Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2011

Israel - o ínicio

 

Luis Moreira

 

 

 

Em 1896 um jornalista veniense, Theodoro Herzl, promoveu pela primeira vez o movimento sionista e a esperança de uma nação distintamente Judaica. A questão era: que nação iria avançar e oferecer-lhes um espaço?

 

Arthur James Balfour, um conservador político britânico, adivinhando o ocaso da sua vida política, anunciou o muito aguardado plano de uma nação para todos os Judeus do mundo - a Declaração de Balfour . O plano teria como objectivo, acenar aos Judeus Russos com um território na Palestina, ao jeito de uma medalha, se conseguissem persuadir as autoridades russas a não interferir na Primeira Guerra Mundial. Os Franceses logo apoiaram a ideia. Ainda o Reino Unido não tinha a posse de qualquer território na Palestina e já Balfour, como ministro dos negócios estrangeiros oferecia a Lord Rothschild, um financiador de projectos naquele território "uma nação para o povo Judaico". Não ter nenhum território na Palestina era um pequeno problema porque o Império Otomano estava perante uma derrota eminente após o que a Palestina ficaria na posse da França ou do Reino Unido.

 

A Palestina tinha feito parte da Síria, era um território muito pouco desenvolvido (havia um único carro em toda a região). Com o Reino Unido a governar e com a chegada de mais Judeus provenientes da Rússia, a Palestina floresceu. Montou-se um sistema hidroeléctrico e linhas telefónicas, foi construído o porto de Haifa, a nova cidade de Telavive foi fundada em cima das dunas e a Universidade Judaica foi inaugurada pelo próprio Balfour. Mas, no conjunto, o território continuava a ser árabe e não judaico. Telavive, pela primeira vez, dava aos judeus uma calma de vida de quem faz parte da maioria. Golda Meir, judia que nascera na Rússia e que em criança fugira com seus pais para os Estados Unidos, social-democrata que viria a ser primeira ministra, admitia que era "sem piedade" que via os bairros judeus crescerem. Mesmo assim, havia uma proporção de um judeu para três muçulmanos, na Palestina britânica.

 

Mas o plano de Balfour tinha uma falha e não era pequena. A sua declaração afirmara que os islamitas e os outros povos da região "já tinham direitos religiosos e civis" que deveriam ser respeitados, mas o direito que os muçulmanos queriam ver respeitado era o de serem dominantes na terra a que chamavam sua e moldar a sua vida diária segundo os ensinamentos de Alá. Outro direito que reclamavam era o controlo de Jerusalém e dos lugares sagrados para o Islão, Judaísmo, e Cristianismo.

 

Balfour não se deu conta que o seu plano teria implicações muito graves. A chegada de judeus era um fluxo muito superior à chegada de árabes e, as nações árabes á volta, não viam com bons olhos a nova situação apesar das enormes ajudas financeiras e de tecnologia que os países ocidentais lhes asseguravam. Tentou-se que o fluxo de judeus não tomasse aquelas proporções, mas, depois de 1945 a Organização Sionista Mundial exigiu que um milhão de judeus espalhados pela Europa  e por outros territórios, fossem admitidos na Palestina.

 

Depois de conhecidos os detalhes do Holocausto, milhões de pessoas em todo o mundo apoiavam a criação de uma pátria judaica na Palestina! Entretanto, muitos judeus, perante a incapacidade das Nações Unidas de resolverem o problema , desceram à clandestinidade e passaram a uma fase de luta armada com atentados contra as autoridades britânicas que ainda controlavam o território.

 

Cerca de noventa mil soldados britânicos controlavam o território, um esforço tremendo para um país devastado pela guerra e que estava a retirar-se da Índia um território há muito a viver na órbita britânica. Porque haveriam de continuar na Palestina onde os seus interesses eram muito menores? Como pano de fundo crescia a guerra fria entre os US e a Rússia que, nesses tempos, anexava os territórios circundantes que viriam a constituir a ex-União Soviética. O petróleo aguçava os apetites dos dois gigantes. O medo que o comunismo tomasse conta do médio oriente não foi suficiente para manter os britânicos no território.

 

Nas Nações Unidas por 35 países a favor ( entre os quais estavam a Rússia e os US) e 32 contra, aprovou-se a constituição de dois estados, com Jerusalém como zona neutra, bem como Belém, local do nascimento de Cristo. Mas os árabes não aprovaram este plano.

 

Um mês depois nascia o Estado de Israel!

 

(continua)

 

( com Geoffrey Blainey - uma breve história do século XX )

publicado por Luis Moreira às 13:00
link | favorito

.Páginas

Página inicial
Editorial

.Carta aberta de Júlio Marques Mota aos líderes parlamentares

Carta aberta

.Dia de Lisboa - 24 horas inteiramente dedicadas à cidade de Lisboa

Dia de Lisboa

.Contacte-nos

estrolabio(at)gmail.com

.últ. comentários

Transcrevi este artigo n'A Viagem dos Argonautas, ...
Sou natural duma aldeia muito perto de sta Maria d...
tudo treta...nem cristovao,nem europeu nenhum desc...
Boa tarde Marcos CruzQuantos números foram editado...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Eles são um conjunto sofisticado e irrestrito de h...
Esse grupo de gurus cibernéticos ajudou minha famí...

.Livros


sugestão: revista arqa #84/85

.arquivos

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

.links