Teófilo Braga e os Republicanos
Carlos Consiglieri
Vega, 1987
A preparação deste dossier, que apelidámos “Teófilo Braga e os Republicanos”, deve-se à iniciativa de José Relvas que o recolheu, como tudo indica, nos anos 20, para possível publicação.
Foi decerto nesse período, após a passagem efémera pela chefia do Governo em 1919, aquando da restauração da “República Velha” em contraposição ao Sidonismo e à Monarquia do Norte, que José Relvas procedeu â seriação e arrumo desses papéis.
É nessa altura que escreve as Memórias Políticas, documento (fundamental para a história da I República, recentemente publicado, que constitui, como assegura Carlos Ferrão, “o mais valioso testemunho até hoje aparecido sobre a preparação do movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910.”
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O Terceiro Governo Afonso Costa – 1917
A. H. de Oliveira Marques
Livros Horizonte, 1977
É o mais desastroso erro político para a vida nacional.
Primeiro defeito saltando aos olhos: a organização do ministério. Alguns daqueles nomes nem os mesmos partidários julgam neste momento com arcaboiço para investidura tamanha. O Presidente do, Ministério tem a atenção focada sobre tão alto escopo, que não enxerga as misérias cá de baixo. Nem o suspeita, estou em crer. Do contrário não se julgava com abastança para substituir a pouquidade governativa dalguns dos seus colegas. Ao menos os nomes desses ministros deveriam conciliar o maior número de simpatias públicas. Desde logo se oferecia menos corpo ao ataque. Não aconteceu tal, e compondo-se o ministério com alguns nomes excelentes, outros ali há dos que mais irritam uma boa parte da opinião.
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O Segundo Governo de Afonso Costa
(1915-1916)
A. H. de Oliveira Marques
Publicações Europa-América, 1974
Depois do movimento revolucionário de 14 de Maio de 1915 e do Governo de concentração que se lhe seguiu, era lógico e constitucional que o Partido Democrático tornasse conta do Poder. Vitorioso como saíra das eleições de Junho desse ano, onde conquistara maioria absoluta em ambas as Câmaras do Congresso, tendo feito eleger presidente da República o seu candidato preferido, Bernardino Machado, dispunha dos trunfos essenciais para impor a sua soberania indiscutível e assegurar estabilidade à Nação. Afonso Costa era o seu dirigente máximo. E só a queda grave que deu de um eléctrico, em começos de Julho, e o pôs às portas da morte, impediu a transmissão rápida do Poder àquele chefe democrático e à sua equipa ministerial. José de Castro, presidente do Ministério malgré lui desde Maio, foi forçado a governar durante todo o Verão e parte do Outono, até Afonso Costa se considerar completamente restabelecido.
Servidor de Reis e de Presidentes
Vital Fontes
Lisboa, 1945
Quem melhor conhece os grandes homens é aquele que os serviu na intimidade, que os viu tal como andam por casa, em pantufas, por assim dizer. E Vital Fontes viveu assim na corte real e nos palácios da República, e conheceu assim os últimos reis e os presidentes, e os seus familiares, e os seus ministros.
Acedeu, mas pôs uma condição: de que não agravaríamos aqueles de quem nos falasse, e de que tudo contaríamos tal qual ele os serviu: respeitosamente.
Aceitámos, porque assim deve ser para que as suas memórias tenham o cunho da sua personalidade, simples como a sua vida simples, há 50 anos, numa casinha da qual não pagava renda no tempo da Monarquia, para estar perto do Palácio da Ajuda, com uma nesga de horta que ele próprio cultiva. Já reformado, mas ainda direito e aprumado, ali vive entre retratos que os seus senhores lhe ofereceram …
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Portugal Trágico
O Regicídio
José Brandão
Âncora Editora, 2008
Um Rei, um Presidente e um chefe de Governo são assassinados no mesmo País, na mesma cidade, e no mesmo ambiente de fúria.
O rei é D. Carlos. O presidente é Sidónio Pais. O chefe de Governo é António Granjo.
O país é Portugal. A cidade é Lisboa. E o ambiente é o dos anos 1908 a 1921.
Porque foi assassinado um Rei e abolida com tanta facilidade uma instituição com séculos de identidade nacional? Como e por que razão se fez tão facilmente a República em 1910?
Porque foi assassinado um Presidente que tantos adoravam e que foi o único eleito pelo Povo durante a I República? Como e por que razão tudo isto aconteceu em Portugal? Porque foi assassinado um chefe de Governo e embargada sem grande dificuldade uma esperança de viver em que muitos acreditavam? Como e por que razão se desfez tão facilmente a República em 1921?
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A Primeira República Portuguesa
Oliveira Marques
Livros Horizonte, 1980
Não se pode precisamente dizer que este livrinho fosse recebido na ponta das espadas, mas pouco faltou para tal. Da extrema-direita como da extrema-esquerda mereceu as críticas mais demolidoras e ofensivas. Por iniciativa – disse-se – dos poderes públicos fascistas, foi publicado um opúsculo exclusivamente consagrada a rebater muitas das suas hipóteses e a destruir algumas das suas conclusões. Numa livraria havida por «progressista», o livro chegou a aparecer no painel das obras não recomendadas ao público pelo seu carácter «reaccionário». Na imprensa também se atiraram a ele.
Tudo isto porquê? Essencialmente, porque o livro tinha um carácter de imparcialidade, de «não-alinhamento», pouco consentâneo aos extremismos «dialécticos» da nossa triste época e do nosso pobre país. Era um livro crítico, que procurava apenas conter história.
