Quarta-feira, 16 de Março de 2011

C'a ganda narsa... por Luis Moreira

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ESTE É UM VIDEO DOCUMENTADO EM ÁFRICA,SOBRE UMA ARVORE QUE PRODUZ FRUTA UMA VEZ POR ANO.

MUITO DOCE, CHAMADA AMARULA, QUE CONTÉM UMA ALTA PERCENTAGEM DE ÁLCOOL (17%).

(Na minha região chama-se CANHI e a arvore CANHAMO. Fermenta muito rápidamente, ainda no estomago, por ser tão doce.)

NESSA ÉPOCA DO ANO OS ANIMAIS DESLOCAM-SE PARA IR COMER A FRUTA,E O ENGRAÇADO É QUE ATÉ SE AJUDAM UNS AOS OUTROS PARA A CONSUMIR!!

 

PS: enviado por um amigo identificado. Dedicado à Andreia Dias. A falta dos seus textos faz este efeito, também aos humanos...

publicado por Luis Moreira às 22:30
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Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011

Cartas da Terra II - Mark Twain

 

 

coordenação de Augusta Clara de Matos

 

 

Boas e Más Memórias

 

 

Mark Twain  Cartas da Terra

 

 

O Criador sentou-se no trono a pensar. Atrás dele estendia-se o ilimitável continente celeste, mergulhado numa glória de luz e cor; diante dele erguia-se, como um muro, a noite negra do Espaço. O Seu descomunal vulto torreava escarpado, como uma montanha, contra o zénite, e a Sua cabeça divina resplandecia ao longe como um sol distante. A Seus pés, estavam três colossais figuras, diminuídas quase até à extinção, por contraste — arcan­jos —, as cabeças ao nível do osso do Seu tornozelo.

 

Quando o Criador acabou de pensar, disse:

 

- Pensei. Vede!

 

Levantou a Sua mão, e dela brotou um jacto de fogo, um milhão de estupendos sóis, que fenderam a treva e alaram para longe, para muito longe, diminuindo em magnitude e intensida­de à medida que atravessavam as longínquas fronteiras do Espa­ço, até que, por fim, não eram mais do que cabeças de prego adamantinas a cintilarem debaixo do imenso telhado abobadado do universo.

 

Ao fim de uma hora, o Grande Conselho foi dissolvido.

 

Deixaram a Presença impressionados e pensativos, e retira­ram-se para um local isolado, onde pudessem falar com liberda­de. Nenhum dos três parecia querer ser ele a começar, embora todos quisessem que alguém o fizesse. Cada um deles estava ansioso por discutir o grande acontecimento, mas preferia não se comprometer até saber como os demais o encaravam. Por isso houve alguma conversa frívola e hesitante sobre assuntos sem importância, o que se arrastou fastidiosamente, sem levar a lado nenhum, até que finalmente o arcanjo Satanás reuniu toda a sua coragem — da qual estava bem provido — e abriu caminho. Disse:

 

- Sabemos do que queremos falar aqui, meus senhores, por isso mais vale pormos os fingimentos de lado e começarmos. Se for esta a opinião do Conselho...

 

- É, é! — disseram Gabriel e Miguel, interrompendo-o, agradecidos.

 

- Muito bem, então avancemos. Testemunhámos uma coi­sa maravilhosa: quanto a isso, estamos forçosamente de acordo. Quanto ao valor dessa coisa, se é que ela tem algum, esse é um assunto que não nos diz pessoalmente respeito. Podemos ter tantas opiniões sobre ele quanto quisermos, e esse é o nosso li­mite. Não temos voto nisso. Penso que o Espaço estava sufi­cientemente bem como estava, e além disso era útil. Frio e escu­ro... um lugar sossegado, de quando em vez, depois de uma temporada do clima excessivamente delicado e dos fadigosos es­plendores do céu. Mas estes são pormenores de alcance pouco considerável; a nova característica, a imensa característica, é...o quê, cavalheiros?

 

- A invenção e introdução de uma lei automática, não vigia­da e auto-reguladora, para o governo dessas miríades de sóis e mundos girantes e acelerados!

