ABRIL | |
? | - Chegada a Angola da 2ª Companhia de Caçadores Pára-quedistas. - Chegam a Angola a 8ª e a 10ª CCE. - Os ataques a fazendas e povoações continuam durante o mês de Abril e os reduzidos meios militares movimentam-se sem descanso, tentando salvar as populações mais ameaçadas. - Os fazendeiros do Norte de Angola, atacados pela UPA, são ajudados por um grupo de civis de Luanda proprietários de pequenos aviões – que formaram a Esquadrilha de Voluntários do Ar (EVA). Descolavam da capital e levavam aos colonos sitiados mantimentos, medicamentos e armas. Regressavam a Luanda com refugiados. A Esquadrilha de Voluntários do Ar (EVA) foi fundada, em Angola, por Rui de Freitas, Carlos Monteiro, Afonso Vicente Raposo, Carlos Mendes, Jaime Lopes, Rui Manaças, Mário Dias e Pereira Caldas. Cada um fez centenas de horas de voo – em socorro dos colonos do Norte. Voavam muitas vezes em condições difíceis e aterravam nas picadas lamacentas. |
1 | Decreto da organização da Defesa Civil do Território, com criação nas colónias de uma comissão de coordenação de defesa civil. |
2 | Emboscada em Cólua, a uma coluna militar da 7ª CCE, sendo mortos 9 militares, dos quais dois oficiais: capitão Abílio Castelo da Silva e tenente Jofre Prazeres. |
5 | - São emboscadas, nos Dembos, em Angola, duas patrulhas militares. - Os guerrilheiros da UPA emboscavam as tropas e, por vezes, atacavam em hordas, às centenas: enfrentavam as balas de peito aberto, armados de catanas, paus e canhangulos, alguns aos gritos de “bala não mata”. Os militares estavam mal armados: dispunham de poucas armas automáticas, apenas de velhas espingardas Mauser de repetição. |
8 | Primeira referência pública de Salazar à questão de Angola durante uma recepção aos agricultores do Baixo Mondego. |
9 | Falha o pronunciamento militar do general Botelho Moniz para depor Salazar. |
10 | Ataque à povoação de Úcua na estrada Luanda-Carmona, com o massacre de 13 brancos. |
11 | Ataque a uma patrulha portuguesa próximo de Tando Zinge, Cabinda. |
12 | Ataque à povoação de Lucunga, com massacre da maior parte dos seus habitantes brancos. |
13 | - Ataque de guerrilheiros provenientes do Congo-Brazzaville a Bucanzau, em Cabinda. - Um furriel do BCaç 1 e dois soldados da CCaç 60 e CCaç 67 morrem em combate. - Perante a evidente gravidade da situação e a necessidade de medidas militares de maior amplitude, o Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar, que passara também a ocupar a pasta da Defesa Nacional, após a tentativa de golpe de estado que pretendia afastá-lo, ordenou o envio rápido e em força de expedições militares para Angola. |
14 | Declaração de Salazar: «A explicação é Angola, andar rapidamente e em força é o objectivo…». |
15 | Imposto o recolher obrigatório nos bairros suburbanos de Luanda. |
17 | Primeiro ataque da UPA à Vila de Damba, em Angola. |
18 | - Fundação, em Casablanca, da CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas). - Partida dos primeiros contingentes militares, para Angola, formados por Pára-quedistas, por via aérea. |
20 | - Aprovação, pela Assembleia-Geral da ONU, da Resolução 1603 (XV), incitando o Governo português a promover urgentes reformas para cumprimento da Declaração Anticolonialista, tendo em devida conta os direitos humanos e as liberdades fundamentais. - Morrem em combate 3 militares da 3ª Bat/GACL. |
21 | As primeiras tropas expedicionárias portuguesas partem para Luanda, via marítima. |
23 | - Partida de uma companhia de legionários para Angola. - Parte de Lisboa o primeiro transporte de material de guerra no navio Benguela. |
24 | Tropas pára-quedistas são enviadas com a finalidade de suster a sublevação, proteger as populações ameaçadas, limpar itinerários mais importantes e libertar as pequenas povoações e fazendas ainda cercadas pelos guerrilheiros da UPA. Procedeu-se à recuperação de Ambrizete-Lufico, Mamarosa, 31 de Janeiro, Bungo, Úcua-Pango, S. Salvador, Quipedro, Nambuangongo, Maria Tereza, Mucaba, Quicabo, Canda, Dange, Sacandica, Quitexe, Bembe-Songo, Tendele, Aldeia Viçosa e tantas outras povoações e postos administrativos. |
