembro os resultados do Liechtenstein, em 2004, com a Albânia, em 2008 e ainda recentemente com o Chipre. Sem esquecer obviamente o grande trauma que foi o Brasil, em 2008, em Gama. Todos os cuidados são poucos, em qualquer circunstância, mas quando se joga contra grandes adversários, aí os cuidados devem triplicar, a euforia deve estar num nível muito baixo e a concentração deverá ser total. O que aconteceu ao SC Braga, na quarta-feira, levará concerteza à reflexão daqueles que têm experiência destes ambientes, refiro-me concretamente a Domingos e a Fernando Couto. Eles saberão perfeitamente que o reencontro com a humildade e o esvaziamento do balão da euforia, serão talvez as medidas mais importantes a seguir, sob pena da equipa se desencontrar e perder-se. Porque outros, sem essa experiência, vão querer imediatamente encontrar culpados e apontar o dedo aos que estarão mais fragilizados, os jogadores. Segurar o que está certo e conquistado para que o progresso seja consistente. Tudo tem um tempo certo para a sua construção e até uma equipa de futebol está sujeita a essa regra. Roma e Pavia não se fizeram num dia, e não consta que com Braga tenha sido diferente.
Boavista F COntem li no jornal "O Jogo" uma notícia sobre o popular clube axadrezado que julguei ser uma brincadeira. De facto não é. O Boavista tem dois Presidentes, Álvaro Braga Júnior e Eduardo Matos, líder da Comissão Administrativa, que destituiu o presidente eleito. O assunto arrasta-se nos tribunais e em simultâneo existem duas equipas, uma que disputa a II Divisão da FPF, e outra que disputa a II Divisão da AF Porto, mas que por força de providências cautelares viu adiados os seus três primeiros jogos. Entretanto o clube afunda-se numa grave crise financeira e pode correr o risco de desaparecer. Recorde-se que ainda há bem pouco tempo o Boavista foi campeão nacional e andou pela Champions League. Não quero acreditar que um clube com o historial do Boavista possa deixar de existir.
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