Quinta-feira, 23 de Junho de 2011

Domingo à tarde - por Carla Romualdo

 

 

 

 

 

  

Quando ela bate a porta e se afasta com passos trémulos sobre o empedrado, indiferente já aos olhares das vizinhas, ou às risadas atrevidas dos adolescentes a jogar futebol na rua, ela sabe que deixa entre os seus – os vizinhos – a certeza de que ela vai, todos os sábados e domingos, para um encontro amoroso.

 

Poderá ser que a imaginem numa história clandestina, dividindo o seu amante com outra mulher, a legítima, e por isso volte sempre sozinha a casa. O que não sabem, e talvez nunca venham a sabê-lo, é que ela passa as suas tardes no Vasco da Gama, sentada à mesa com uma bica que rende para a tarde inteira, e que os homens passam, e olham-na, e por vezes é preciso que passem muitas vezes até se atreverem a abordá-la, e que às vezes ela segue-os e outras vezes não, e isso depende da expressão que lhes vê na cara, se estão demasiado ávidos ou até parecem um pouco despectivos, se têm gestos rudes, que denotam um violento em potência, ou se parecem mansos, e às vezes depende tão-só de gostar ou não de cada um, porque em cada um põe mais, muito mais do que uma simples transacção, em cada um pousa, ainda que por instantes, a esperança de encontrar uma ilusão que lhe dure mais do que a tarde de domingo.


E por isso, Ana Maria senta-se a cada fim-de-semana, nua mesma mesa da praça da alimentação do Vasco da Gama, com os olhos carregados de rímel, calças justas ou saia curta, e um decote exageradíssimo, um decote que lhe deixa as mamas quase a descoberto, bordeadas pela renda negra do soutien de luxo, que ela só usa aos sábados e domingos, e se olharem para ela não verão mais do que uns olhos negros, muito negros, e talvez já nem desçam o olhar para o decote, porque quem sabe verão nesses olhos negros a ilusão que em alguém dia se cumprirá, nem que seja só por uns instantes. 

publicado por CRomualdo às 21:00
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Domingo, 19 de Junho de 2011

A corda do senhor Amável - por Carla Romualdo

 

 

 

 

As salas de espera oferecem-nos uma invariável colecção de revistas anódinas, a que só o tédio ou o nervosismo, ou a penosa combinação de ambos, nos faz recorrer, revistas que compilam dados inúteis sobre gente que não conhecemos, fotos de sorrisos branqueados com as mais recentes e dispendiosas técnicas de branqueamento,  mamas aumentadas com silicone, lábios insuflados, rostos inexpressivos. São publicações concebidas para adormecer qualquer inquietação, e, na sucessão tranquila das suas páginas, vamos passando, sem sobressalto, por fotos de gente que posa para a câmara enquanto  profere frases plenas de uma inofensiva banalidade, coisas como “Os filhos mudam a nossa vida”, ou “A Vanessa é a mulher dos meus sonhos”, ou “Este é o maior desafio da minha carreira”.  


E entre vestidos glamorosos, sorrisos resplandecentes e histórias de amores e famas meteóricas, pontuadas por algum episódio mais negro de um divórcio ou de uma avó falecida aos 90 anos, enfiada num lar há mais de dez anos mas de quem o artista muito gostava, folheia-se a revista e, mesmo sem conhecer um terço dos que lá estão, cai-se naquele entorpecimento que nos faz esquecer o que nos trouxe à sala de espera.


Mas talvez isto, que até há pouco era suficiente, já não chegue e seja agora necessário um pouco mais de dramatismo, umas pinceladas largas de tragédia, histórias mais folhetinescas, que belisquem o leitor e o façam sentir a alfinetada dos dramas alheios, o alívio por não ser a vítima. Só neste contexto se poderia entender a história que encontrei numa dessas revistas, numa dessas descaracterizadas e cinzentas salas de espera.


O pai de um famoso totalmente desconhecido (categoria que, como sabem, sendo inteiramente paradoxal, com frequência se encontra nestas revistas) havia-se suicidado. E a publicação, acometida de brio jornalístico, resolvera investigar esse suicídio, falando com gente mais ou menos próxima ao falecido, com vizinhos, vagos conhecidos, comerciantes do bairro onde morava. E é assim que numa das páginas surge uma foto que eu por pouco não vi, folheando a revista a toda a pressa, mas que me fez voltar atrás e deter-me nela, é assim que aparece frente a mim o senhor Amável, dono da drogaria ao pé da casa do suicida, a mesma drogaria onde o pai do famoso desconhecido comprou a corda que viria a usar para se enforcar, ali estava ele, o senhor Amável, posando, visivelmente pouco à vontade, não deve estar acostumado a que o fotografem, e muito menos para as revistas, com um pedaço de corda nas mãos, mostrando aos leitores da revista esse pedaço de corda, ainda presa ao enorme rolo de onde saiu um outro pedaço de corda, o que nunca chegámos a ver, mas que sabemos que apertou o pescoço de um homem até o matar.


