Este último “dez de Junho”, em patriótica celebração da corte cavaquista, ofereceu-nos ainda, em cristianíssimo Gólgota, o espalhar das cinzas socráticas que restavam, melancolicamente. Espectáculo sorumbático, bem pífio, sem panache. Já ninguém acredita no destino, senão em salvar a pele
Está à vista que este cavaquismo tão funcionário após a fase fugaz, desastrada do enriquecimento fácil, nunca primou pela imaginação e sempre se conformou na sua condição genética, de pequenos burgueses tementes, mas ávidos. Agora, entaramelados com o purgatório de Loureiros e Rendeiros, para memória mais prudente.
O novo “príncipe” Coelho, e o seu mentor Correia (curiosamente ausente na farsa beirã) já o terão percebido. Vão procurar amansar a fera, esforçar-se em domesticar a tão imunda e imprevisível plebe, que lhe dá nas ganas, por vezes, de arreganhar a dentuça e até morder. Todos os cuidados serão poucos.
Enfim, a corte exibiu-se com os esperados penduricalhos ao peito, distribuídos em contida soberba, a fingir-se elite em manga de alpaca, cinicamente pacificante, a decantada “pose de Estado”!Resolvido o trauma infeliz
de Saramago com a reforma para a viúva, muito agradecida e já arredada, os escritores, artistas e cientistas de mérito, os que haverá, não se enxergaram na farsa serrana. Ou já terão os seus penduricalhos e prebendas, ou são cavaquistas de menor confiança, ou.. simplesmente… foram esquecidos, não constam da agenda.
Desfilaram fardas, com pompa, em ginasticados manequins circenses, inocentes criancinhas balbuciaram o caduco hino anti-braganças e o povoléu, aparvalhado, aplaudiu. E sucederam-se depois as habituais lérias.
Lérias ressonadas e já tão debitadas nos palcos das têvês, que é um fastio vão… Que a economia prima, pior, que a agiotagem no poder, aqui e além decidem, que vamos pagar mais,retórica tosca e redonda, foi assim, será?...
Seja, vamos pagar mais, uns mais do que outros, haja Deus!, a famigerada troika ameaça e não perdoa, negócios são negócios!
O universitário António Barreto, sociólogo patentado, de longo passado como «velho do Restelo», mostrou-se, Marchou, sapiente, por sobre as águas lôbregas. Espera obviamente suceder em Belém, a um Cavaco envelhecido e atarantado. Que o milagre da multiplicação dos pães que anunciava… já foi, sequer os seus acólitos acreditam. A Barreto resta esperar a hora das súplicas sebásticas, por sobre as ruínas da Babilónia que nem chegou a acontecer.
Estranha anedota a ausência do habitual cardeal romano. Que se passa?! Neste último fôlego cavaquista, haverá caso de conspirações na sombra, entre lobos e lóbis a abocanhar os restos?!...O altar já não conta?!...nesta permanente guerra civil de séculos, ora quente, ora morna, da barões engalfinhados a abocanhar a carne, como foi a história pátria de séculos?!...
Será esta a última novidade, já sem delírios de 5º Império, nem destinos por mares, Índias e Brasis. Tão-só, finalmente, o pomar lusitano, o regresso à Europa de origem, sofridos, em tempestades de sangue, os tempos passados e apodrecidos. Releia-se Antero e Oliveira Martins.
O fontismo, versão betão, gaguejou ainda nesta farsa cavaquista como nevoeiro deu, obscura ameaça… porra!... merecemos melhor. Basta!
"Vivemos os resultados de uma grave crise internacional. Sem dúvida. O nosso povo sofre o que outros povos, quase todos, sofrem. Com a agravante de uma crise política e institucional europeia que fere mais os países mais frágeis, como o nosso. Sentimos também, indiscutivelmente, os efeitos de longos anos de vida despreocupada e ilusória. Pagamos a factura que a miragem da abundância nos legou. Amargamos as sequelas de erros antigos que tornaram a economia portuguesa pouco competitiva e escassamente inovadora. Mas também sofremos as consequências da imprevidência das autoridades. Eis por que o apuramento de responsabilidades é indispensável, a fim de evitar novos erros." António Barreto.
Cavaco Silva:
Afirmando que "o interior do País pode ser uma metáfora de Portugal inteiro", Cavaco Silva declarou: "É Portugal inteiro que tem de se erguer neste hora decisiva. Um tempo de sacrifícios, de grandes responsabilidades. Não podemos falhar", exortou o Presidente, pois "os custos seriam incalculáveis".
Para Cavaco Silva, está fora de questão "pens[ar] que Portugal pode ser um país auto-suficiente" no plano agro-alimentar. Porém, "importa hoje cerca de seis mil milhões de euros de bens agrícolas para consumo" enquanto as exportações "chegam apenas aos três mil milhões de euros".
Ano após ano, lá vem a ladaínha, somos capazes, vamos dar as mãos, vamos repovoar o interior e lavrar os campos, trabalhar o mar, apoiar as exportações, substituir as importações, desenvolver as actividades onde somos competitivos.Um diagnóstico há muito feito. O problema é que voltamos sempre ao mesmo, às grandes obras, às empresas e bancos do mercado interno...
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