Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2011

Carta aberta ao Presidente da República - por Júlio Marques Mota

Coimbra, 28 de Janeiro de 2011

 

 

Ex.mo Senhor Presidente da República

 

Com conhecimento: ao Primeiro-Ministro, ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, à Ministra do Trabalho e aos líderes parlamentares.

 

Carta Aberta

 

A propósito de silêncios

 

Senhor Presidente, como cidadão e como profissional uma carta aberta sobre o caso BPN e sobre o ensino superior em Portugal lhe escrevi, mas nenhuma resposta, nenhum sinal sequer de recepção alguma vez recebi, o que já não aconteceu, sublinhe-se, com os seus segundos destinatários, por respeito institucional, como o Primeiro-ministro José Sócrates e com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago.

 

Senhor Presidente, o tempo das eleições terminou, e desse tempo a luz dos holofotes sobre os candidatos, essa, por mais quatro anos, se apagou. Do resto, o que ficou? Um Presidente a 25 por cento dos votos possíveis, mas é o nosso Presidente e é esse facto que a história já registou. E dessa noite, também, uma sensação amarga nos ficou, com o discurso que ouvimos, pois uma vez eleito, o Presidente de todos nós, portugueses, para todos nós não falou, porque uma linguagem de concórdia entre os portugueses bem esperada, não foi essa a que utilizou.

Nessa noite de eleições, a diferença entre o discurso esperado e o discurso proferido foi tal que um analista na televisão chegou ao ponto mesmo de encontrar uma equivalência, uma espécie de noite das facas longas, mas felizmente, muito felizmente mesmo, estamos longe, longe da barbárie a que a noção de equivalência remetia. Distracção do jornalista. Nessa noite de um tempo de renovação de mandato e numa altura de crise tão violenta que todos queremos ver passada, nessa noite, era uma linguagem de futuro que a todos cabia ouvir porque cada um de nós se sente assustado sem um futuro poder minimamente garantir.

 

Senhor Presidente, nessa noite, foi a linguagem da discórdia que falou mais alto, foi esta que se fez entender, tomando como ponto de partida a situação do BPN, tomando como ponto de chegada aquilo que ninguém de bom senso pode alguma vez entender: que as eleições foram em si a prova de que o que foi dito à volta do BPN é uma questão pelo povo eleitor a dever esquecer, uma vez que as respostas tinham sido dadas a quem as quis entender. Não, senhor Presidente, uma coisa é votar em si como candidato, outra coisa é não compreender o que se passou, em termos de transparência de valores que cada um de nós no seu Presidente gostaria de reconhecer. Que não se confundam os planos, é essa a nossa sugestão.

 

Senhor Presidente, uma coisa se sabe, uma transacção de títulos efectuada fora de mercado, como tantas se fazem, como se fizeram recentemente com a Goldman Sachs e Facebook, é uma das operações que se fazem todos os dias, se bem que esta última tem na sua peugada a polícia, porque exactamente feita fora da bolsa e dos mecanismos de transparência que esta garante ou é presumível garantir, e já agora ninguém pode levar a mal, sem nenhuma má intenção, que o mais comum dos mortais que todos nós somos entenda que esta transacção é especial pelas suas duas contrapartes envolvidas: a primeira, a entidade compradora pela parte do BPN, está presa e vai ser julgada, a segunda, essa, era o candidato que é agora, de novo, o Presidente de todos os portugueses. Dessa transacção que transparente não pode ser chamada houve mais-valias pagas por um Banco falido, agora nacionalizado, a um seu amigo pessoal, hoje Presidente de todos nós, que as recebeu como mais-valias geradas pelo mercado (qual?) mas em que agora se sabe terem sido menos-valias transformadas em custos que seremos todos nós, os contribuintes portugueses, que as iremos afinal pagar. Não, senhor Presidente, não podemos lamentar que o mais simples dos contribuintes não perceba que estas mesmas mais-valias não possam ser devolvidas ao erário público, ao Banco donde saíram, porque caso contrário, será cada um dos mais simples contribuintes que somos todos nós que as iremos repor, e isto não é, nunca foi, dizer mal de ninguém. Esta é apenas a lógica da realidade imposta a posteriori, é certo, a exigir, uma outra atitude sua, creio, também ela necessariamente a posteriori, depois de conhecida a realidade de agora do BPN, realidade que então desconhecia, como é suposto admitir. É apenas a lógica da moralidade ao longo do tempo.