Sim, terá dito o senhor Amável, foi uma corda como esta, deste mesmo rolo que aqui está, que ele comprou, e nunca me passou pela cabeça que fosse para aquilo, claro, que a gente nunca sabe o que vai na cabeça das pessoas, e a nossa função é vender e não fazer perguntas. Mas foi com esta que ele se matou, é o que dizem, não sei porque eu não o vi, claro, não estive lá. Mas é possível, porque é uma boa corda, é resistente, e embora não seja muito grossa era bem capaz de dar conta do recado e aguentar o peso de um homem. Coitado do homem, nunca me passou pela cabeça que fosse para aquilo. Mas é mesmo assim, a gente vende o que nos pedem e não pergunta para que será. 


Tudo isto terá dito o senhor Amável até o fotógrafo o mandar calar, e por isso apenas nos chegou a foto que retrata a sua incomodidade. E quando lhe disseram que se colocasse frente ao rolo, e que mostrasse aos leitores como era essa corda, tornando-se assim um nobre servidor do jornalismo, da imperiosidade de informar o público sedento de detalhes, o senhor Amável lá se colocou ao lado do rolo,  fazendo um esforço para endireitar as costas que a idade e os anos ao balcão encurvaram, e agarrou um pedaço de corda entre os dedos, a horrível corda, mas também a resistente e prestimosa corda, que cumpre aquilo que o homem lhe pede, a mesma corda que um homem colocou à volta do seu pescoço, a mesma que o suspendeu no ar, e lhe garroteou o pescoço, essa horrível, sim, mas também resistente e prestimosa  corda do senhor Amável.

publicado por CRomualdo às 21:00

editado por João Machado às 03:03
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Domingo, 22 de Maio de 2011

50 Belcanto - Coro do Teatro alla Scala - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Va Pensiero, o famoso “coro dos escravos hebreus” da ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi, está de tal forma enraizado na cultura popular que dificilmente se encontrará quem não o conheça e não o tenha trauteado em algum momento, ainda que possa desconhecer o seu autor e o contexto no qual nasceu.


Nabucco foi a terceira ópera de Verdi e diz a lenda que poderia nunca ter existido. Enquanto  este compunha a sua segunda ópera, Un Giorno di Regno, a mulher de Verdi faleceu. O compositor conseguiu terminar a obra com grande sacrifício, mas esta acabaria por revelar-se um enorme fracasso. Desesperado, Verdi decidiu abandonar a composição, e só a custo Bartolomeo Merelli, empresário do Teatro alla Scala, de Milão, conseguiu convencê-lo a compor uma nova obra, Nabucco, a partir de um libreto de Temistocle Solera. Diz a lenda que foram os versos de Va pensiero, inspirados no Salmo 137, que ajudaram Verdi a recuperar a fé na sua música e que o animaram a escrever Nabucco, a qual, ao contrário da sua predecessora, foi um enorme êxito desde a sua estreia.

 

A acção de Nabucco acompanha a luta dos hebreus, derrotados frente ao rei Nabucodonosor, da Babilónia (que destruiu Jerusalém e o seu Templo), e condenados a um período de cativeiro e exílio.


Escrita e estreada durante a ocupação de Itália (os austríacos controlavam o norte, os Bourbons governavam Napóles, e a Igreja controlava Roma e o Estados papais),  Nabucco  estabelecia uma analogia clara entre o desejo de liberdade do povo hebreu e o sentimento patriótico dos italianos. A obra tornou-se rapidamente um instrumento político, aproveitado pelo Risorgimento, o movimento político que aspirava à unificação do Estado italiano.


Com versos como “Oh mia patria si bella e perduta!” (Oh, minha pátria, tão bela e perdida!), Va pensiero  ganhou rapidamente a dimensão de um hino.  Hoje, perdido já esse contexto de época, continua a ser a bela expressão musical de uma aspiração que tem movido grandes conjuntos ao longo da história da Humanidade: a da liberdade e autodeterminação.


Com o Coro e Orquestra do Teatro alla Scala  de Milão, dirigidos pelo maestro Riccardo Muti, encerramos a primeira série do “Bel Canto”, a rubrica na qual, ao longo dos últimos meses, procurámos apresentar-vos alguns dos melhores cantores de sempre. Retomaremos esta rubrica futuramente e nessa segunda série comprometemo-nos a trazer os grandes nomes do canto lírico que ainda não passaram por esta rubrica e sem a qual ela ficará incompleta. Esperamos que tenham gostado e que regressem connosco para a segunda série.

