Digamos que se trata de uma balada romântica alternativa, a começar pelo originalíssimo videoclipe.
“All is full of love” foi lançado em 1999, o quinto single a ser extraído do álbum “Homogenic” da islandesa Björk.
Nesta balada fundem-se sons aparentemente produzidos por máquinas, instrumentos de cordas e até uma harpa. Romantismo pós-moderníssimo, robots enamorados, que cantam a certeza de que o amor há-de encontrá-los, de que o amor está, afinal, à nossa volta, por toda o lado.
A canção foi incluída no filme de terror “Stigmata”, estranho destino para uma canção de amor, mas também é certo que esta o é de uma forma muito inconvencional.
O video, dirigido por Chris Cunningham, recebeu vários prémios e está em exibição permanente no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
O amor está por todo o lado.
“With or without you” anda a ser tocada ao vivo pelos U2 desde 1987, praticamente sem interrupções, e produz o mesmo coro de aplausos e gritos de entusiasmo de cada vez que soam os seus primeiros acordes.
Exemplo perfeito da canção que não envelhece e na qual as novas gerações vão descobrindo novos significados, “With or without you” pode ser lida como uma canção romântica, mas não se esgota nessa leitura. A letra fala de incompletude, de busca, de insatisfação, de contradição que se aspira a superar.
Na lista das 500 Melhores Canções de Todos os Tempos, essa lista altamente subjectiva que a revista “Rolling Stone” compilou há anos, “With or without you” surge no lugar #132. Quando, anos mais tarde, a mesma revista escolheu as melhores canções pop de sempre, a canção subiu para o lugar #8.
Primeiro single do álbum “The Joshua Tree”, de 1987, a canção teve um parto difícil, foi abandonada algumas vezes a meio, e por pouco não foi parar à gaveta do material inacabado.
À sua maneira imperfeita, é também uma canção de amor.
Cindy Lauper, cantora, compositora e actriz americana, conseguiu em 1984, com o seu álbum “She´s so unusual”, a proeza de ser a primeira mulher a reunir quatro singles no top cinco dos Estados Unidos.
Entre os singles extraídos desse disco estava “Time after time”, uma balada nostálgica, que faz hoje parte de boa parte das compilações de melhores músicas da década de 1980.
A canção foi composta por Cindy Lauper e pelo músico Rob Hyman, que participou na gravação do disco, e calcula-se que o single terá vendido cerca de 700 mil cópias só nos EUA e no Reino Unido.
Não menos impressionante é a lista de músicos que gravaram a sua versão de “Time after time”, uma lista que inclui mais de uma centena de artistas, entre os quais Miles Davis, Tracy Chapman, Everything But The Girl, Cassandra Wilson ou Mariah Carey.
E se Cindy Lauper, com os seus cabelos tingidos de vermelho, os brincos espalhafatosos, e a maquilhagem carregada, se tornou um ícone dos anos 80, esta canção resistiu a ser datada e tem-se aguentado bem no século XXI.
“MM” tem a particularidade de ser um disco de estreia gravado ao vivo e de entre as suas doze faixas incluir unicamente um inédito. Mas foi também o disco mais vendido no Brasil no ano de 1989, proeza assinalavel para uma debutante.
Marisa Monte, que é hoje talvez a cantora brasileira mais conhecida e premiada internacionalmente, teve então o seu primeiro grande êxito com o single extraído de “M.M.”: “Bem que se quis”, uma versão de Nelson Motta de “E Po’Che Fa” do italiano Pino Daniele.
O disco incluía versões de clássicos como “Preciso Me Encontrar”, de Cartola ou “Speak Low”, de Kurt Weil, mas “Bem que se quis” apresentou ao Brasil e ao mundo a grande voz de Marisa e é uma das canções românticas mais charmosas das últimas décadas.