 

 

 

publicado por Carlos Loures às 21:00

editado por Luis Moreira às 11:12
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Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2011

Cavaco Silva e o BPN - Miguel Sousa Tavares no Expresso

coordenação de Augusta Clara de Matos

 

 

Daqui e Dali

Miguel Sousa Tavares - Expresso

«Não me admira muito a facilidade com que Cavaco Silva se deixou enredar na armadilha do BPN. Pode-se pensar que foi falta de previsão da sua parte, mas eu acho que foi antes falta de visão: Cavaco Silva acha-se genuinamente acima e imune ao que considera "baixa política". E baixa política, para ele, pode ser muita coisa, mesmo aquilo que é perfeitamente legítimo e normal na luta política. A sua pretensão é a de andar à chuva sem se molhar, fazer política fingindo-se acima dela. Ainda na recente mensagem de Ano Novo, referiu-se aos "agentes políticos", como se deles não fizesse parte: E antes execrou a pestífera espécie dos "políticos profissionais", como se os dezassete anos que leva de funções políticas públicas tivessem sido desempenhados a título gracioso. E o mesmo em relação ao desdém que vota à "política partidária", como se não tivesse chefiado durante dez anos um partido político.

Não admira, assim, que, desenterrado o assunto BPN, Cavaco Silva tenha reagido conforme a sua natureza política, em três diferentes e sucessivos andamentos: indignação majestática, desconsideração política e intimidação senhorial. Na primeira fase, achou que lhe bastaria dizer que seria preciso que alguém "nascesse duas vezes" para conseguir ser tão honesto como ele - uma resposta à medida da superioridade moral que atribui a si mesmo, mas contraproducente, visto que reconhecia que o assunto BPN era uma questão de honestidade. Na segunda fase, achou (como no caso da "conspiração das escutas", engendrada entre Belém e o "Público"), que se podia contentar com explicações que não vinham ao caso e nada interessavam: que consultassem a sua declaração de rendimentos (que não contém respostas a nada do que está em causa); que aplicou as suas poupanças em quatro bancos (o que só seria relevante saber se nos outros três tivesse obtido lucros tão extraordinários e fulminantes como no BPN); que se tratava de ‘poupanças de uma vida de trabalho’, (como se o que importasse fosse conhecer a origem do dinheiro investido e não a razão do dinheiro acrescentado); e que pagou todos os impostos devidos pela operação BPN (impostos insignificantes e cujo pagamento, deduzido à cabeça pelo Banco, ninguém questionara). Enfim, na terceira fase – a das ofensas – deu homem por si para acusar Alegre de ‘campanha suja, ‘indecente’, ‘ignóbil’, ‘cobarde’, ‘desonesta’ e de ‘baixa política’. E para concluir que ‘já tinha esclarecido tudo o que havia a esclarecer’. Pelo menos, vá lá, sempre reconheceu que alguma coisa havia a esclarecer.

Não sei ainda que desenvolvimentos terá este assunto nos próximos dias. Mas hoje, quinta-feira, em que escrevo este texto, duas coisas são claras para toda a gente: que, ao contrário do que afirma, Cavaco Silva não esclareceu nada do que interessava esclarecer e que já todos entendemos a razão para tal. Mas, como o assunto é, evidentemente, político, convém começar por responder a duas objecções políticas prévias dos defensores de Cavaco Silva.

A primeira tem a ver com a oportunidade do tema: porque é que o assunto só agora desceu à praça pública, porque é que um negócio particular, ocorrido entre 2001 e 2003, só agora surge questionado? Porque o negócio só foi conhecido em 2009, através de uma notícia deste jornal, embora já fosse falado à boca-pequena muito antes disso; porque, entretanto, o BPN foi nacionalizado e transformou-se num caso criminal, com as responsabilidades financeiras a cargo dos contribuintes; e porque, obviamente, estamos em campanha eleitoral e Cavaco Silva é candidato.