 


 

publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Carlos Loures em 20/05/2011 às 14:26
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Sábado, 21 de Maio de 2011

49 Belcanto - Alfredo Kraus - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Alfredo Kraus, um dos grandes tenores do século XX, nasceu em Las Palmas de Gran Canaria,  em 1927, e morreu em Madrid, em 1999. Influenciado pelo seu irmão, Francisco Kraus, barítono, começou cedo os seus estudos musicais e estreou-se em palco como intérprete de zarzuela, esse género lírico-dramático espanhol, em que alternam partes instrumentais, vocais e dança, e que deve ao seu nome ao Palacio de la Zarzuela, onde se encenaram as primeiras representações do género.

 

 

A estreia operática dá-se em 1956, no Cairo, no papel do Duque, do Rigoletto. Dois anos depois, Kraus interpretou o Alfredo, de La Traviata, em Lisboa, no Teatro Nacional S. Carlos, contracenando com Maria Callas.


Grande intérprete do bel canto, Kraus celebrizou-se ao longo da sua carreira em papéis como o de Werther, da ópera homónima de Massenet,  o Fausto, de Gounod, Arturo, de I Puritani, de Bellini, ou o Nemorini, de L’Elisir d’ Amore, de Donizetti.


Exemplo de longevidade na carreira, graças a uma notável técnica e a uma cuidadosa gestão do repertório, Alfredo Kraus cantou regularmente até aos setenta anos. Reconhecido pela sua integridade, profissionalismo, e respeito pelos colegas e pelo seu ofício, Kraus tornou-se um dos mais celebrados tenores do século XX, conquistando a admiração de várias gerações de amantes da ópera.  Em 1991 recebeu o prémio Príncipe das Astúrias, em conjunto com outros compatriotas famosas do canto lírico, como Placido Domingo e Monserrat Caballé.


Na sua longa carreira, Kraus nunca deixou de interpretar a zarzuela, género que apreciava particularmente. Uma das árias mais conhecidas do seu repertório de zarzuela, é La Dolorosa, de José Serrano, um dos mais famosos autores deste género, com mais de 50 títulos. Estreada em Valência, em 1930, La Dolorosa descreve os costumes aragoneses de inícios do século XX.  Numa excelente interpretação de Alfredo Kraus, vamos ouvir La Roca Fría del Calvario, ária de Rafael, o protagonista, um pintor atormentado por um desgosto amoroso, que se refugia num convento aragonês. 

 



publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Carlos Loures em 20/05/2011 às 14:24
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Sexta-feira, 20 de Maio de 2011

48 Belcanto - Frederica von Stade - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Frederica von Stade, mezzo-soprano norte-americana (nasceu na Nova Jérsia, em 1945), teve um início de carreira auspicioso, conseguindo, em 1970, um contrato com o Metropolitan de Nova Iorque durante as audições com jovens cantores líricos. Estreia-se em 1971 com um dos seus mais memoráveis papéis, o de Cherubino em As Bodas de Fígaro, de Mozart, a par com outra estreante (no papel de Condessa): Kiri Te Kanawa.

 

 

 

 

Grande especialista de bel canto, interpretou brilhantemente La Cenerentola e Il Barbiere de Siviglia, de Rossini, assim como La Sonnambula, de Bellini, mas tem sido igualmente uma notável intérprete do repertório francês, com destaque para as obras de Berlioz, Debussy e Ravel.

 

Vários compositores contemporâneos escreveram papéis especificamente para ela, como foi o caso da personagem “Tina”, de Dallas Opera, do compositor americano Dominick Argento, o mesmo tendo acontecido em The Aspern Papers, do mesmo autor, Dangerous Liaisons, de Conrad Susa, e Dead Man Walking, de Jake Heggie. Com o compositor Richard Danielpour, von Stade desenvolveu Elegies, porventura um dos trabalhos com maior significado pessoal, já que o compositor teve como base as cartas que o pai de Frederica, Charles von Stade, escreveu à família durante a sua participação na II Guerra Mundial. O soldado morreria dois meses antes do nascimento da filha.

 

Recebeu já múltiplas distinções no seu país, assim como a Ordem das Artes e Letras do governo francês.


 

Das Bodas de Fígaro (Le nozze di Figaro), de W. A. Mozart, ópera buffa composta em 1786, Frederica Von Stade canta uma das mais famosas passagens desta obra, Voi Che Sapete, ária do pajem Cherubino. 

 

 


 

 

 

publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Carlos Loures às 14:23
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Terça-feira, 17 de Maio de 2011

45 Belcanto - Placido Domingo - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Do grande tenor e maestro Placido Domingo já por aqui falámos, mas  hoje recordamos a importância da música espanhola, alguma dela praticamente desconhecida internacionalmente, no repertório deste tenor. Com efeito, ao longo da sua já longa carreira Domingo tem contribuído para a divulgação de inúmeros compositores espanhóis.

