Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011

MANIFESTO DOS ECONOMISTAS ATERRADOS - 3 -

(Continuação)

Primeiros signatários: Philippe Askenazy (CNRS, Ecole d’économie de Paris), Thomas Coutrot (Conseil scientifique d’Attac), André Orléan (CNRS, EHESS), Henri Sterdyniak (OFCE)

Tradução para português: Júlio Mota, Luís Lopes e Margarida Antunes (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

FALSA EVIDÊNCIA N.º 2: OS MERCADOS FINANCEIROS FAVORECEM O CRESCIMENTO ECONÓMICO.

A integração financeira alcandorou o poder da finança ao seu zénite, na medida em que unificou e centralizou a propriedade capitalista à escala global. Agora é a finança que determina as normas de rentabilidade exigidas pelo conjunto de todos os capitais. O projecto era o de a finança de mercado substituir o sistema de financiamento bancário dos investimentos. Projecto que aliás falhou, uma vez que hoje, globalmente, são as empresas que financiam os accionistas e não o contrário. A governança das grandes empresas foi, no entanto, profundamente transformada para corresponder às normas de rentabilidade do mercado. Com a ascensão dominante do valor accionista, instituiu-se uma nova concepção da empresa e da gestão, pensadas como estando ao serviço exclusivo do accionista. A ideia de interesse próprio comum dos diferentes interessados na vida da empresa desapareceu. Os gestores das empresas cotadas na Bolsa têm agora a principal missão de satisfazer o desejo de enriquecimento dos accionistas e nada mais. Consequentemente, deixam eles próprios de ser assalariados, como mostra bem o aumento desmesurado das respectivas remunerações. Como sugere a teoria do “agenciamento”, trata-se de fazer com que os interesses dos gestores passem a estar em convergência com os dos accionistas.

Uma ROE (“Return on Equity” ou rentabilidade dos capitais próprios) de 15% a 25% passa a ser a norma imposta pelo poder da finança às empresas e aos assalariados. A liquidez é o instrumento deste poder, permitindo a todo o momento aos capitais não satisfeitos de mudarem para outras paragens. Confrontados com este poder, os assalariados, tal como a soberania política, surgem, pela sua fragmentação, em situação de inferioridade. Esta situação de desequilíbrio leva a exigências de lucros irrazoáveis, porque definham o crescimento económico e conduzem a um aumento contínuo das desigualdades de rendimentos. Por um lado, as exigências de lucros inibem fortemente o investimento: quanto mais elevada for a rentabilidade exigida, mais difícil é encontrar projectos que sejam suficientemente rentáveis para a satisfazer. As taxas de investimento continuam a ser historicamente fracas na Europa e nos Estados Unidos. Por outro lado, esses requisitos provocam uma pressão constante sobre a baixa dos salários e sobre o poder de compra, o que não é favorável à procura. A travagem simultânea do investimento e do consumo conduzem a um baixo crescimento e a um desemprego endémico. Os países anglo-saxónicos têm procurado opor-se a esta tendência através do aumento crescente do endividamento das famílias e através de bolhas financeiras especulativas, que criam uma riqueza fictícia, permitindo o crescimento do consumo sem salários, mas que acabam por redundar em crashs.

Para ultrapassar os efeitos negativos dos mercados financeiros sobre a actividade económica, colocamos em debate três medidas:

publicado por Carlos Loures às 21:00

editado por Luis Moreira em 13/01/2011 às 23:08
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Domingo, 25 de Julho de 2010

O dr. Mexia diz que somos invejosos e preguiçosos!

Luís Moreira



Ó Sr. CEO, e mesmo que sejamos tudo isso que diz que somos, o que é que isso tem a ver com o facto de o senhor se ter sentado numa cadeira que outros compraram e ganhar milhões? Num país em que há tanta gente a viver mal?

Eu ponho-lhe uma velinha, se o Sr.Dr. ganhar esse dinheiro todo com uma empresa sua, em que tem uma ideia, mete lá o seu dinheirinho, vai competir em mercados abertos, sem cobertura e "golden shares" do governo, até lhe coloco duas, uma em Fátima e outra em S .Bento.Mas ganhar esse balúrdio num país pobre, numa empresa que tem como accionistas os grandes deste país, que aumenta o preço dos bens e serviços que vende tanto quanto for preciso, desculpe que lhe diga mas eu faço isso por metade do que ganha.

Porque terá o Sr. Dr. que aturar estes ingratos que morrem de inveja, quando poderá ganhar esse dinheiro todo num grande país, onde as pessoas ganham bem, num país rico? Nenhum de nós diria nada, a maioria até ficaria muito orgulhosa de ver um compatriota vencer na vida, mas numa empresa pública monopolista ganhar milhões? Onde o desemprego campeia, em que 20% da população é pobre?

Não tente desviar a conversa, Sr. Dr., ninguem está contra o facto de ganhar muito dinheiro, estamos é contra o facto de ganhar esse dinheiro à custa da miséria alheia, pois se o país não cria riqueza como poderá V. Exª ganhar dessa maneira? Diz V.Exª que 55% é relativo aos resultados das operações da empresa no exterior. E eu pergunto. Quando as operações no exterior derem para o torto devolve os prémios?

É uma pena, com uma cabeça dessas não ser um empresário, criar riqueza, postos de trabalho, arriscar o que é seu.Uma pena!
publicado por Luis Moreira às 13:35
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