Isso remete-nos para a segunda questão prévia, que é a da legitimidade dos pedidos de explicações ao candidato-Presidente. Será isso apenas parte de uma campanha suja e desonesta? Não creio: será que, se se tivesse descoberto, durante a campanha presidencial americana, que Obama tinha conseguido uma taxa de lucro astronómica e rapidíssima com investimentos num dos bancos intervencionados pelo governo federal com o dinheiro dos contribuintes, isso não teria sido tema das eleições americanas? Ou se se tivesse descoberto o mesmo acerca de um negócio entre Gordon Brown e um dos bancos ingleses que o Governo teve de nacionalizar para evitar a falência? E se, por acréscimo, os bancos em causa fossem geridos na altura por amigos políticos ou pessoais de Obama ou Gordon Brown? E se, porventura, se descobrisse que tinha sido por ordens directas de um desses amigos e presidente do banco que eles tinham conseguido esse negocio da China? Em que democracia do mundo é que isto não seria tema de campanha e em qual é que ao candidato em causa bastaria responder que era preciso nascer duas vezes para ser tão honesto como ele? Ao contrário do que Cavaco Silva gostaria, não lhe basta declarar que não é político para se poder comportar como se o não fosse.

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publicado por Augusta Clara às 14:00

editado por Luis Moreira às 15:23
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Sábado, 8 de Janeiro de 2011

BPN - era um escândalo que procuravam?

Que o BNP foi objecto de uma gestão criminosa por gente que o criou e que o desenvolveu, vinda do mais profundo cavaquismo, está mais que visto e os contornos de tais crimes são bem conhecidos. Mas o que se está a passar com a nacionalização do banco e a sua posteriror gestão da CGD não deixa de surpreender.

 

Então, não é, que se soube hoje que, apesar das injecções de cerca de 5 mil milhões de euros vindos da CGD (nossos) a situação líquida do banco é de 2 Mil milhões negativos? Diz o senhor ministro das finanças que o dinheiro da CGD é para a tesouraria e que a situação líquida são os capitais mais as reservas, não têm a ver uma coisa com outra! Eu, por mim, que vou ajudar a pagar os tais 5 mil milhões fico descansadíssimo com esta subtil explicação técnica.( sabendo nós que o BPN não tem activos nenhuns face aos compromissos que tem, esta explicação do sr. ministro é mais uma mentira descarada)

 

Mas que, o BPN, continue a pagar compromissos aos antigos accionistas recomprando acções a 3.25 euros /accão, quando as acções não valem nada, ZERO, é que me vira do avesso, para não ser malcriado num blogue que até tem o "Jardim das Delícias"...

 

Isto é, quem queria saber para onde está a ir o nosso dinheiro, já fica a saber, muitos milhões estão a ir para os bolsos de grandes accionistas que, mais uma vez, fazem negócios e dinheiro sem correr qualquer risco, o governo encarrega-se de arranjar sempre uma saída para os homens do dinheiro (este governo, então, é muito forte neste particular. Lembram-se dos negócios "finos" com a CGD?) tirar aos pobres e dar aos ricos ( deve ser a quarta via do socialismo, a terceira foi com Blair e o Iraque..)

 

Um escândalo que deveria fazer no mínimo, corar de vergonha, quem tanto pensou nos argumentos falaciosos que sustentaram a nacionalização, o maior desastre que um político fez em vida ( iniciou-o em vida e já está a ver o resultado ainda vivo) o que é bastante raro, os grandes erros ,habitualmente, pagam-se caro, mas mais tarde!

 

Se o BPN tivesse ido para a falência ou se o governo tivesse aceite a proposta de Miguel Cadilhe toda esta gente íria receber "ao TOTTA", os contratos existentes entre a empresa-mãe (SNL e agora com um novo nome que o antigo não ajudava nada) eram assunto privado ou da Justiça e o nosso dinheiro estaria, ou deveria estar, a financiar as empresas exportadoras.

 

Queriam um escândalo, fresquinho? Pescado hoje, vendido na lota a um preço muito elevado e com a margem toda a ficar nas mãos de quem ganhou muito com o BPN, e continua a ganhar, sem esforço, sem risco, sem correspondência na economia real...