 


 

 

É o caso de Pablo Sorozábal, compositor e maestro basco (1897-1988), conhecido em particular pela suas obras sinfónicas e líricas, nomeadamente zarzuelas e operetas. A morte de Sorozabal, aos 91 anos, marcou, de certa forma, o fim da zarzuela, ou não fosse o compositor   e maestro o último dos grandes compositores deste género musical.


A sua obra mais famosa, La Tabernera del Puerto, uma zarzuela conhecida igualmente como Romance Marinheiro, com libreto de Federico Romero e Guillermo Fernández-Shaw, e que teve a sua estreia em 1936, em Barcelona, cerca de três meses antes do início da Guerra Civil. Por esse motivo, após a estreia em Barcelona, La Tabernera  só voltaria a ser encenada em 1940, já em Madrid, após o final da guerra.


“No puede ser”, romance do II Acto, faz parte do repertório habitual de Placido Domingo e a sua interpretação é particularmente  apreciada pelos amantes da zarzuela. 

 

 

 

 

publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Luis Moreira às 13:26
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Segunda-feira, 16 de Maio de 2011

44 – Janet Baker - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Dame Janet Baker (nascida em Inglaterra, em 1933) é uma mezzo-soprano reconhecida pela sua grande intensidade dramática e pelo seu rico e expressivo timbre vocal, que lhe permitiram alcançar interpretações memoráveis, em particular do repertório barroco, mas também de compositores contemporâneos como Benjamin Britten. 

 

 

Baker estreou-se em palco em O Segredo, de Smetana, tendo logo em seguida interpretado uma sucessão de óperas de Handel. Nos anos seguintes, foi consolidando um repertório iminentemente barroco – Purcell, Cavalli, Monteverdi, a par de outro mais contemporâneo, sendo nesse campo de destacar as suas interpretações de Britten, Strauss, Gluck e Berlioz.

 

 Revelou-se igualmente uma notável interprete de lieder e oratórios, tendo gravado as primeiras versões do oratório de Natal de Vaughan Williams, Hodie, da cantata Phaedra, escrita para ela por Benjamin Britten, e do ciclo de canções From the Diary of Virginia Woolf, de Dominick Argento.


Retirou-se dos palcos em 1982, com Orfeo ed Euridice, de Gluck, e escreveu um livro de memórias, Full Circle.


Um dos seus papéis mais memoráveis foi o de Dido, em Dido and Aeneas, de Henry Purcell, uma das primeiras óperas inglesas, e uma referência do repertório barroco. Inspirada no Livro IV da Eneida, de Virgílio, conta a história de amor entre Dido, rainha de Cartago, e Eneias, herói de Tróia, e o despero daquela após ser abandonada por Eneias.


A passagem mais célebre desta ópera, e uma das mais belas árias do repertório operático, é When I’m laid in Earth, também conhecida como o Lamento de Dido, ária final da ópera e despedida de Dido, que morre após a partida de Eneias. Janet Baker interpreta a seguir esta ária numa famosa encenação gravada em Glyndebourne, em 1966, com a direcção do maestro Charles Mackerras.

 

 

 

 


publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Carlos Loures em 15/05/2011 às 10:45
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Domingo, 15 de Maio de 2011

43 - BelCanto - Mario Lanza - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Do tenor Mario Lanza (EUA, 1921 – Itália, 1959) quase se poderia dispensar a apresentação, tal foi a notoriedade que alcançou, apesar da sua curta vida. Nascido em Filadélfia, em 1921, filho de pais italianos, iniciou os seus estudos de canto aos 15 anos. Estreou-se em Nova Orleães, como o Pinkerton da Madama Butterfly, de Puccini, mas bastou-lhe uma actuação no “Hollywood Bowl”, a famosa sala de espectáculos, para chamar a atenção do patrão da MGM, Louis B. Mayer,  que lhe ofereceu de imediato um contrato de sete anos com os seus estúdios. 

 

 

 

O primeiro filme que protagonizou, That Midnight Kiss,  foi um sucesso e lançou como grande sucesso musical a ária “Celeste Aida” da Aida, de Verdi, que hoje escolhemos para evocar Mario Lanza. Outros êxitos cinematográficos se lhe seguiram, entre eles The Great Caruso, biografia de Enrico Caruso, o grande ídolo de Lanza. A pesada máquina de Hollywood acabaria por não lhe permitir desenvolver a sua carreira nos palcos, onde acabaria por realizar poucas actuações.


Mario Lanza era conhecido pelo seu carácter impetuoso, uma força da natureza, com uma voz possante e a uma enorme versatilidade, que lhe permitia interpretar géneros diversos: árias operáticas, canções napolitanas, canções do cancioneiro popular americano, música sacra, etc.  Mas foi também um homem susceptível às tentações de Hollywood, e a sua debilitada saúde ressentiu-se da adição ao álcool. Diz-se que a sua morte prematura, aos 38 anos, por problemas cardíacos, poderá ter sido apressada por uma dieta radical à qual havia aderido e que fazia furor entre as estrelas de Hollywood.  