26 | - A Força Aérea Portuguesa baseada no Engage, em Angola, multiplica as acções na Serra de Mucaba e nas áreas limítrofes de Damba, 31 de Janeiro e Bungo. - Pela primeira vez aterra em Mucaba um avião Dornier, pilotado pelo tenente-aviador Durão. Trinta civis, um furriel e um chefe de posto, barricados na igreja de Mucaba, protagonizaram uma épica resistência aos ataques de centenas de sublevados. |
28 | Criação do Movimento Nacional Feminino. |
30 | - O Conselho Nacional de Segurança norte-americano é secretamente autorizado a financiar a UPA de Holden Roberto. - Morre em combate um soldado pára-quedista do BCP 21. - As baixas militares são já significativas neste mês de Abril. (18 mortos em combate). |
MAIO | |
1 | - A pasta do Ultramar é entregue a Adriano Moreira que, em 1 de Maio, acompanhado pelo Secretário de Estado da Aeronáutica, está em Luanda para assistir ao desfile das tropas do primeiro contingente expedicionário que ali chegaria no dia seguinte, via marítima. - Morre em combate um soldado do BCaç 3. |
2 | - Desfile em Luanda do primeiro grande contingente militar transportado por via marítima composto por 2 Batalhões de Caçadores (BCaç 88 e BCaç 92), 9 Companhias de Caçadores (CCaç), 9 Companhias de Artilharia (CArt), 2 Companhias de Cavalaria (CCav) e 4 Pelotões de Polícia Militar (PelPM). - Ataque a Sanza Pombo e novos ataques a Mucaba e à Damba, no Norte de Angola. |
4 | - Ataque ao Songo, a norte de Carmona. - Morre em combate um soldado da CCaç 82. |
5 | - Partem para Angola os BCaç 96 e 109. - A mentalidade com que as tropas portuguesas entravam na guerra ficou bem patente no discurso de despedida de um contingente, proferido pelo ministro do Exército, general Mário Silva: «Vamos para combater, não contra seres humanos, mas contra feras e selvagens. Vamos para combater animais selvagens. Vamos enfrentar terroristas que devem ser abatidos como animais selvagens». |
6 | - Ataque a São Salvador do Congo. - As tropas metropolitanas recém-chegadas começam imediatamente a reocupação militar de toda a região afectada com unidades de tipo batalhão e a acorrer às povoações que ainda continuavam isoladas e sem qualquer defesa militar. - O transporte das companhias era feito tendo por base jipes Willes MB 4x4 mod. 1944, "jipões" Dodge 4x4 mod. 1948, camiões GMC 6x6 mod. 1952 e Ford mod. Canada 4x4 (rodado simples). Esta última viatura possuía no tejadilho da cabine, sobre o local ao lado do condutor, uma abertura circular na qual se podia colocar em operação uma metralhadora. - Morre em combate um soldado da CCaç 61. |
7 | - O correspondente do jornal Observer, em Luanda, calcula que foram mortos mais de 20 000 africanos desde o início da revolta, em 4 de Fevereiro. - Os guerrilheiros, nestes primeiros meses de guerra, acreditavam na ressurreição: mesmo que fossem mortalmente atingidos voltavam a viver – só morriam se lhes fosse amputada parte importante do corpo. Os militares receberam ordens para decapitarem os cadáveres e espetarem a cabeça em estacas – para provar aos vivos que morriam se atacassem os portugueses. |
8 | - Criação dos batalhões de Caçadores Pára-Quedistas n ° 21 (BCP 21), em Angola, e n° 31 (BCP 31), em Moçambique. - Ataques a Sanza Pombo, Úcua, Santa Cruz, Macocola e Bungo, com utilização de novas armas. - Morrem em combate um alferes e um soldado pára-quedista. |
13 | Os contingentes de reforço chegados a Luanda avançam para o Norte. A coluna é composta por 150 jipes, 20 camiões de quatro toneladas e 6 camiões-tanques. Em algumas das viaturas foram instaladas protecções em chapa de aço de 10 milímetros. A coluna que, chegada ao Negage, se divide por dois eixos: o primeiro, definido por Songo, Damba e Maquela do Zombo, está a cargo do BCaç 88; o segundo, por Púri, Sanza Pombo, Macocola, Quimbele e Santa Cruz, a cargo do BCaç 92. As suas companhias, algumas delas de reforço, ocupam todas as povoações das áreas onde iam estacionando. |