 

- É isso! — disse Satanás. — Percebeis que se trata de uma ideia estupenda. Nada que se aproxime disto alguma vez se de­senvolvera a partir do Intelecto Mestre. Lei, Lei Automática, Lei exacta e invariável, que não necessita de vigilância, de correcção, de reajustamento, enquanto as eternidades perdurarem. Ele disse que esses incontáveis e imensos corpos celestes mergulhariam através da imensidão do Espaço ao longo de eras e eras, a uma velocidade inimaginável, percorrendo órbitas estupendas, porém sem jamais colidirem, e nunca aumentando ou encurtando os seus períodos orbitais por uma centésima parte de segundo que seja em dois mil anos! Esse é o novo milagre, e o maior de to­dos: Lei Automática! E Ele deu-lhe um nome, a LEI DA NATUREZA, e disse que a Lei Natural é a LEI DE DEUS: nomes intercambiáveis para uma coisa só.

 

- Sim — disse Miguel —, e Ele disse que iria estabelecer a Lei Natural, a Lei de Deus, em todos os seus domínios, e que a autoridade dela deveria ser suprema e inviolável.

 

- Além disso — disse Gabriel —, Ele disse que em breve criaria animais e que os colocaria, do mesmo modo, sob a auto­ridade dessa Lei.

 

- Sim — disse Satanás —, ouvi-O, mas não percebi. O que é animais, Gabriel?

 

- Ah, como hei eu de saber? É uma palavra nova.

 

[Intervalo de três séculos, tempo celeste o equivalente a cem milhões de anos, tempo terreno. Entra um Anjo-Mensageiro.]

 

- Meus senhores, Ele está a fazer animais. Gostaríeis de ir ver?

 

Eles foram, eles viram, e ficaram perplexos. Assaz perplexos — e o Criador apercebeu-se e disse:

 

- Perguntai. Eu responderei.

 

- Divino — disse Satanás, fazendo reverência —, para que servem eles?

 

- São uma experiência em Moralidade e Conduta. Obser­vai-os, e instruí-vos.

 

Havia-os aos milhares. Eram cheios de actividade. Atarefa­dos, todos eles atarefados — sobretudo em perseguirem-se uns aos outros. Satanás constatou — depois de examinar um deles através de um poderoso microscópio:

 

- Este bicho maior está a matar animais mais fracos, ó Di­vino.

 

- O tigre, sim. A lei da sua natureza é a ferocidade. A lei da sua natureza é a Lei de Deus. Ele não lhe pode desobedecer.

 

- Então, ao obedecer-lhe, ele não está a cometer qualquer transgressão, ó Divino?

 

- Não, ele é sem culpa.

 

- Esta outra criatura, aqui, é tímida, ó Divino, e morre sem resistir.

 

- O coelho, sim. Ele é sem coragem. É a lei da sua nature­za, a Lei de Deus. Ele deve obedecer-lhe.

 

- Então não lhe pode ser honradamente solicitado que vá contra a sua natureza e resista, ó Divino?

 

- Não. A nenhuma criatura pode ser honradamente solici­tado que vá contra a lei da sua natureza, a Lei de Deus.

 

Depois de muito tempo e de muitas perguntas, Satanás disse:

 

- A aranha mata a mosca e come-a; o pássaro mata a ara­nha e come-a; o gato-selvagem mata o ganso; o... bem, eles ma­tam-se todos uns aos outros. É assassínio em toda a linha. Aqui estão incontáveis multidões de criaturas, e todas elas matam, ma­tam, matam, são todas elas assassinas. E não têm culpa, ó Di­vino?

 

- Não têm culpa. É a lei da sua natureza. E a lei da nature­za é sempre a Lei de Deus. Agora... observai... vede! Uma nova criatura, e a obra-prima, o Homem!

 

Homens, mulheres, crianças, enxameavam-se por todo o la­do, em bandos, aos magotes, aos milhões.

 

- O que ides fazer com eles, ó Divino?