Apesar de tão curta carreira, Lanza é ainda hoje recordado como um dos maiores tenores de sempre, e muitos dos grandes tenores das gerações seguintes – Domingo, Pavarotti, Carreras - apontaram-no como grande fonte de inspiração.


Do primeiro acto de Aida, de Giuseppe Verdi, aqui fica “Celeste Aida”, a famosa ária de Radamés, aqui interpretada por Mario Lanza, no filme The Great Caruso”. 

 

 


 


publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Carlos Loures em 13/05/2011 às 20:23
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Sábado, 14 de Maio de 2011

42 - BelCanto - Anna Moffo - por Carla Romualdo e Carlos Loures a

Anna Moffo (1932-2006) foi uma soprano ítalo-americana (nasceu na Pensilvânia, filha de pais italianos), uma das maiores sopranos de coloratura da sua época, com um belo timbre e grande capacidade dramática, para além de uma belíssima presença física (chegou a ser considerada uma das mais belas mulheres de Itália).


 

 

Graças a uma bolsa de estudos, pôde estudar em Itália, e aí se estreou em palco, em 1955, como Norina, em Don Pasquale, de Donizetti. Foi-lhe, então, oferecido o papel de Cio-Cio-San numa produção televisiva da Madama Butterfly, emitida pela RAI, que a tornou famosa por toda a Itália. Seguiram-se convites para actuações em várias salas, na Europa e nos Estados Unidos, e o repertório de Moffo foi-se ampliando: Verdi, Mozart, Puccini, Bizet.


Infelizmente, Moffo não conseguiu manter o seu timbre durante muito tempo e na década de 1970, após pouco mais de década e meia de carreira, a soprano perdeu a voz. Nos anos seguintes conseguiu retomar a interpretação mas nunca mais foi capaz de recuperar o fulgor inicial.  


À semelhança de outras óperas do mesmo período, Lakmé, escrita em 1882 pelo compositor francês de Léo Delibes, recria um ambiente oriental, tão em moda no século XIX. A acção desenrola-se na Índia britânica e narra a história de amor infeliz entre um oficial britânico e a filha de um sacerdote Brâmane, a bela Lakmé. L’Air des clochettes, também conhecida como á “ária dos sinos”, é uma das passagens mais populares desta ópera. 

 

 

 

 



publicado por CRomualdo às 22:00

editado por Carlos Loures em 10/05/2011 às 14:44
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Sexta-feira, 13 de Maio de 2011

41 - Thomas Hampson e Marcello Giordani - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Thomas Hampson (EUA, 1955), barítono, e Marcello Giordani (Itália, 1963), tenor, são dois intérpretes destacados de uma nova geração de cantores líricos que tem alicerçado a sua carreira numa escolha criteriosa de papéis e em actuações bem-sucedidas nas grandes salas mundiais. 

 

Thomas Hampson

             Thomas Hampson

 

Hampson interpretou Mozart, Wagner, Rossini, Tchaikovsky, Verdi, Puccini, mas é também um destacado intérprete de lieder (Wolf, Strauss, Schubert), amplamente reconhecido pela sua gravação, com o maestro Leonard Bernstein, das Kindertotenlieder e das Lieder eines Fahrenden Gesellen, de Gustav Mahler. 

 

      Marcello Giordani

 

Marcello Giordani conseguiu ultrapassar os problemas vocais que sofreu no início da sua carreira e a partir de meados da década de 1990 relançou a sua carreira, com um repertório operático que inclui Verdi, Puccini, Bellini, Mozart,  Gounod, Massenet, Bizet, Rossini, etc.


Curiosamente, Hampson e Giordani criaram ambos fundações destinadas a apoiar novos talentos no canto lírico.


Ambos interpretam, no vídeo que hoje escolhemos, o final de Guillaume Tell, ópera de Giochino Rossini estreada em 1829, com libreto de Etienne de Jouy, inspirado na pela Wilhelm Tell, de Schiller, e que se baseia na lenda do lendário herói suíço que se opôs à tirania do império Habsburgo, da Áustria. 


 

 

 

 


publicado por CRomualdo às 22:15

editado por Luis Moreira às 21:53
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Quinta-feira, 5 de Maio de 2011

Vencidos, quem? - Augusta Clara

(em diálogo com a Carla a propósito do artigo dela sobre a morte de Bin Laden)

 

A minha primeira sensação de perplexidade perante o texto da Carla deu-ma o título – “Vencidos”. De imediato se formou na minha cabeça a interrogação: “Vencidos, quem? A quem se referirá ela?” O título não me deu a entender uma sensação de glória vencedora – nem isso dela esperaria, um apoio à vanglória de matar dos EUA, sempre em nome da libertação duma suposta ou verdadeira tirania, mesmo quando esse direito de ingerência não é coisa que se defenda.  Mas, também, nele não intuí qualquer espécie de compungimento perante a vítima, Bin Laden, neste caso.