 

Já se viu como se ganha dinheiro no BPN, compram-se umas acções a 1 euro, e faz-se logo um contrato com a empresa - mãe para a recompra dali a um ou dois anos a um preço fixado, sem qualquer correspondência com a realidade, mas também sem mancha, como se vê, o governo paga e não "bufa", não há volta a dar, dizem os juristas, contratos válidos...

 

E agora, já está tudo esclarecido?

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011

O BPN foi assaltado duas vezes.

Em primeiro por uma organização de tipo mafioso que fez tropelias inimagináveis, desde comprar empresas que não existem, até rios de dinheiro a desaguarem em off shores, passando pelo enriquecimento súbito de muitas pessoas que por lá arrotavam. Tudo, claro, à frente do nariz das instituições de supervisão financeiras, como o Banco de Portugal, que não viram nada e por isso, como prémio os seus responsáveis foram reencaminhados para Bruxelas.

 

Rebentado o petardo com estrondo, o Prof. Miguel Cadilhe, ex-Ministro das Finanças , apresenta uma proposta para revitalizar o banco, com um pequeno esforço financeito do estado, proposta essa que foi de imediato recusada. Solução? A nacionalização do BPN, não sem antes se ter autonomizado a SNL, seu principal activo. Segundo o nosso magnífico Ministro das Finanças, umas "croas" resolviam a questão em menos de um fósforo e, para isso contava com o dinheiro da Caixa Geral de Depósitos e com a sua magnífica administração.

 

Ao fim de perto de dois anos da magnifica gestão da CGD, o BPN, já sugou 3.500 milhões de euros, continua falido e, colocado à venda, ninguem o quer!

 

Isto é, o dinheiro, o nosso, que foi lá colocado naquela brutalidade, já desapareceu, ninguém sabe para quem nem para onde, e a magnifica administração, e o magnifico ministro das finanças não  dizem nada, não dão nenhuma explicação e querem-nos fazer crer que não têm responsabilidade nenhuma. Parece que a responsabilidade é de um tal Cavaco Silva que ganhou umas massas com umas acções...(é um problema mas não é o mesmo problema.)

 

Sendo que uma administração, de gente com experiência do negócio, ao fim de dois anos de gestão não conseguiu colocar o BPN no são, não seria de explicar a quem paga tudo (nós) o que aconteceu naquele banco? O dinheiro desaparece ( o nosso dinheiro, porque antes da nacionalização era dinheiro privado) e não há "àgua vai"? O governo não tem que explicar porque considerou a proposta de Miguel Cadilhe incapaz e a nacionalização uma salvação? Que montantes é que estão em jogo num e noutro cenário? Porque teve o governo tanta pressa em se meter no assunto? Era um banco privado, a que título é que o governo meteu lá o nosso dinheiro e os seus magnificos boys? Vai tudo ao fundo e não há explicações?

 

Hoje no jornal (i) em editorial, recorda-se o que o governo disse e, muito em especial, o Ministro das Finanças, sobre a nacionalização do banco, os custos de outras soluções seriam desastrosas, muito mais caras, o risco sistémico. Não sabíamos, e o Ministro das Finanças não esclareceu na altura, é que seriam os contribuintes a pagarem durante dez anos o buraco privado de um banco privado que o governo nacionalizou. A 200 milhões de euros/ano!

 

isto sim foi uma decisão de grande visão estratégica!

publicado por Luis Moreira às 13:00
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Domingo, 19 de Dezembro de 2010

