Com a devida vénia, reproduzimos aqui um texto saído no Público de 23 de Maio passado. Ao jornal e à Helena Geraldes, os nossos agradecimentos. O assunto tratado é da maior importância para o nosso país, sendo muito esquecido pelas autoridades responsáveis. A título de exemplo recorde-se a pouca atenção dada à necessidade de controlar o aumento dos perímetros urbanos e da impermeabilização dos solos. Outro caso é o do aquífero de água doce existente sob o estuário do Tejo, importantíssimo para o equilíbrio ecológico e ambiental da região, e até para o fornecimento de água em períodos de escassez de chuvas. Para quando informações precisas e regulares sobre estes assuntos? Para quando uma maior prudência nas autorizações de obras nas suas margens e nas ilhas e mouchões que o integram?
23.05.2011
Helena Geraldes
Todos os anos, os solos europeus perdem para o betão e asfalto uma superfície correspondendo ao tamanho da cidade de Berlim, uma tendência que a Comissão Europeia considera “insustentável”.
A expansão das cidades e das estradas – que impermeabiliza os solos - “compromete o legado de solos férteis e de aquíferos subterrâneos a deixar às gerações vindouras”, alerta hoje a Comissão Europeia em comunicado. De 1990 a 2000 perderam-se por dia na União Europeia 275 hectaresde solos, o que representa mil quilómetros quadrados por ano. Metade desses solos está definitivamente impermeabilizada por edifícios, estradas e parques de estacionamento.
Esta tendência baixou para 252 hectares por dia nos últimos anos, segundo um relatório da Comissão apresentado hoje. Ainda assim, a taxa de perda de solos continua a ser preocupante. Entre 2000 e 2006, o aumento médio das superfícies artificiais na União Europeia foi de três por cento, tendo atingido 14 por cento na Irlanda e em Chipre e 15 por cento em Espanha.
Em Portugal, os autores do relatório sublinham que a expansão urbana massiva aconteceu, sobretudo a partir de 1990. O documento salienta a rede de estradas, “entre as mais densas da Europa, com o maior número de quilómetro por habitante e área”. As áreas mais afectadas pela impermeabilização ficam no litoral e nas regiões de Lisboa, Setúbal e Porto. No Algarve, o documento lembra que 30 por cento das habitações são casas de férias.
O relatório recomenda uma intervenção a três níveis: redução da impermeabilização do solo através de um melhor ordenamento, atenuação dos efeitos da impermeabilização – como por exemplo através da construção de coberturas verdes - e compensação da perda de solos de qualidade por acções noutras áreas.
“Dependemos dos solos para alguns serviços ecossistémicos fundamentais, sem os quais a vida na Terra desapareceria. Não podemos continuar a perder solos pavimentando-os ou construindo sobre eles. Tal não significa parar o crescimento económico ou deixar de melhorar as nossas infra-estruturas, mas exige maior sustentabilidade”, disse o comissário europeu para o Ambiente, Janez Potočnik.
Os resultados deste relatório serão incorporados num documento técnico da Comissão no domínio da impermeabilização do solo, que está a ser elaborado com a colaboração de peritos nacionais. O documento facultará às autoridades nacionais, regionais e locais orientações sobre boas práticas de redução da impermeabilização do solo e de atenuação dos seus efeitos, prevendo se que esteja concluído no início de 2012.
“A impermeabilização dos solos provoca a perda irreversível das funções biológicas do solo. Como a água não se pode infiltrar nem evaporar, aumenta a escorrência, originando por vezes inundações catastróficas. A paisagem fragmenta se e os habitats tornam-se demasiado pequenos ou demasiado isolados para sustentar determinadas espécies. Além disso, o potencial de produção alimentar das terras é perdido para sempre”, explica a Comissão. Segundo as estimativas do Centro Comum de Investigação da Comissão, a impermeabilização dos solos acarreta a perda anual de 4 milhões de toneladas de trigo.
Fri, 6 Mai 2011
18:00
Aud.3
Free admission
PROGRAM
Walden, 1854. Henry David Thoreau | |
CONFERENCE | |
Fri, 6 Mai 2011, 18:00 Speaker: Viriato Soromenho-Marques (Portugal) Comentator: Isabel Capeloa Gil (Portugal) | |
- - - - - PARALLEL ACTIVITIES BOOK CLUB . . . . . . . . . . . . . | |
Sand County Almanac Aldo Leopold, 1949 | |
Thursday, 7 Jul 2011, 18:00 Speaker: J.B. Callicott Comentator: Maria José Varandas | |
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Small is Beautiful: Economics as if People Mattered E.F. Schumacher, 1973 | |
Fri, 2 Set 2011, 18:00 Speaker: Satish Kumar (India) Comentator: Olivia Bina (Portugal) . . . . . . . . . . . . . | |
Silent Spring Rachel Carson, 1962 | |
Fri, 7 Out 2011, 18:00 Speaker: Linda Lear (U.S.A.) Comentator: José Manuel Lima Santos (Portugal) | |
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Our Common Future, (Brundtland Report) Organização das Nações Unidas, 1987 | |
Friday, 21 Nov 2011, 18:00, Aud.3 |
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The Limits of Growth Donella and Dennis Meadows, Jorgen Randers, and William W Behrens III, 1972 | |
Wednesday, 7 Dez 2011, 18:00 | |
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ABOUT THE PROGRAM
Environment. Why Read the Classics?
“Environment. Why Read the Classics?” is the new project launched by the Programa Gulbenkian Ambiente, in cooperation with the U.S. Embassy, which invites the readers to reflect and participate in several activities, inspired by books that, since the 19th century, contribute for an environmental movement.
Organised by: The Gulbenkian Environment Program
PROJECTS in cooperation with the Embassy of the USA in Lisbon
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