desenho de Manuela Justino
entre desejo e sombra
umas pálidas pernas uma fugaz
fornalha o som
do orvalho
como te quero não sei
este veneno puro
esta alga incerta
são os números do fogo
corro com as perguntas e
as pedras ferozes
entrava o ritmo das
aves tempestuosas
que súbitas tenazes
vêm rodopiando
sobre a terra dos nomes
sob o fogo dos caminhos
como nascer hoje
com uma imperícia atroz
o flanco esquerdo ferido
e a moribunda lua
seguirei este atalho
de formigas e fósseis
até ao anel de pedra
ao vislumbre da vespa
O ar circula mais leve em toda a parte
Os sinais transmitem o silêncio habitável
É um sonho é um logro e é a esperança viva
Brilha o brilho animal do ar imóvel
Cálida substância nova une a linguagem e a vida
varandas varandas sobre a água sobre o céu
Uma infinita plenitude uma infinita ligeireza
a beleza nua sem exaltação e incandescente
o lugar transparente uma clareira indivisa
Torre de pássaros e de barro e de ervas
torres fresquíssimas obscura e clara
torre na margem extrema do mistério
tudo se compreende e tudo é incognoscível
Tudo passa tudo deriva e tudo é imóvel
Somos e não somos sempre mais
Aceita aceita a terra breve e única
que os deuses povoam na transparência breve
Aqui a terra revelou-se um horizonte aberto
e as palavras antigas reacenderam-se
De novo é a primeira vez e a única
Luz primeira luz da terra primeiros lábios
sopro de fibras mais intensas mais ligeiras
e nomes mais simples mais animais mais nus
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