 

- Colocar em cada indivíduo, em tons e graus diferentes, todas as várias Qualidades Morais que foram distribuídas em massa, uma característica única e distintiva de cada vez, entre o mundo animal não falante: coragem, cobardia, fereza, docili­dade, equidade, justiça, astúcia, perfídia, magnanimidade, cruel­dade, malícia, malignidade, lascívia, misericórdia, piedade, pureza, egoísmo, doçura, honra, amor, ódio, vileza, nobreza, lealdade, falsidade, veracidade, insinceridade... cada ser huma­no tê-las-á a todas dentro de si, e elas constituirão a sua nature­za. Em alguns deles, haverá características elevadas e refinadas que submergirão as que são malignas, e a esses chamar-se-á homens bons; noutros, as características malignas terão domí­nio, e a esses chamar-se-á homens maus. Observai... vede!... Eles desaparecem!

 

- Para onde foram, ó Divino?

 

- Para a Terra... eles e os outros animais.

 

- O que é a Terra?

 

- Um pequeno globo que eu fiz há um tempo, dois tempos e metadede um tempo1. Vós viste-lo, mas não reparastes nele na explosão de

mundos e sóis que saiu em jacto da minha mão. O homem é uma experiência, os restantes animais são outra ex­periência. O tempo dirá

se valeram a pena, A apresentação che­gou ao fim: podeis retirar-vos meus senhores.

Passaram vários dias.

 

Isto representa uma longa extensão do (nosso) tempo, uma vez que, no céu, um dia é como mil anos.

 

Satanás vinha tecendo comentários elogiosos relativamente a algumas das cintilantes indústrias do Criador; comentários que, se se lesse nas entrelinhas, eram na verdade sarcasmos. Tecera-os em confidência aos seus amigos de confiança, os outros ar­canjos, mas eles haviam sido escutados por alguns anjos comuns e denunciados no Quartel-General.

 

Foi-lhe dada ordem de banimento por um dia — um dia ce­leste. Era um castigo ao qual ele estava habituado, por conta da sua língua demasiado flexível. Outrora, fora deportado para o Espaço, não havendo nenhum outro sítio para onde o enviar, e por lá batera fastidiosamente as asas, em meio à noite eterna e ao frio árctico; mas desta vez ocorrera-lhe pôr-se a caminho e procurar a Terra e ver como estava a progredir a experiência da Raça Humana.

 

Passado algum tempo, escreveu para casa — com todo o si­gilo —, a S. Miguel e S. Gabriel, sobre o que viu.

 

1 Aqui, «tempo» é um literalismo da tradução bíblica, que em geral significa um ano.

Nes­te caso, tratar-se-ia de três anos e meio, tal como em Daniel, 12:7. (N. do T.)

 

 

 

 

A CARTA DE SATANÁS

 

Este é um lugar estranho, um lugar extraordinário e interes­sante. Não há nada que se lhe assemelhe por aí. As pessoas são todas loucas, os outros animais são todos loucos, a terra é louca, a própria Natureza é louca. O homem é uma curiosidade mara­vilhosa. Quando está no seu melhor, é uma espécie de anjo ni­quelado de baixa categoria; no seu pior, é inqualificável, inimagi­nável; e, tudo considerado e a toda a hora, é um sarcasmo. Apesar disso, intitula-se, de modo lisonjeiro e com toda a since­ridade, a «mais nobre obra de Deus». É a verdade, isto que vos conto. E esta ideia não é novidade nele: ele tem-na discutido ao longo dos tempos e acreditado nela. Acreditado nela, e não en­controu ninguém em toda a sua raça que se risse disso.

 

Além disso — se me é permitido obrigar-vos a mais este es­forço —, ele pensa que é o preferido do Criador. Acredita que o Criador tem orgulho nele, acredita até que o Criador o ama — que tem uma paixão por ele; que passa noites em claro a admirá-lo; sim, e que olha por ele e o mantém livre de sarilhos. Ele reza ao Criador e pensa que Ele o ouve. Não é uma ideia bizarra? Preenche as suas preces com toscas e corriqueiras e floridas lisonjas ao Criador, e pensa que Ele está sentado a soltar suspiros maviosos ao ouvir estas extravagâncias e que as aprecia. Reza por ajuda, e favor, e protecção, todos os dias; e fá-lo com espe rança e confiança, também, a despeito de nenhuma das suas pre­ces ter sido alguma vez atendida. A afronta diária, a derrota diá­ria, não o desencorajam, ele continua a rezar como dantes. Há algo de quase encantador nesta perseverança. Tenho de vos obrigar ainda a um esforço adicional: ele pensa que vai para o céu!