Coisas do futebol -(e não só), por Carlos Godinho



(Foto de Francisco Paraíso)
Deco

Ontem deu uma curiosa entrevista ao jornal "A Bola", através do meu amigo José Manuel Freitas. Sei que alguns dos visitantes deste blog não o apreciam, mas não é esse o meu caso dado que depois de o ter conhecido o considerei uma pessoa extremamente inteligente e sabedor, como poucos, dos caminhos que trilhava. Esteve sempre disponível, algumas vezes prejudicando mesmo a sua carreira nos clubes onde se encontrava. Nunca duvidei das suas intenções nem tenho motivos reais para tal. Estando de fora, talvez não compreendesse algumas das suas opções ou palavras. Aqui na Selecção nunca foi esse o meu entendimento. Admito opiniões contrárias, como quem não pensa como eu terá de aceitar as minhas. Não vou obviamente falar das suas palavras acerca de Carlos Queiroz, dado que não sou seu advogado, nem ele precisa de tal. As suas conclusões e ideias são claras e só o próprio as poderá rebater, mas quero reafirmar aquilo que disse de uma forma simples e objectiva: "Como já lhe referi, sinto falta de Portugal pelas mais variadas situações, muito especialmente porque o País está inteirmente ligado à minha vida. Nessa medida, na minha cabeça está muito claro aquilo que sou: por tudo aquilo que vivi sou português de coração! E isso chega, pois não há forma de conseguir demonstrar sentimentos."

BPN

Segundo o "Expresso" de hoje, num artigo impressionante, cerca de 20 quadros superiores do BPN, sem trabalharem desde 2008, continuam a receber os seus vencimentos, havendo mesmo alguns deles pronunciados por crimes relacionados com a gestão danosa do banco. Foi um autêntico assalto à mão armada aquilo que alguns elementos dessa instituição bancária fizeram aos nossos bolsos, dado que na realidade, clientes ou não, estamos todos a pagar e não se sabe, segundo o jornal, quando deixaremos de o fazer. Se fossem quadros baixos do banco decerto que já teriam sido despedidos, mas como são superiores e no final, como é hábito, serão considerados inocentes e indemnizados, por lá continuam, enquanto o Zé Povinho continua a pagar. O azar do Madoff foi viver nos EUA, tivesse ele vivido e roubado, como o fez, em Portugal, e estaria decerto em grande situação financeira com alguns largos milhões em off-shores nas Caraíbas, curtindo a vida como se nada tivesse acontecido.





Ao sabor...do vento do deserto

Para os bloguistas, pessoas como Blatter, são uma alimento fantástico. Depois das declarações sobre os homossexuais, ontem veio pedir desculpa aos ditos. Depois das declarações de Platini sobre o facto do calor no Qatar, em Junho, não ter qualquer inconveniente, ontem veio também sugerir, tal como Beckenbauer, que afinal o mundial desse ano poderá ser disputado noutra época, ou seja no inverno. Ora, depois de meio-mundo, em toda a imprensa mundial, e na internet, se ter referido que as temperaturas naquela região seriam insurportáveis para os jogadores e mesmo para os adeptos, e de também se ter referido que os hábitos, costumes, tradições dos povos arábes seriam incompatíveis com a chegada de centenas de milhares de estrangeiros com hábitos diversos, vem agora dizer que tudo será possível. Amanhã o que dirá? Uma certeza tenho eu, em 2022 já não será presidente da FIFA, pelo que quem vier a seguir feche a porta e leve com o odioso.
publicado por Carlos Loures às 10:00
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Sexta-feira, 12 de Novembro de 2010

Caso BPN – Escândalo e impunidade

Luís Rocha


Noticia veiculada via NET:


NOVE-MIL-SETECENTOS-E-DEZ-MILHÕES-DE-EUROS

9 710 539 940,09 EUROS


A burla cometida no BPN não tem precedentes na história de Portugal !!!
O montante do desvio é algo de tão elevado, que só a sua comparação com coisas palpáveis nos pode dar uma ideia da sua grandeza.

Com 9.710.539.940,09 € (NOVE MIL SETECENTOS E DEZ MILHÕES DE EUROS.....) poderíamos:

Comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo).
Comprar 16 planteis de futebol iguais ao do Real Madrid.
Construir 7 TGV de Lisboa a Gaia.



Face a mais esta situação gerada pela chamada ganância financeira protegida, não posso deixar de escrever o que penso sobre a especulação dos mercados financeiros

O “Mercado da Bolsa” – A Sinfonia dos mercados financeiros


Não sou um especialista da matéria, mas desde há alguns anos que sigo com alguma atenção as variações, a que os especialistas chamam “volatilidade” dos mercados financeiros, por entender que a sua movimentação é como uma orquestra que segue a batuta do maestro, que tanto pode interpretar uma peça do Impressionista “Claude Debussy” – La Mer, como um adágio de “Piotr Ilich Tchaikovsky” The Sleeping Beauty (Rose Adágio) ou como a Carmen de “Georges Bizet”.