Portugal Contemporâneo -3
1910-1926
António Reis (Direcção)
Publicações Alfa, 1990
Até que ponto a mudança de regime político afectou a organização e o modo de viver da sociedade portuguesa na segunda e terceira décadas deste século? Esta é quiçá a principal interrogação que se levanta aos estudiosos da Primeira República, ultrapassada que está a época em que se digladiavam apologistas e detractores de um regime cujas instituições tiveram uma vida breve, mas cujos ideais permaneceram por muito tempo no imaginário de considerável número de cidadãos.
Responder-lhe não é tarefa fácil nem isenta de algum melindre. Apesar do considerável enriquecimento da historiografia deste período, quase sempre se tende para a confrontação entre duas posições extremas que mutuamente se provocam: a dos que procuram revalorizar o contributo dos republicanos para a modernização e o progresso de Portugal e a dos que se comprazem em evidenciar a incompetência…
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Direcção de Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques
Editorial Presença, 1991
Obra fundamental da historiografia portuguesa, quer pelas novas coordenadas metodológicas que a orientam, quer pelo contributo dos mais eminentes investigadores que nela participam, esta «Nova História de Portugal», a publicar em doze volumes, constitui também um momento excepcional de reflexão sobre a sociedade e a cultura portuguesas.
Esta colecção é dirigida por Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques, sendo este último o coordenador do presente volume, autor de inúmeros dos seus textos, assim do Prefácio e da Introdução - que versa sobre a situação política, económica, social, religiosa e cultural de Portugal durante a época de profundas transformações políticas que levaram ao fim do regime monárquico e à implantação da República.
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Parlamentares e Ministros da 1ª República
(1910-1926)
Vários
Assembleia da República, 2000
"O conjunto das sínteses biográficas produzido padece, naturalmente, de muitas lacunas, imprecisões e várias outras deficiências, de forma ou de conteúdo. É natural que especialistas em determinados temas, organizações políticas ou regiões conheçam dados que considerem óbvios sobre esta ou aquela personalidade. No entanto, o método de trabalho adoptado, que privilegiou a exploração extensiva de cada núcleo documental em detrimento do aprofundamento da pesquisa sobre cada caso individual, teve esta consequência inevitável.
Em suma, o maior problema enfrentado resultou da conjugação do número de casos com a morosidade que determinadas pesquisas implicam."
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Nova História – 1ª República Portuguesa
A. H. de Oliveira Marques
Editorial Estampa, 1984.
A instituição militar não existia como organização unificada no Estado imperial português quando a monarquia foi derrubada em 1910, e convém desde já arredar uma das muitas ideias feitas com curso legal assegurado, a saber, a opinião de que os militares tiveram uma continuada intervenção na sociedade portuguesa durante todo o século XIX.
Nada de mais falso no que respeita à segunda parte desse século em Portugal. Com efeito, após as últimas veleidades do Marechal Saldanha e com o advento de Fontes Pereira de Melo, a instituição militar desaparece dos centros de decisão políticos para se tornar um instrumento relativamente dócil e sempre subordinado ao monarca, fosse ele D. Luís, D. Carlos ou D. Manuel II.
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A Obra da República
Carlos Ferrão
Editorial O Século, 1966
O título «A Obra da Republica» é demasiado ambicioso para o conteúdo deste livro. Embora abranja apenas parte dele pareceu-nos o mais ajustado à sua intenção. Por aquela expressão deve entender-se a acção dos que, em seguida à proclamação do regime republicano, assumiram o encargo de dirigir a Nação e reparar os estragos legados pela monarquia e pelos que a serviram em cargos de direcção e responsabilidade, na política e na administração. Os republicanos do nosso tempo, depositários do pensamento que presidiu à propaganda do ideal democrático, sobretudo desde que teve ao seu serviço, como força política organizada, o Partido Republicano, por ignorância, algumas vezes, por má fé, na maioria dos casos, separaram, mutilando-a, a obra realizada antes e depois de 1910 pelos que serviram o interesse nacional sob a bandeira da República.
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História da Primeira República Portuguesa
A. H. de Oliveira Marques
Iniciativas Editoriais/Figueirinhas, 1978
A presente História da 1.ª República Portuguesa conheceu muitas vicissitudes que explicam a demora na sua conclusão. Concebida como um trabalho de equipa, veio a ressentir-se da destruição dessa mesma equipa sem possibilidade de reconstituição. De facto, só os primeiros três capítulos resultaram do esforço conjunto do autor-coordenador e dos quatro colaboradores do grupo inicial (Irene Serpa, Arlindo Manuel Caldeira, José Mariz e Manuel Roque Azevedo), Os acasos da vida fizeram sair de Lisboa, e de Portugal mesmo, os três primeiros destes colaboradores, ficando apenas o último a investigar até ao fim.
Por volta de 1974 achava-se a investigação concluída, pelo menos nas suas linhas gerais. Mas logo veio o 25 de Abril, com suas consequências nas editoras e nas tipografias, atrasar a publicação normal dos fascículos.
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História da 1ª República
Carlos Ferrão
Terra Livre, 1976
A vigência da primeira República Portuguesa correspondeu ao período compreendido entre 5 de Outubro de 1910 e 28 de Maio de 1926, portanto quinze anos, sete meses e alguns dias. Este espaço de tempo foi perturbado por acontecimentos internos e externos de grande relevância, entre os quais avultou a intervenção de Portugal na primeira guerra mundial em que o País se envolveu para acautelar os seus interesses nas colónias e a sua própria sobrevivência. Os governos republicanos, que assumiram a responsabilidade da intervenção armada no conflito travado na Europa e em África, exigiram do povo português grandes sacrifícios feitos pela maioria da população e contestados por uma minoria que procurou explorar, em proveito das suas paixões e preferências partidárias, a crise que, sob diversas formas afectou a Nação.
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