Luis Moreira
Em 1896 um jornalista veniense, Theodoro Herzl, promoveu pela primeira vez o movimento sionista e a esperança de uma nação distintamente Judaica. A questão era: que nação iria avançar e oferecer-lhes um espaço?
Arthur James Balfour, um conservador político britânico, adivinhando o ocaso da sua vida política, anunciou o muito aguardado plano de uma nação para todos os Judeus do mundo - a Declaração de Balfour . O plano teria como objectivo, acenar aos Judeus Russos com um território na Palestina, ao jeito de uma medalha, se conseguissem persuadir as autoridades russas a não interferir na Primeira Guerra Mundial. Os Franceses logo apoiaram a ideia. Ainda o Reino Unido não tinha a posse de qualquer território na Palestina e já Balfour, como ministro dos negócios estrangeiros oferecia a Lord Rothschild, um financiador de projectos naquele território "uma nação para o povo Judaico". Não ter nenhum território na Palestina era um pequeno problema porque o Império Otomano estava perante uma derrota eminente após o que a Palestina ficaria na posse da França ou do Reino Unido.
A Palestina tinha feito parte da Síria, era um território muito pouco desenvolvido (havia um único carro em toda a região). Com o Reino Unido a governar e com a chegada de mais Judeus provenientes da Rússia, a Palestina floresceu. Montou-se um sistema hidroeléctrico e linhas telefónicas, foi construído o porto de Haifa, a nova cidade de Telavive foi fundada em cima das dunas e a Universidade Judaica foi inaugurada pelo próprio Balfour. Mas, no conjunto, o território continuava a ser árabe e não judaico. Telavive, pela primeira vez, dava aos judeus uma calma de vida de quem faz parte da maioria. Golda Meir, judia que nascera na Rússia e que em criança fugira com seus pais para os Estados Unidos, social-democrata que viria a ser primeira ministra, admitia que era "sem piedade" que via os bairros judeus crescerem. Mesmo assim, havia uma proporção de um judeu para três muçulmanos, na Palestina britânica.
Mas o plano de Balfour tinha uma falha e não era pequena. A sua declaração afirmara que os islamitas e os outros povos da região "já tinham direitos religiosos e civis" que deveriam ser respeitados, mas o direito que os muçulmanos queriam ver respeitado era o de serem dominantes na terra a que chamavam sua e moldar a sua vida diária segundo os ensinamentos de Alá. Outro direito que reclamavam era o controlo de Jerusalém e dos lugares sagrados para o Islão, Judaísmo, e Cristianismo.
Balfour não se deu conta que o seu plano teria implicações muito graves. A chegada de judeus era um fluxo muito superior à chegada de árabes e, as nações árabes á volta, não viam com bons olhos a nova situação apesar das enormes ajudas financeiras e de tecnologia que os países ocidentais lhes asseguravam. Tentou-se que o fluxo de judeus não tomasse aquelas proporções, mas, depois de 1945 a Organização Sionista Mundial exigiu que um milhão de judeus espalhados pela Europa e por outros territórios, fossem admitidos na Palestina.
Depois de conhecidos os detalhes do Holocausto, milhões de pessoas em todo o mundo apoiavam a criação de uma pátria judaica na Palestina! Entretanto, muitos judeus, perante a incapacidade das Nações Unidas de resolverem o problema , desceram à clandestinidade e passaram a uma fase de luta armada com atentados contra as autoridades britânicas que ainda controlavam o território.
Cerca de noventa mil soldados britânicos controlavam o território, um esforço tremendo para um país devastado pela guerra e que estava a retirar-se da Índia um território há muito a viver na órbita britânica. Porque haveriam de continuar na Palestina onde os seus interesses eram muito menores? Como pano de fundo crescia a guerra fria entre os US e a Rússia que, nesses tempos, anexava os territórios circundantes que viriam a constituir a ex-União Soviética. O petróleo aguçava os apetites dos dois gigantes. O medo que o comunismo tomasse conta do médio oriente não foi suficiente para manter os britânicos no território.
Nas Nações Unidas por 35 países a favor ( entre os quais estavam a Rússia e os US) e 32 contra, aprovou-se a constituição de dois estados, com Jerusalém como zona neutra, bem como Belém, local do nascimento de Cristo. Mas os árabes não aprovaram este plano.
Um mês depois nascia o Estado de Israel!
(continua)
( com Geoffrey Blainey - uma breve história do século XX )
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