O grande capital financeiro é, agora mais do que nunca, o maestro que comanda o Planeta a seu belo prazer, provocando conflitos sociais/guerras, com a consequente destruição e morte de milhões de pessoas justificando-as como geo-estratégicas, e com o poder divino de decidir quem são os bons e os maus.

Este “maestro” é também responsável pelas alterações climatéricas, com os consequentes cataclismos, que se repetem com maior frequência e cada vez mais devastadores.

Estabeleço assim uma relação entre as tempestades e bonanças dos mercados financeiros e a condução do Planeta pelos mesmos.

A imagem do filme “Titanic” dos músicos a tocar sob a batuta do maestro, no convés do barco que se afunda é bem ilustrativa de como o capitalismo de todo o mundo (independentemente do regime político vigente em cada pais) nos vai dando música, nos momentos mais difíceis (a que chamam CRISE), por ele provocados.

Somos assim (tal como uma orquestra) um conjunto de instrumentos musicais agrupados em secções homogéneas, por famílias de instrumentos.
Sob a batuta do maestro os instrumentos dão expressão às sinfonias escritas nas pautas, respeitando os vários andamentos e as variações em que um tema pode ser transformado, até se tornar uma forma complexa, partindo de um principio muito simples e comum, o de acrescentar a uma composição, novos elementos musicais e ornamentos.

Estas variações, veiculadas pelos meios de comunicação social, propriedade do poder (financeiro/politico), vão inundando a sociedade mundial que conduzem a seu belo prazer, criando eles próprios, através dos mercados financeiros de que são os donos, a condução dos acontecimentos que lhes convém em cada momento:

Conflitos sociais/guerras
Estímulo ao consumo fácil
Cataclismos
Crise
Desemprego
Marginalidade
Impostos
Economia paralela
……….

O Objectivo é sempre o mesmo. A crise provoca danos sociais na maioria e o enriquecimento de quem a provoca, ao ponto de os próprios governos (que o povo elegeu democraticamente!) pagarem o que os controladores dos mercados financeiros provocaram ou seja, estão sempre a ganhar (Caso BPN)

Depois, com o nosso dinheiro, fazem a recuperação do ciclo:
Pseudo/Estabilidade
Emprego
Consumismo/facilitismo
Euforia
Crise
……….
publicado por siuljeronimo às 16:30
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BPN

Carlos Mesquita

Oliveira e Costa está em liberdade, o processo é o mais estranho da história da justiça portuguesa, marcado pelo encobrimento, escondido em silêncio cúmplice. Há dezassete meses discutia-se em Portugal o vencimento do Ronaldo, o caso BPN estava em segundo plano, e eu escrevia este texto para o jornal onde colaboro. Note-se a discrepância entre os números que corriam e aquilo que é hoje sabido. O Estado, (o contribuinte) já entrou com 4.600 Milhões de euros para a fraude do BPN.

O título era. “A roubalheira no BPN dava para 30 Ronaldos”.

Dava, mas parece que já não dá; Vítor Constâncio disse ontem que a fraude no BPN, que envolve “figuras gradas do PSD”, não custa aos contribuintes portugueses 2.800 Milhões de euros (um terço do TGV) como se noticiava. Segundo o governador do Banco de Portugal a ladroagem já referenciada, que foi da política partidária e de altos cargos no Estado e nos governos, para o sistema financeiro, só vai conseguir roubar aos portugueses que pagam impostos, aí uns mil Milhões de euros; pouca coisa. Como a transferência do Ronaldo são 94 Milhões, dá apenas para 10 Ronaldos e mais ou menos meio Milhão de trocos.

