Responsabilidades Históricas – II
Teixeira de Sousa
Coimbra, 1917
Julgo haver nisto um grande equívoco o uma grave injustiça: equivoco no tocante ao apego que Júlio de Vilhena tinha ao júri nos delitos por abuso de liberdade de imprensa; injustiça, reduzindo a obra colossal de Lopo Vaz ao simples facto de meter os delitos de imprensa no julgamento correccional. Júlio de Vilhena saíra da pasta da Justiça, como saíram das demais pastas todos os outros ministros pela demissão do gabinete. Organizado o novo governo, não tomou parte nele porque, sendo Lopo Vaz a figura de maior destaque e de maior influência no partido regenerador depois do Fontes, tendo por isso de ser ouvido acerca da constituição do gabinete, desde que ele aceitasse a pasta da Justiça nenhum outro partidário poderia ser chamado a geri-la.
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A Revolução de 5 de Outubro de 1910
Rocha Martins/Lopes D’Oliveira
Lisboa, s. d.
O grupo de Machado Santos chega à porta das armas de Infantaria 16, e encontra-a fechada. Aos vivas que ergue, de dentro do quartel ninguém responde. E ficam esperando, em concentrado silêncio.
Mas um vulto se aproxima: é um cabo do 16, Pedro da Cruz, que estava de guarda em Vale do Pereiro, e acaba de abandonar o serviço: conhecedor do quartel, leva Machado Santos porta duma arrecadação, que ele próprio arromba à coronhada.
Sobem uma pequena escada, forçam um alçapão, e entram na parada, recebidos por aclamações de soldados insurreccionados.
À 1 hora menos 15 o cabo Manuel António Correia soltara, da sua caserna, um forte e prolongado assobio. Era o sinal combinado. Os soldados que estavam na conjura, e se tinham deitado vestidos, correm à parada, soltando vivas à República.
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A Força Publica na Revolução
Teixeira de Sousa
Coimbra, 1913
A facilidade com que a Republica foi proclamada em 5 de Outubro de 1910 e a nenhuma resistência, por insignificante que fosse, oposta ao novo estado de coisas politicas, prestaram-se á interpretação de que o país folgara ao ver-se livre do regímen monárquico. Aqueles que viram coroados de êxito os seus trabalhos de aturada propaganda, da sua actividade revolucionária, exultaram de contentamento em vibrantes manifestações de regozijo. Dos que não professavam o crédito democrático, uns correram, pressurosos, a aderir ao novo sistema de governo, outros retraíram-se, adoptando uma atitude de abandonada indiferença, sem que no país se deparasse qualquer núcleo de resistência na ocasião ou que se produzissem factos que fizessem…
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