Esta é a borboleta mais curiosa que conheço. De voo pesado, rapidamente marca presença se cruzarmos o seu território. Efectua voos rasantes sobre as nossas cabeças, mas ganhando alguma confiança, chega a poisar em nós. Já tive indivíduos poisados no meu ombro, que sem pedirem licença, ali encontraram um posto de vigia e descanso. Na verdade, foram minhas companheiras nas pausas de almoço em longas jornadas de trabalho de campo. Coloridas e belas, lembram-me algumas pinturas do Dr. Adão. Os tons e os padrões são tão bem combinados que parecem uma modelo revestida de uma indumentária meticulosamente desenhada por estilista de talento.
O padrão das asas da zona superior é completamente diferente do da face interior. A zona superior é homogénea e a inferior apresenta-se manchada.
O nome da espécie advém do facto de se alimentar principalmente de folhas de medronheiro (Arbutus unedo) enquanto lagarta e dos seus frutos quando adulta.
Encontra-se dispersa pelo Mediterrâneo e Norte de África. Em Portugal, pode ser observada principalmente na metade oeste. Aqui, as colónias numerosas encontram-se em medronhais extensos.
Para a sua conservação, é importante preservar os bosques de medronho da zona mediterrânica.
Curiosidades: Esta é a maior borboleta diurna do país (envergadura 65 – 80mm).
É a primeira vez que publico um pequeno texto baseado em material disponível na internet. Como achei graça à história, quero partilhá-la com os leitores. Infelizmente o autor das fotografias e o “contador” da bela história, não estão identificados.
Além do conteúdo da história, como sou muito gulosa, encantei-me com a frase “Salvem a Terra ... o único planeta que tem chocolate”.
A meu ver, frases apelativas como esta, despertam e alertam para causas que muitas vezes são difícies de cativar a atenção. Frases que estimulam vários sentidos…
Agora a história, baseada num correio electrónico: dizem que é uma história real e que nos mostra que “não importam as diferenças, quando necessitamos do apoio do outro”.
Ao que parece, em 2004 no Quénia, um hipopótamo bebé sobreviveu às ondas de um tsunami na costa do país. Com cerca de 300kg e com menos de 1 ano de idade, criou laços afectivos com uma tartaruga gigante, centenária.
Aparentemente, a tartaruga está muito feliz com o seu papel de mãe. Comem e dormem juntos. O hipopótamo segue a tartaruga e mostra-se agressivo se alguém se aproxima, defendendo-a como se fosse a sua mãe biológica.
A Natureza às vezes, tem destas coisas…
Esta simpática gaivota, foi considerada até há pouco tempo, a gaivota mais rara da Europa.
O sentimento perante um animal, muda a partir do momento em que o temos na mão… tive a sorte de colaborar na colocação de localizadores GPS em 60 gaivotas de Audouin, num projecto desenvolvido pela SEO/BirdLife, a Universidade de Barcelona e com apoio do Ministério do Ambiente Espanhol. Os investigadores pretendem estudar o comportamento das gaivotas durante a reprodução e conhecer a interacção com diferentes tipos de pesca bem como outras actividades humanas que possam representar uma ameaça para a espécie. Além disso, serão efectuados estudos de isótopos estáveis, que permitirão estudar a ecologia alimentar das aves marcadas.
Os animais foram capturados com armadilhas, colocaram-se GPS nas costas que recolhem dados durante cerca de 10 dias, altura em que se procede à recaptura dos animais para se removerem os aparelhos e recolherem os dados acumulados. Na altura da captura, são registadas biometrias (peso, altura do bico…), colocadas anilhas e recolhido sangue para análises.
Esta gaivota ostenta um característico bico vermelho cor de sangue e olhos escuros, contrastando com uma plumagem clara.
Distribui-se pela bacia do Mediterrâneo e em Portugal, pensa-se que iniciou as primeiras tentativas de nidificação no Algarve, entre 1998 e 2000. Provavelmente a colónia de nidificação portuguesa será uma expansão das colónias do Delta do Ebro.