(…)

Juntei estes dois acontecimentos para reflectir com os leitores este facto: porque será que em Portugal se discute fervorosamente o dinheiro que um espanhol deu a uns ingleses, e o ordenado dum emigrante que não sai do bolso de nenhum de nós, enquanto pelo menos dez vezes mais dinheiro, sai do sustento das nossas famílias, para uma dúzia de bandidos nacionais? Porque será que há dirigentes do PSD a fazer declarações sobre a moral do ordenado do Ronaldo, e recusam pronunciar-se sobre a roubalheira no BPN? E do BPP!

O caso BPN devia indignar toda a gente, e penso que tal não acontece porque não há a noção da dimensão da roubalheira, nem das ramificações políticas. Há, ao contrário, uma bateria de órgãos de informação, colunistas e partidos, comprometidos com a ideologia que criou as condições para os bancos serem assaltados por dentro; a desinformar para minimizar a fraude.

Como se pôde ver pelo inquérito parlamentar ao caso BPN, são aqueles que sempre defenderam a desregulamentação da actividade financeira, que acabaram por retirar proveitos eleitorais, atacando a supervisão que nunca quiseram, com o apoio duma esquerda que esqueceu a critica ao liberalismo, para lucrar uns votos tirados ao inimigo comum, o partido do governo. O governo esteve mal, ou nacionalizava a banca ou não nacionalizava os prejuízos da banca, mas quem roubou não foi o Banco de Portugal, foram os banqueiros, com a participação de todos aqueles que alegremente viam as suas poupanças aplicadas em títulos aumentar, sem que a actividade económica subisse na proporção. Foram a jogo e alguns arruinaram-se, as maiores empresas cotadas (PSI-20) perderam em 2008, 51% do seu valor; até o insigne professor de Economia e Finanças Cavaco Silva, que há anos avisava os portugueses para o perigo da bolsa, dizendo que se andava a comprar gato por lebre, deixou que os miaus levassem as suas poupanças, que andam, segundo ele, desaparecidas. Mas isso é secundário, é dinheiro de jogo e quando não se ganha é jogado fora; o pior é o dinheiro de quem não se habilitou a ganhar e perdeu na mesma, o dinheiro metido contra vontade, pelos contribuintes na roubalheira do BPN.

P.S.- Em 2003, Cavaco Silva mais a filha, conseguiram no meio da gataria apanhar uma grande lebre nas acções da SLN, cujo preço era fixado fora da bolsa. Renderam 140% (147,5 mil euros para Cavaco + 209,4 mil euros para a filha). Tinham como companhia uma sorte que anda desaparecida.





2009-06-16 Carlos Mesquita
publicado por Carlos Loures às 11:00
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Quarta-feira, 27 de Outubro de 2010

Actividades sucateiras...

Luis Moreira

O BPN segue o seu caminho rumo à falência como tantos avisaram o governo. As "sucateirices" são mais do que muitas, ontem a polícia fez mais umas rusgas e constituiu mais uns arguidos, negócios de compra de empresas falidas, ou compradas por metade do preço (como no universo do ex-IPE) com o dinheiro a correr para as off shores...

Já lá estão 2 mil milhões que a CGD lá colocou e agora ninguem quer o BPN, ou é incluído na CGD com as suas 2 000 pessoas ou o défice orçamental cresce mais uns milhões ...

As negociações para encontrar um orçamento credível é outra "sucateirice" , o défice que está debaixo do tapete não deixa que o acordo se faça , e já aparecem vozes da estranja a dizer que este orçamento não chega é preciso mais medidas de austeridade para pagar as parcerias públicas privadas que vêm aí a partir de 2013.

O candidato Cavaco Silva, o político há mais tempo no activo, mais uma vez vem dizer-nos que não tem nada a ver com a situação, pelo contrário, assim tivessem seguido os seus conselhos, presumo que tambem se refere a um Primeiro Ministro muito parecido com ele e com o mesmo nome...

Os sucateiros-mor do reino, Vara, Penedos, Rui Pedro, ocupadíssimos com as reuniões com os seus advogados, ficaram "sucateirados" com a deputada Ana Vitorino, ex-secretária de Estado dos transportes com Mário Lino, que acusa este de ter intercedido pelo sucateiro Godinho, o único que, coitado, andava a tentar fazer negócios para pagar os vencimentos aos empregados, mas é o único que está preso.
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publicado por Luis Moreira às 22:30
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