 

Por isso, antes dos meus olhos terem começado a descer pela página, a minha perplexidade manteve-se, conhecendo eu como conheço as suas posições políticas, a sua inteligência e o modo agudo como consegue apreender aquilo que é mais humano dentro de nós e que tão bem sabe passar ao papel.

 

Depois, li-a a falar da Ilíada sobre a honra no campo de batalha, o respeito pelo adversário, pelo vencido. E, aí, percebi. Percebi o que queria dizer e não posso estar mais de acordo com ela: seja qual for o vencido, há que dar-lhe a dignidade final que ele, muitas vezes, não deu a outros que, por sua vez derrotou.

 

Mas essa digna postura dos adversários na Guerra de Tróia terá existido mesmo ou só estava na cabeça de Homero? Bom, mesmo que tudo assim se tenha passado, nas de hoje certamente que não se passa

 

Os seres humanos evoluíram muito cientificamente. Criaram toda a parafernália de equipamentos de morte, a maior parte dos quais não lhes permite sequer verem-se para se destruírem mutuamente, julgando, assim, terem evoluído para um estadio superior… Só isto daria todo um outro debate sobre a ciência e a responsabilidade dos cientistas que ficará para outra altura.

 

Mas, voltando ao texto da Carla, a palavra “vencidos” continuava às voltas na minha cabeça. Quem são os vencidos? Claro está que a questão que não conseguia resolver não se referia a seres humanos enquanto indivíduos. Esses são vencidos em cada hora, em cada minuto, em cada segundo, por todo o mundo e com uma crueldade em nada diferente da que este acto militar usou.

 

Por isso, a minha atormentada pergunta só podia ter a ver com vencidos políticos.

 

Porque não é preciso ser-se de esquerda para se sentir uma tremenda revolta ao assistir a actos de guerra desta natureza sem a menor preocupação com os que vivem junto do alvo visado, crianças ou não. É só preciso ser-se sensível, o que já não vai sendo pouco nos tempos que correm. E, infelizmente, a nossa sensibilidade, pouco conta para a erradicação do mal humano. Temos que nos socorrer daquilo a que se convencionou chamar política. É, pois, aqui que ser de direita ou de esquerda tem que fazer a diferença.

 

Mas o problema destes vencidos, os vencidos políticos, é mais complicado e por isso a palavra da Carla deu tantas voltas na minha cabeça.

 

Esqueçamos, agora, os EUA, porque todos nós, os que somos de esquerda, mesmo com as nossas divergências, temos, quanto à ambição de expansão imperial que continuam a manifestar, e quanto às configurações que ela assume, uma convergência de opiniões. Eu, pelo menos, acredito nisso.

 

A questão dos vencidos, suscitada pelo assassinato de Bin Laden, refere-se, no meu espírito, à questão do mundo muçulmano porque essa é uma das grandes, das maiores reflexões que temos que fazer se queremos entender o mundo onde vivemos e se tivermos vontade de actuar sobre ele. E a maior parte do mundo muçulmano, mesmo considerando as suas eventuais ideias de expansão, não tem nada a ver com as formas de actuar da AlQaeda.

Os povos muçulmanos não se sentem vencidos. Atacados sim, revoltados, muito, mas acabámos de ver como continuam combativos perante os poderes que os oprimem nos vários países. A sua História não parou. Sofre, apenas, os avanços e recuos da História de todos os povos e de todos os tempos.

 

Mas aqui não incluo os fanatismos que só têm a ver com os recuos, nunca com os avanços.

 

Humanamente, a não ser em quantidade, tanto me aflige ver os tais “efeitos colaterais” dos bombardeamentos das grandes potências, como convencer jovens a fazerem explodir-se ou mulheres a serem desfiguradas com ácido, etc., etc.

 

Claro que Bin Laden e a família foram vencidos humanamente. Claro que me horroriza ver crianças aos bocados. É evidente que a guerra do Iraque, o enforcamento de Sadam Hossein, a Guerra de Gaza, tudo isso me horroriza, como me horrorizou ver vídeos em que pessoas foram decapitadas como carneiros no matadouro, por muito malvados, muito agentes da CIA que fossem. Humanamente é tudo, igualmente, horrível.

 

Ninguém que seja capaz de praticar actos desta natureza, dum lado ou do outro, pode aspirar a ser construtor duma sociedade nova, livre da canga do mal que tem assolado a humanidade.

 

Por isso mantive o silêncio. Porque ou falamos e denunciamos, todos os dias, todas as mortes e atrocidades de que temos conhecimento, ou não vale a pena só falar nas que foram praticadas com mais espectacularidade.