A nível mundial, a população aumentou nos últimos 10 anos. É considerada “Quase-Ameaçada” a nível global.
Viaja usualmente ao longo da costa e prefere baías abrigadas. Encontra-se muitas vezes na foz de um curso de água. Alimenta-se em mares tranquilos e afastados da costa.
Alimenta-se de peixes, invertebrados, pequenas aves e alguns vegetais. Ocasionalmente come os excedentes atirados ao mar por barcos de pesca (by-catch).
O casal é monogâmico e ambos os progenitores cuidam das crias até que estas sejam independentes. São territoriais na zona de nidificação e instalam o ninho no chão.
As principais ameaças incluem a alteração, destruição e perturbação dos habitats de nidificação e a predação. Pode ainda ser alvo de pilhagem de ovos para colecção (por ser uma espécie rara) e pode ter problemas com artes de pesca.
Curiosidades: em Portugal estima-se a presença de cerca de 50 – 250 indivíduos. Durante a nidificação os casais descansam juntos. Fora desta época encontram-se em bandos.
Passamos tantas vezes pelos mesmos locais e nem sempre vemos o que nos rodeia. Há anos que conheço as falésias algarvias, mas normalmente faço caminhadas com os olhos postos no ar em busca de seres alados, apenas observo o chão para ver o que piso…
Certo dia, deparei-me com este estranho ser de forma fálica, nas arribas das pequenas praias de Albufeira. Mostrei-a à família curiosa, e também eles, clientes assíduos daquelas paragens, jamais haviam visado semelhante ser, que mais parecia um híbrido de fungo e planta. A hipótese de ser fungo, logo ficou de parte após uma análise mais detalhada, onde reparámos que tinha minúsculas flores. Mas a sua forma e textura, deixava acesa a curiosidade. Uma vez mais, fotografei a planta e enviei às minhas queridas amigas botânicas…
Revelou-se ser uma planta parasita que se encontra nas zonas costeiras mediterrânicas. Há quem defenda que é uma das plantas mais raras da flora de Portugal. Apresenta aspecto fungóide (semelhante a cogumelos do género Phallus) e como parasita, vive ligado às raízes de algumas plantas costeiras. Como noutras plantas parasitas sem clorofila, a única parte que emerge são as inflorescências, tendo a planta uma vida completamente subterrânea. Durante o Inverno, possui um período de repouso vegetativo em que a parte aérea desaparece. Após este período, cresce lentamente até à floração na Primavera.
Curiosidades: Durante a idade média, foram-lhe atribuídos poderes mágicos e curativos. Eram muito apreciadas pelos Cavaleiros de Ordem de Malta que a usavam para combater disfunções sexuais, disenteria e outras doenças. Actualmente, alguns povos africanos utilizam as suas raízes como condimento. Na Líbia é utilizada para fabricar tintas; algumas tribos nómadas do Iraque utilizam-na com fins culinários e curativos; em algumas zonas de Espanha era utilizada para combater as hemorróidas. Possui das flores mais pequenas das angiospérmicas.
Não consigo dissociar a imagem de um bando de flamingos, do peculiar som que ecoam no característico ambiente húmido em que se encontram. Ainda não conheço África continental, mas cresci com as memórias da família, e quando vejo um bando de flamingos, sinto-me em África… O meu interior trauteia a banda sonora do filme “África Minha” e rapidamente me sinto em paz…
Tive a oportunidade de ver um bando de flamingos voar sobre mim, às 6h da manhã, altura em que o sol espreita e o dia começa a aquecer… a essa hora, a lua ainda se vislumbra e os dois astros teimam em permanecer no horizonte, como quem desfruta de um balancé… e brilhará o mais forte…
Trabalhava eu na Serra de Monchique e assisti a um festim de um sardão… este, que fotografei, estava calmamente instalado em frente a um apiário.
