Luis Moreira ( um coração desenhado na perfeição)
Qualquer cão que me veja na rua, vem direitinho a mim, a rosnar, mesmo a ladrar, é certinho. Os donos dizem sempre que não percebem, pois o cão é meigo, não faz mal a ninguem. Mas eu sei porque é. Tenho um medo incrivel dos cães, ficou-me de quando andava nas quintas à fruta com a malta, e um dia andei quilómetros em cima de um muro com uns quantos cães a ladrarem-me às canelas. Então não é que os cães pressentem o meu medo?
Mas tive um cão (era de um amigo meu) um Labrador, que foi a excepção, o raio do cão que me via de 15 em 15 dias senão mais, logo que me via ia buscar uma pinha e atirava a pinha para os meus pés para eu brincar com ele. Atirava a pinha contra mim, levantava-se com a pinha na boca e mostrava-a e não me largava enquanto eu não brincasse com ele. Tive um desgosto quando morreu com uma daquelas doenças infecciosas que os atacam e que é fulminante.
Um dos cães que viviam com o Labrador era um Cão-de-Água algarvio, com os caracóis a cairem-lhe sobre os olhos, preto, que mal eu me atirava para a piscina ele já não me largava, bebi uns litros de água à conta do cão. Outro, tambem desse meu amigo, era um Serra da Estrela, taciturno, desaparecia por largos momentos e voltava de vez em quando para ver se estava tudo controlado para desaparecer a seguir.
Eram três animais completamente diferentes, não só no aspecto, mas muito principalmente no caracter, tive um enorme carinho por esses animais que gostavam de mim, não me ladravam e brincavam comigo. Eram animais com terreno para correr e brincar, assim gosto de ver e, palpita-me, que os cães que não gostam de mim é porque passam toda a vida dentro de um apartamento, são como eu, "cão de campo não gosta de capoeira".