 

Tem professores assalariados que lhe dizem isso mesmo. Também lhe dizem que há um inferno, de fogo eterno, e que é para lá que ele irá, se não cumprir os Mandamentos. O que são os Mandamentos? São uma curiosidade. Falar-vos-ei deles em breve.

 

(in Cartas da Terra, Bertrand Editora)

 

 

 

 

 

publicado por Augusta Clara às 14:00
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Segunda-feira, 4 de Outubro de 2010

Dia Mundial do Animal - um coração para todos...

Luis Moreira ( um coração desenhado na perfeição)

Qualquer cão que me veja na rua, vem direitinho a mim, a rosnar, mesmo a ladrar, é certinho. Os donos dizem sempre que não percebem, pois o cão é meigo, não faz mal a ninguem. Mas eu sei porque é. Tenho um medo incrivel dos cães, ficou-me de quando andava nas quintas à fruta com a malta, e um dia andei quilómetros em cima de um muro com uns quantos cães a ladrarem-me às canelas. Então não é que os cães pressentem o meu medo?

Mas tive um cão (era de um amigo meu) um Labrador, que foi a excepção, o raio do cão que me via de 15 em 15 dias senão mais, logo que me via ia buscar uma pinha e atirava a pinha para os meus pés para eu brincar com ele. Atirava a pinha contra mim, levantava-se com a pinha na boca e mostrava-a e não me largava enquanto eu não brincasse com ele. Tive um desgosto quando morreu com uma daquelas doenças infecciosas que os atacam e que é fulminante.

Um dos cães que viviam com o Labrador era um Cão-de-Água algarvio, com os caracóis a cairem-lhe sobre os olhos, preto, que mal eu me atirava para a piscina ele já não me largava, bebi uns litros de água à conta do cão. Outro, tambem desse meu amigo, era um Serra da Estrela, taciturno, desaparecia por largos momentos e voltava de vez em quando para ver se estava tudo controlado para desaparecer a seguir.

Eram três animais completamente diferentes, não só no aspecto, mas muito principalmente no caracter, tive um enorme carinho por esses animais que gostavam de mim, não me ladravam e brincavam comigo. Eram animais com terreno para correr e brincar, assim gosto de ver e, palpita-me, que os cães que não gostam de mim é porque passam toda a vida dentro de um apartamento, são como eu, "cão de campo não gosta de capoeira".
publicado por Luis Moreira às 13:30
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Dia Mundial do Animal - Ode a Jean de La Fontaine podendo também passar por uma autocrítica

Versos de Carlos Loures e fotografias de José Magalhães



Os abutres, as hienas,
os tubarões, os chacais
são apenas animais
que lutam para viver.

Chamar abutre ou hiena,
tubarão, lobo ou chacal
a um grande industrial
ou importante banqueiro,
é abuso de linguagem
e ainda para mais
é o erro cometer
de insultar animais
cujo crime é a coragem
de querer sobreviver.



Mister multinacional
não é abutre, nem hiena,
nem tubarão, nem chacal –
não há nada que não venda,
que não importe ou exporte,
come com os dentes da fome
que devora milhões de homens,
vive com as garras da morte
que ceifa vidas à toa.

Mister multinacional
não é abutre, nem hiena,
nem tubarão, nem chacal.
A quem come carne humana
e converte a morte em ouro,
a vida em mercadoria
de reduzido valor,
é errar a pontaria
chamar abutre ou chacal:

- capitalista é canibal!
- capitalista é canibal!

Nota: Estes versos, cujo título é recente, foram escritos durante o PREC para um cantor, o Aristides. Era um sucesso, sobretudo o estribilho - capitalista é canibal! - era gritado por centenas de vozes num berreiro gisgantesco. Penso que não sobreviveram gravações - facto que em nada prejudica, quer a arte poética, quer a musical.  Agradeço ao José Magalhães o ter concordado em juntar as suas magníficas fotografias  a este regresso ao passado . (CL)
publicado por Carlos Loures às 08:00
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