Esta notícia diz bem o que somos como país. Muitos milhares de sobreiros e azinheiras já foram cortados no altar de mais uma autoestrada e agora estão a ser cortadas mais 7 000 oliveiras que produzem um azeite que é integralmente exportado. Este olival intensivo, de rega gota a gota, é um dos muitos que têm aparecido no Alentejo e que povoam de verde a planície outrora queimada e deserta.
Não seria possível construir a autoestrada sem prejudicar gravemente o olival?
Acredito que o caminho encontrado para a autoestrada seja o melhor, o mais curto e o mais barato ( encurta a distância Sines- Beja para 50 minutos) mas também acredito que em Portugal a decisão nunca colocou a possibilidade de encontrar alternativas para não prejudicar o olival )e o montado), que vai ser cortado ao meio com os custos inerentes.
"A terra deste olival é das mais férteis do país. Fica nos barros de Beja, formação composta de gabros e dioritos, rochas escuras com as quais se relacionam os bem conhecidos barros negros, de que resultam solos de classe A e B, cuja produtividade pode atingir índices muito elevados. Os barros estendem-se por uma área de cerca 350 Kms quadrados nos concelhos de Ferreira do Alentejo, Beja e Serpa. No seu subsolo localiza-se um dos mais importantes reservatórios de águas do país um extenso aquífero, a uma profundidade média de 12 metros." in Público de 29/3/2011.
Debaixo da autoestrada ficam ainda as condutas do sistema de rega do Alqueva.
O dono da exploração diz que nunca percebeu quem seria o seu interlocutor ou com quem podia discutir o traçado e diz que "o traçado podia ter sido encostado a norte onde os terrenos são de má qualidade", no entanto o autarca diz que o traçado estava "há cerca de oito anos decididido e que chamou a atenção dos proprietários para o problema de plantarem mais olival" por causa da futura autoestrada, no que ninguém acreditou.
O azeite deste olival anda a ganhar prémios de qualidade nos maiores certames mundiais, tendo ganho a medalha de ouro em 2010. Em 2008 e 2009 já fora finalista e exporta para 18 países.
Uma das premissas para a expropriação dos terrenos é que estes seriam apropriados para agricultura de sequeiro quando na verdade o olival é de cultura de regadio e que obrigam a investimentos elevados.
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