Segunda-feira, 4 de Outubro de 2010
(Continação)Últimas ordensPadre Lima e Dente de Ouro põem moedas em saquinhos(Marinheiros com Padre Lima e Dente de Ouro. A imagem sugere a ceia de Cristo)(Padre Lima prepara beberragem no garrafão que dá aos marinheiros)
Padre Lima – Bebei, meus irmãos, este é o elixir consagrado que vos dará forças e alegrias. A palavra de Deus irá entusiasmar-vos para poderdes conquistar um lugar imperecível na nossa luminosa história.
Vós sois os apóstolos da liberdade. Não queremos Judas entre nós. Sai Satanás !
(mostra o pergaminho). Quem lutar , será recompensado. Está aqui o compromisso de gente honesta.
Abel Olímpio – Viva el-rei D. Carlos!
(com o pergaminho) Acabou a nossa miséria! Viva el-rei D. Carlos!
Todos – Viva!
Padre Lima – (agita um saco)
Vocês ganham mal. A República despreza-vos, não vos paga o que vós mereceis. Mas as pessoas que foram perseguidas e injuriadas, respeitam o povo martirizado. Tendes necessidades e alguns de vós tendes responsabilidades familiares...
(risos)Irmãos, irmãos, não façais chacota. Há, com certeza, quem tem mulher e filhos que necessitarão de maior carinho e conforto.
Tenho a sorte de vos poder oferecer algum dinheiro... dinheiro de almas piedosas que ainda acreditam que este país mudará de rumo... tomai....e multiplicai-vos...
Que Deus vos proteja!
(Distribuição de pequenos sacos, em mistura com nova distribuição de bebidas*
(Na rua, de noite. Padre Lima com Abel Olímpio e Augusto Gomes)Padre Lima – O Augusto Gomes ainda não veio?
Abel Olímpio – não, e já estou aqui há um bom bocado.
Padre Lima - Abel, isto está mau. Não podemos falhar. Últimas informações: o Machado Santos tem mesmo de ser abatido.
Abel Olímpio – Mas esta gente gosta dele. É perigoso.
Padre Lima – Tem de ser. Agora está a fazer contra-espionagem para descobrir os nossos negócios com Espanha e com o Rei Afonso XIII.
Abel Olímpio – Essa agora! Mas como é que o senhor padre descobriu isso?
Padre Lima - Como é que havia de ser? Primeiro, porque muitos dos nossos nunca saíram dos ministérios nem das polícias, e depois porque fomos infiltrando a nossa gente no meio desses palermas. Tens aqui a última lista dos que têm que ser abatidos. Quero o serviço bem feito.
(Camioneta, som e faróis. Aparece Augusto Gomes)Augusto Gomes – Olá, Dente de Ouro. Tudo em ordem?
Abel Olímpio – Sim, senhor Augusto Gomes.
Padre Lima – Já lhe dei a lista. E já lhe disse aquilo do Machado Santos.
Augusto Gomes – isso é que nunca pode falhar. Eu mesmo me encarregarei dessa encomenda ( risos). Não queremos falhanços. O ataque tem de ser rápido e sem piedade. Temos de aproveitar a surpresa.
Abel Olímpio – Esteja descansado.
Augusto Gomes – Se fizerem o que é preciso, vão ter uma vida de lordes. Atenção, o silêncio é essencial para a nossa vitória. Porque se este golpe não for totalmente triunfante, outro estará em marcha e não se podem descobrir pistas. Percebes?
Se algum fôr preso, dentro de pouco tempo será libertado.
E se falar, é considerado traidor e terá de ser morto.
Percebes?
Padre Lima – Vai meu filho, vai. Deus te abençoe.
( Abel Olímpio ajoelha-se, Padre benze-o e dá-lhe a mão a beijar. Augusto Gomes iluminado pelos faróis faz sinal de cortar o pescoço a AO)(Continua)
Sábado, 2 de Outubro de 2010
(Continuação)Cena 13Sonhos de amor( Em gravação o fado da “Triste Feia”. Berta, em casa . É jovem e espera por Carlos Deita-se num sofá fingindo dormir .Jogo de sedução entre os dois.)Berta – meu amor
Carlos – minha mulherzinha
Berta – estás feliz?