Primeiro álbum de Prince com os Revolution, a sua banda de apoio, “Purple Rain”, de 1984, tornou-se um álbum mítico, constantemente incluído nas mais diversas listas de “melhores álbums pop/rock de sempre”.
“Purple Rain”, a canção que dá título ao álbum, é uma balada na qual se fundem rock, pop e gospel e uma dessas canções que se transformam no símbolo de uma época. Prince, com os seus punhos de renda e os barrocos solos de guitarra, fez de “Purple Rain” uma das mais representativas bandas sonoras dos anos 80 do século passado.
“Purple Rain” é também o título do filme lançado aquando do disco e que é uma biografia ficcionada de Prince, na qual se descreve a sua ascenção na música e o seus dramas familiares e amorosos.
Incluída na famosa lista das "500 melhores canções de sempre" elaborada pela revista Rolling Stone (surge na posição #143), “Purple Rain” deu origem a uma impressionante lista de versões, que inclui artistas tão díspares quanto a cantora country LeAnn Rimes, os Waterboys, Peter Murphy, Ben Harper, Etta James ou Patti Labelle.
Quase trinta anos depois do seu lançamento já se pode dizer isto: um clássico.
Talvez já não se lembrem mas há 20 anos, entre 1990 e 1991, o país inteiro cantava duas canções: “Não há estrelas no céu” e A Paixão (segundo Nicolau da Viola)”.
Da primeira não devem ter dificuldade em lembrar-se, decerto são capazes de trauteá-la. Talvez não consigam identificar a segunda pelo título, mas se copiarmos aqui os versos do refrão, o mais certo é animarem-se a cantá-la em seguida:
“Mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel de rubi
para te levar ao concerto
que havia no Rivoli”
“Mingos & Os Samurais”, quinto álbum de estúdio de Rui Veloso, em parceira com o letrista Carlos Tê, receberia 7 discos de platina, o que equivale a 140.000 discos, uma façanha para um artista português.
O disco conta a história de uma banda fictícia dos anos 60, “Mingos & Os Samurais”, e dos seus jovens músicos.
“A Paixão (Segundo Nicolau da Viola)”, mais conhecida como O anel de rubi, é um lamento de um músico apaixonado, que não consegue que a sua amada partilhe a sua paixão pela “música maluca sempre a subir” que lhe enche as medidas. E termina decretando impossível o amor entre quem não escuta a mesma melodia. O que, bem vistas as coisas, é capaz de ser demasiado radical.
Em 1989, Chris Isaak, músico americano com algumas participações ocasionais como actor em filmes, lançou o álbum “Heart Shaped World”. Até então Isaak não havia conseguido grande notoriedade e o álbum parecia destinado a fazer um percurso modesto. Mas o realizador David Lynch escolheu a versão original de uma das canções do álbum, Wicked Game, para integrar a banda sonora do seu filme “Wild at Heart” (Um Coração Selvagem).
O filme, que haveria de ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1990, foi um dos maiores êxitos de público de Lynch e a canção, que pouco depois começou a rodar nas rádios na sua versão vocal, rapidamente subiu nos tops de vendas da Europa e dos Estados Unidos.
O videoclip a preto e branco, com o próprio Isaak e a top-model Helena Christensen a rodarem pela areia de uma praia paradisíaca, foi um dos favoritos dos canais de música MTV e VH1. E Wicked Game, balada sensual e misteriosa, é uma das canções românticas de maior sucesso dos últimos anos.
. Ligações
. A Mesa pola Normalización Lingüística
. Biblioteca do IES Xoán Montes
. encyclo
. cnrtl dictionnaires modernes
. Le Monde
. sullarte
. Jornal de Letras, Artes e Ideias
. Ricardo Carvalho Calero - Página web comemorações do centenário
. Portal de cultura contemporânea africana
. rae
. treccani
. unesco
. Resistir
. BLOGUES
. Aventar
. DÁ FALA
. hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
. ProfBlog
. Sararau