 

E, como isso é impraticável, em termos de saúde mental, só nos resta a luta política.

 

Daí o meu silêncio. Daí aquela palavra – vencidos – ter andado às voltas na minha cabeça. E, ainda, andar.     

 

 

 

                                         

publicado por Augusta Clara às 16:00

editado por Luis Moreira às 19:21
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Quarta-feira, 4 de Maio de 2011

Vencidos, por Carla Romualdo

 

 

 

 

 

 

 

 

Algumas das páginas mais comovedoras da grande literatura universal são aquelas em que Príamo, rei de Tróia, pede a Aquiles que lhe devolva o corpo do seu filho, Heitor, a quem Aquiles matara em combate, para que a família possa honrá-lo com um funeral digno. Aquiles começara por arrastar o corpo de Heitor pelas muralhas de Tróia e Príamo vai até ele para pedir-lhe, olhando nos olhos o homem que havia matado o seu filho, que revele a sua grandeza de carácter mostrando respeito pelo adversário vencido, pela dignidade desse corpo cuja vida ele tirou, entregando-o aos seus, não permitindo que o cadáver seja exposto como trunfo de guerra. E Aquiles comove-se com o pedido de Príamo, entrega o corpo de Heitor ao seu pai, e aceita conceder a Tróia as tréguas necessárias para que a cidade possa prestar ao seu herói vencido as honras fúnebres que este merece.

 

Muito longínqua estará a Ilíada  dos tempos que correm, os combates já não se fazem corpo a corpo, mais se assemelham agora a videojogos, com alvos que passaram a ser cirúrgicos e vítimas civis renomeadas “danos colaterais”, mas não somos ainda os mesmos seres humanos que percorrem o poema de Homero? Não nos reconhecemos nas mesmas emoções, no mesmo impossível desejo de imortalidade, nas mesmas fraquezas e debilidades, na mesma grandeza que nos transcede?

 

Os vencedores das guerras já não devolvem à família o cadáver dos seus adversários. E os combates já não decorrem perante o olhar de todos, mas apenas dos senhores da guerra, que os comandam a partir das suas salas de controlo, como quem se entretém com uma consola, dando ordens a soldadinhos virtuais.

 

E nada se sabe sobre a morte dos vencidos, nem se apelaram à misericórdia dos algozes ou se ergueram a cabeça orgulhosamente enquanto esperavam a bala, se choraram a pedir clemência ou cuspiram no soldado que os dominava, se tombaram à primeira bala ou se agonizaram num sofrimento a que ninguém quis pôr fim, se foram levados ainda vivos para o bunker do inimigo (seja um quartel ou um navio de guerra), se foram mantidos vivos em segredo, sujeitos a interrogatório, torturados, ou se, tendo sido abatidos no local, foram os seus corpos enterrados em alguma tumba secreta, ou despejados para o oceano profundo e silencioso, para que nunca mais esses corpos possam ser recuperados, para que nunca contem a sua verdade a alguém. Ás famílias já não é concedida a possibilidade de honrarem pela última vez os seus, sepultando-lhes os cadáveres, nem sequer de saberem como foi a sua morte. Porque o vencedor, para ser digno e grandioso na sua vitória, deve ao vencido, por mais ignóbil, por mais cruel que este tenha sido, a dignidade na morte, o consolo da verdade e do luto para os seus, uma réstia de humanidade, afinal.

 

E por isso soam tão pusilânimes estes vencedores da guerra, que confundem a execução com a justiça, e continuam a invocar os deuses, a fazê-los cúmplices das suas acções, ou destino das suas oferendas sangrentas, mas não querem ver neles mais do que um protector cego e surdo, que os beneficie sem pedir contas, um espelho das suas próprias deformidades e das suas misérias.   

publicado por CRomualdo às 21:00

editado por João Machado às 01:45
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Sábado, 30 de Abril de 2011

30 Belcanto - Teresa Stratas - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Teresa Stratas, soprano nascida no Canadá, em 1938, e de origem grega, estreou-se em Toronto, aos 20 anos, no papel de Mimi, de La Bohème.


Dotada de uma grande intensidade dramática, e de um magnetismo pessoal que a fez receber o epíteto de “Baby Callas”, Stratas construiu uma carreira assente numa versatilidade surpreendente. Para além do repertório habitual de soprano (Mozart, Puccini, Verdi), estreou The Last Savage, de Menotti, The Ghosts of Versailles, de Corigliano, e foi a estrela da primeira apresentação integral da Lulu, de Alban Berg.

 


No final da década de 1970, conheceu Lotte Lenya, a viúva do compositor alemão Kurt Weil (Dessau, 1900 – Nova Iorque, 1950), que lhe cedeu as partituras de várias canções inéditas do marido. Lenya haveria de dizer que Stratas cantava as canções de Weil como se estas tivessem sido escritas para ela.


