Terça-feira, 28 de Dezembro de 2010
Luis Moreira
Estas pessoas que faltam ao trabalho mentindo, justificando com atestados médicos falsos uma doença que não existe deveriam ser imediatamente despedidas. Há maior justa causa que andar a enganar quem lhes paga o vencimento, a atraiçoar os colegas que têm de fazer o trabalho do crápula e a receber do Estado o que não têm direito? É um triplo crime mas não acontece nada.
Nada disto existiria se quem trabalha fosse devidamente avaliado com as faltas a serem penalizadoras ( um director de uma escola cujo texto publicado no Publico aqui reproduzi, diz que as faltas, nas escolas, eram todas justificadas fosse qual fosse o motivo) porque os faltosos saberiam que tinham alguma coisa a perder, assim vale tudo, não só mentem ao empregador, como recebem do Estado aquilo a que não têm direito (que nós, os que não faltamos, temos que pagar).
Serve a alguem ser honesto, dedicado, empenhado, ter mérito se ao lado tem um colega que goza na sua cara praticando crimes que ficam impunes? É alguma vez possível que a produtividade cresça se não se pode contar com um elemento da organização que falta quando quer? E que é readmitido como se nada tivesse acontecido?
São estes principios em que assenta a nossa legislação laboral que são defendidos, protegendo gente incapaz e desonesta em vez, isso sim, de proteger os trabalhadores dignos desse nome. É isto o resultado das progressões automáticas, dos aumentos ao fim de X tempo. Impunidade para quem engana tudo e todos.
Se a um destes individuos fosse aplicada uma pena exemplar acabavam-se as fraudes de imediato, não vale a pena dizer que são os médicos que assinam de cruz, porque isso não resolve nada, sempre o médico dirá que não pode saber se a pessoa está ou não com obstipação, mas encontrar o "doente" na taberna a jogar as cartas, ou a trabalhar noutro lado, não precisa de confirmação.
Como se viu nestas 57 000 fraudes!