As pobres abelhas pareciam loucas… hesitantes entre entrar na colmeia ou tentar expulsar o intruso. Por momentos, aquela colónia de organização quase militar, descontrolou-se como o faz a nossa Selecção de Futebol quando começa a perder… Fechei os vidros do carro, não fosse alguma vir direita à minha testa de ferrão apontado, como já aconteceu. Daí a fotografia tirada através do vidro, mas foi a maneira de me deliciar mais algum tempo vendo o sardão a lamber os beiços.
Comia as abelhas, uma a uma, como quem vai tirando bombons da caixa, saboreando com prazer… tranquilo, com ar de quem sabe deleitar-se com um banquete que não se tem todos os dias.
Por ali continuou, tanto tempo que parti antes dele… e não se incomodou nada com a minha presença, ao contrário de tantos outros encontros efémeros que tenho com sardões. Ah! Não é verdade… lembrei-me de um encontro mais demorado: estava no Gerês, quando vi um grande sardão no alcatrão. Que grande oportunidade de o fotografar… estacionei em local seguro e lentamente, de máquina na mão, fui-me aproximando…
fantástico, estava com a cabeça erguida e nem se movia… só tinha que ver de que lado estava o sol, para ter um bom resultado na foto… aproximei-me, disparei logo antes que fugisse… aproximei-me, lentamente, lentamente… e quando realmente estava tão próxima… não fugiu… estava morto.
Este lagarto, pode ser observado em todo o território português. É o maior lagarto de Portugal (o comprimento cabeça-corpo varia entre 15 a 26 cm). A cauda é comprida e pode atingir duas vezes o tamanho do corpo. É esverdeado ou amarelado, com um reticulado escuro. Nos flancos apresenta grandes manchas ou ocelos azuis.
São muito esquivos e fogem rapidamente ao menor sinal de perigo. Se se sentirem sem possibilidade de fuga, enfrentam o agressor sem hesitar, chegando mesmo a morder.
Alimenta-se essencialmente de invertebrados, mas por vezes de alguns vegetais e frutos. Pode capturar lagartixas, pequenos mamíferos, ovos e crias de aves.
Esta espécie pode constituir uma das principais presas da dieta de algumas aves de rapina.
São activos entre Março e Outubro, hibernando nos restantes meses.
A época de reprodução ocorre na Primavera onde se acentua o carácter territorial dos machos, podendo assistir-se a violentos combates entre eles.
A postura ocorre entre Março e Maio e a fêmea deposita entre 5 a 22 ovos que enterra debaixo de pedras, troncos ou mesmo de manta morta. A maturidade sexual é atingida apenas no 3º ou 4º ano de vida.
As principais ameaças são a destruição do habitat, o atropelamento e a captura intensiva.
Curiosidades: Na época de reprodução, os machos tornam-se tão agressivos que antes da cópula, perseguem as fêmeas, mordiscando-lhes a cauda, ou qualquer outra parte acessível do corpo, podendo por vezes arrancar a cauda de uma dentada só. A longevidade destes animais pode ser superior a 11 anos quando em liberdade e 17 em cativeiro.
A postura dos grifos, recorda-me as beatas, por vezes apelidadas de “ratas-de-sacristia”, que na missa, por detrás da mantilha, observam a Zeca da Fonte, que dizem ter 2 amantes e invejam o lindo casaco violeta, que ela veste propositadamente ao domingo… Distraidamente, esquecem-se dos ensinamentos da homilia…
Parecem-me umas más comadres, sempre à zaragata, por um troço de víscera. Mas não deixam de ser altivos e de impor o respeito que o seu porte ostenta.
O grifo é um abutre, e é das maiores aves que existem em Portugal. Em voo, tem uma silhueta particular e de fácil identificação. Parece corcunda…de pescoço encolhido, asas enormes, cauda curta, arredondada e aberta. É fácil observá-lo a pairar e a voar em círculos, bem alto, à procura de cadáveres. Como se entrassem à vez, num carrossel de onde nunca mais saissem… entram e apanham uma corrente térmica ascendente. É um espectáculo vê-los a subir, subir… até quase tocarem as estrelas… e sem praticamente mexerem as asas, onde os “dedos” são bem visíveis.