Já nos anos 80, Stratas viajou para Calcutá, onde trabalhou com a Madre Teresa no orfanato e no hospital de Kalighat, experiência que haveria de repetir num hospital da Roménia, na década seguinte.  


Composta por Weil em 1934, Youkali: Tango Habanera começou por ser um instrumental para Marie Galante, um musical escrito em parceria com o  francês Jacques Deval. Em 1946, Roger Farnay escreveu a letra e a canção tornou-se uma das mais conhecidas do ciclo de canções de cabaret de Weil.

 

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 22:00
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Sexta-feira, 29 de Abril de 2011

29 Belcanto - Placido Domingo - por Carla Romualdo e Carlos Loures

O maestro e tenor Placido Domingo  (nascido em Madrid, em 1941) é, porventura, o mais famoso e prestigiado intérprete operático vivo.  A sua carreira começou muito cedo,  no México, para onde os seus pais (ambos interpretes de zarzuelas) se mudaram quando Domingo era ainda criança, tendo tido a sua estreia em palco aos 16 anos. Cantou, nesses primeiros anos, nas produções em que participavam os seus pais e acabaria por ingressar na Ópera Nacional do México em 1959.


 

 

Desde então, Placido Domingo interpretou 119 papéis diferentes, mais do que qualquer outro tenor desde sempre. Um repertório que abarca Mozart, Verdi, Puccini, Bizet, Wagner, Berlioz, Leoncavallo, Menotti, Ginastera, entre outros. Cantou em todas as grandes salas de ópera por todo o mundo, gravou mais de 90 óperas integrais, participou em filmes, bateu o recorde de Caruso ao estrear 18 vezes no Metropolitan (Caruso ficara-se pelas 17).

 

As suas interpretações de grande intensidade dramática, a sua musicalidade, a voz poderosa, a versatilidade das suas interpretações são reconhecidas em todo o mundo. A sua participação como um dos "Três Tenores" (o trio que constituiu com Luciano Pavarotti e José Carreras) aproximaram-no de um público mais amplo, desconhecedor do mundo operático mas que foi capaz de resconhecer as qualidades vocais de Domingo.  

 

Nas últimas duas décadas realizou vários concertos de beneficência, que recolheram milhões de dólares para causas como a ajuda às vítimas do terramoto de 1985 no México ou para a luta contra a Sida. É igualmente reconhecido pelo seu apoio aos jovens intérpretes, nomeadamente através da criação de "Operalia", uma competição mundial fundada em 1993, e que anualmente premeia jovens cantores de ópera. 

 

Em 1992, Domingo protagonizou uma gravação cinematográfica de Tosca, célebre obra de Puccini, estreada em 1900. Esta versão teve a particularidade de ter sido gravada em Roma, nos cenários descritos no libreto. Com direcção de orquestra do maestro Zubin Mehta, eis uma das mais famosas árias de Puccini, E lucevan le stelle, lamento trágico do pintor Cavaradossi enquanto aguarda a execução. 

 

 


 

publicado por Carlos Loures às 22:00
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Quinta-feira, 28 de Abril de 2011

28 Belcanto - Barbara Hendricks - por Carla Romualdo e Carlos Loures

Nascida em 1948, nos EUA, Barbara Hendricks é uma das mais famosas sopranos da actualidade, reconhecida pelo seu timbre cálido e límpido, e pela grande versatilidade das suas interpretações.


 


 

Graduada em Matemática e Química, Hendricks acabaria por decidir dedicar-se em definitivo à música, tendo então sido admitida na selectiva Julliard School, em Nova Iorque, onde foi aluna da mezzo-soprano Jennie Tourel e onde participou em master classes da diva Maria Callas.

 

 

A sua carreira tem sido marcada por uma cuidadosa, mas amplíssima, escolha de repertório, que inclui ópera, lieder, música de câmara e até o jazz. Ao longo da sua carreira, tem interpretado obras de autores tão diversos quanto Mozart, Puccini, Bizet, Debussy, Stravinsky, Gounod, Mahler, Penderecki ou Sandström.

 

 

 

 

Barbara Hendricks tem igualmente dedicado grande parte do seu tempo a causas humanitárias. Para além de ser a mais antiga Embaixadora da Boa-Vontade em funções do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Hendricks criou, em 1998, a Fundação Barbara Hendricks para a Paz e Reconciliação, destinada a promover a reconciliação entre os povos em regiões anteriormente afectadas por conflitos. 

 

A viver na Europa desde 1977, Hendricks obteve a nacionalidade sueca e vive actualmente na Suíça. 

 

Entre as suas interpretações mais célebres e apreciadas, está a ária de Roméo et Juliette, de Charles Gounod, Ah! Je veux vivre" (também conhecida como a valsa de Julieta), uma da mais populares do repertório operático.


  

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 22:00
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