14 | - Chegada a Luanda do navio Vera Cruz arvorado em transporte de tropas, com mais dois batalhões e quatro companhias. O BCaç 96 parte para a região de Úcua, o BCaç 109 para Ambrizete. - Sucedem-se os embarques para Angola de unidades incipientemente preparadas para o tipo de guerra com que vão defrontar-se, com mau equipamento e mau armamento. |
16 | Morrem em combate 1 alferes e 4 praças do BCaç 3. |
17 | Morre em combate um sargento do RIL. |
18 | Morre em combate um soldado do RIL. |
21 | Ataque frustrado ao nó de comunicações do Toto, a sul de Bembe. |
24 | - Ataque pela UPA a Quimbele durante treze horas consecutivas. |
26 | - Pedido de convocação urgente do Conselho de Segurança do ONU, por mais de 40 países afro-asiáticos, em face do agravamento da situação em Angola. - Morre em combate um 1º cabo da CCaç 94. |
28 | - Morre em combate um soldado do BCaç 3. - Partem para Angola os BCaç 114, 155 e 156. |
30 | - Morre em combate um soldado da CCaç 82. |
31 | - Entrevista de Salazar ao New York Times. - Chegada do Batalhão de Caçadores 88 à Damba. - Separação da União Sul-Africana da Commonwealth, tomando a designação de República da África do Sul. - Durante este mês as baixas das forças portuguesas totalizaram 16 mortos. Em acções de combate morreram 15 militares. |
JUNHO | |
1 | - Kennedy e De Gaulle discutem o problema de Angola. - Morre em combate um furriel da CCaç 94. |
2 | - Ataques a fazendas em torno de Carmona, Negaje e Ambriz. |
5 | Início do 1º Curso de Fuzileiros em Vale de Zebro. |
6 | Início do 1º Curso de Enfermeiras Pára-quedistas, das 11 candidatas que iniciaram o curso, 6 conquistam a Boina Verde. Pela primeira vez na história militar portuguesa as mulheres têm lugar nas fileiras. |
8 | - Desaparecido em Angola, um PV-2, avião da Força Aérea que apoiava as operações do BCaç 92, com três tripulantes a bordo. - Morrem quatro militares da Força Aérea. Um tenente e um cabo em acidente; um sargento e um furriel em combate. |
9 | Aprovação, pelo Conselho de Segurança do ONU de uma resolução deplorando profundamente os massacres e demais medidas de repressão da população angolana, podendo comprometer a persistência desta situação a manutenção da paz e segurança internacionais. |
11 | Morrem em combate 2 militares. Um da CCaç 67 e um da Força Aérea. |
12 | Morre em combate 1 militar da CCaç 105. |
13 | - Lucunga, no dia 13 de Junho, foi o primeiro posto administrativo a ser reocupado. - Morre em combate 1 militar da CCaç 93. |
14 | Forças da Marinha, desembarcadas em Ambrizete, ocupam Tomboco e Quinzau. |
15 | Partem para Angola os BCaç 132, 137 e 141. |
17 | A Grã-Bretanha anuncia a venda a Portugal de duas fragatas equipadas para a guerra em África. |
18 | Morre em combate 1 militar da CCaç 78. |
19 | - Ataque dos guerrilheiros da UPA à vila de Ambriz, com utilização de armas automáticas. - Morrem em combate 2 militares. Um soldado pára-quedista do BCP 21 e um soldado da 5ª CCE/RIL. - O rio Chitoango, em Cabinda, passa a ser regularmente patrulhado por uma embarcação armada e por botes de borracha da Marinha. |
21 | Morrem em combate mais três militares do BCaç 3. |
22 | Criação da Secretaria de Estado de Aeronáutica, que substitui a Subsecretaria de Estado, mantendo como titular KaúIza de Arriaga, que desempenhara um papel importante na denúncia do golpe Botelho Moniz. |
24 | - Reocupação de Cuimba, a este de São Salvador do Congo. - Morre em combate 1 militar do BCaç 92. |
26 | Morrem em combate 2 militares da CArt 119 e do CmdAgr 2. |
27 | - Visita a Lisboa de Dean Rusk, secretário de Estado norte-americano. - Morre em combate 1 militar da CCaç 99. |
28 | Partem para Angola os BCaç 158 e 159. |
30 | - Primeiro comunicado oficial das Forças Armadas, referindo a morte de 50 militares entre 4 de Fevereiro e 30 de Junho em Angola. - Ainda e segundo a mesma fonte, durante este mês de Junho as baixas das forças portuguesas totalizaram 30 mortos. Em acções de combate morreram neste mesmo mês 17 militares. |
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