Habitualmente vive em grupos (é gregário) e estabelece grandes colónias (até 200 casais). Pode confundir-se com o abutre-preto, que por vezes se associa aos grupos.
Alimenta-se quase exclusivamente de carne morta. Nos últimos anos, tem-se assistido ao registo de observações de abutres a alimentarem-se de presas vivas. Na realidade, isso só acontece se a presa estiver doente ou debilitada e são raros os casos.
São uns verdadeiros desengonçados a caminhar… as suas patas são bastante débeis, uma vez que não são usadas para apreender as presas, como as outras aves de rapina.
Os ninhos, construídos com paus e ervas, situam-se em plataformas ou fendas rochosas. Põem apenas 1 ovo (branco) por época reprodutiva. A cria realiza o primeiro voo entre os 110 – 115 dias.
Medem entre 95-110cm de altura e 225-290 cm de envergadura e pesam entre 6,5 a 11 kg.
O número de grifos tem vindo a crescer desde a década de 1980. No entanto, a crise das vacas loucas, levou a que normas da União Europeia proibissem o abandono de gado morto no campo. Deste modo, o alimento disponível para as aves necrófagas diminuiu. É indiscutível o importante papel sanitário que os abutres desempenham no ambiente.
Em Portugal, os grifos estão presente ao longo de todo o ano e podem ser observados, principalmente nas zonas fronteiriças. Os melhores locais para observação, situam-se nos Parques Naturais do Douro Internacional e Tejo Internacional (que possuem colónias reprodutoras) e em alguns pontos da Beira Baixa e Baixo Alentejo.
A principal ameaça a esta espécie (e outras aves necrófagas), é o uso ilegal de venenos.
Os venenos são (ainda) utilizados para a eliminação de animais considerados nocivos. Os predadores das espécies cinegéticas, são o principal alvo a atingir. As raposas, os lobos-ibéricos, os saca-rabos, cães e gatos assilvestrados, aves de rapina e abutres, morrem todos os anos envenenados. Por vezes, o veneno é também usado em consequência de conflitos entre pessoas. O seu uso com este fim, está completamente proibido pelas leis nacionais e europeias e é uma prática completamente irresponsável com consequências graves para a Saúde Pública e para o meio ambiente.
Os iscos envenenados podem destinar-se a uma única espécie, mas como não são selectivos, uma enormidade de animais morrem em consequência. O caso de envenenamento secundário é constante, ou seja, um animal morre envenenado, é comido por outro e morrem uma série deles por “efeito dominó”. Nesta cadeia de envenenamento, já assistí ao desespero de caçadores perante a morte de cães de estima… o envenenamento constitui uma importante causa na diminuição e mesmo extinção de populações de animais.
À semelhança de Espanha, existe em Portugal o “Programa Antídoto” (www.antidoto-portugal.org) que procura combater o uso ilegal de venenos.
Curiosidades: Os adultos e os jovens, podem distinguir-se pelo colar ou gola de penas que é branca nos adultos e castanha-clara nos jovens.
Só mais um beijo! Um só… para que o leve e o conserve… neste meu mundo intermitente. Ficará quentinho e aconchegado no meu peito, na recordação, … até ao nosso reencontro. Aí poderei renová-lo e avivá-lo com um lustre de ternura.
Tu tens raízes nos pés que te deixam ficar, mas as minhas asas não me permitem. Mesmo querendo permanecer ao teu lado, voo, voo … para longe … só, mas preenchida. Sempre volto! Mais rica, mais sensível, mais mulher. Sei que estarás à minha espera… sempre!
Com o afago do teu último beijo, ultrapasso as tormentas e levanto-me cada vez que tombo. É tão bom saber que estás aí… mesmo que longe… para sempre… à minha espera!
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