Carlos – não.
Berta – não? Já não gostas de mim?
Carlos – não.
Berta – sou feia?
Carlos – és.
Berta – tu és mau.
Carlos – sou.
B
erta – vou-me embora
(Ela foge ,ele agarra-a)Carlos – só se me deres um beijo.
Berta – era o que faltava.
Carlos – então, dou eu.
Berta – não quero.
(
Pequena briga. Beijam-se apaixonadamente)Berta – quero ter um filho teu.
Carlos – não pode ser.
Berta – tem de ser, tem de ser.
Carlos – tu sabes que não pode ser. Não temos dinheiro.
Berta – o Carlos da Maia, sem dinheiro ! O Carlos da Maia, heroi da Republica, ex-governador de Macau!
Carlos – querias que eu tivesse feito o mesmo que os outros que estiveram em Macau?
Berta - não digo isso, mas... e o nosso filho, a nossa vida?
Carlos – tu sabes que nós, os que lutámos pela Republica, temos de ser sempre um exemplo de honestidade. Tu conheces os jornais que intrigam contra nós de manhã à noite, para corromper pessoas, para lançarem calúnias contra a gente.
Berta – toda a gente sabe que é mentira.
Carlos – as pessoas sabem, mas calam-se. Lá no fundo, preferem continuar escravos dos antigos senhores a terem que construír o seu próprio futuro. É por isso, que nós temos de ser sempre um exemplo de verdade e de dignidade.
Berta - eu sei, e é por isso que te amo.
Carlos - a vida não há-de ser sempre tão má para o nosso amor.
( Beijam – se. Criada “fecha” cortina)(Continua)
Sexta-feira, 24 de Setembro de 2010
(Continuação)Cena 51ª reunião dos conspiradores(Reunião de conspiradores monárquicos. Padre Lima, Gastão de Matos, Carlos Pereira, Abel Olímpio ,Rudolph, agente alemão)Gastão de Matos – O nosso movimento está mais forte do que se julga.
Carlos Pereira – Mas eu não vejo os pequenos comerciantes e industriais a reagir, não vejo essa gente a lutar pela monarquia.
Gastão de Matos – Não lutam pelo Rei, mas calam-se se a gente ganhar. Para esses, basta dar-lhes umas encomendas de meia tijela e começam logo a dizer que somos os salvadores da Pátria! (Risos).
Carlos Pereira – não tenho a certeza disso.
Gastão de Matos – é porque anda distraído. Essa gente que veio da ralé tem ódio aos mais pobres porque eles lhes lembram o buraco de onde sairam. É por isso que se juntam a nós; invejam-nos, mas andam da mão estendida à procura da migalha. E também querem mais polícia para os defenderem dos que são mais pobres que eles!
Carlos Pereira – oh Gastão!
Gastão de Matos – ainda não acabei. É por isso que nós, que não passamos de meia dúzia, mandamos nisto tudo.
Carlos Pereira – mas há revoltas na populaça.
(Ciclorama – carruagem ,chicote, som. Figura de cartola)(Som de aldraba. Entra Rudolph)Gastão de Matos – estávamos a dizer que o nosso movimento está mais forte…
Carlos Pereira - não tenho a certeza disso.
Rudolph - A dificuldade tem a ver com o dinheiro com que se compram as consciências. Pela Europa, ninguém aceita a situação portuguesa. O horrível crime dos assassinatos do rei D. Carlos e do príncipe assustou as monarquias. Todas nos querem ajudar e serão extremamente gratas em relação aos portugueses que conseguirem derrubar este regime. A situação tornou-se insustentável, principalmente depois da morte do nosso grande amigo Sidónio Pais.
Há dinheiro, muito dinheiro...
Gastão de Matos – Meu caro Rudolph, o dinheiro é indispensável, mas talvez precisemos de nos convencermos a nós próprios.
Rudolph – O Rei de Espanha também quer ajudar-vos... mas aqui não estão todos convencidos?
Gastão de Mato - Temos que ser realistas. Um golpe monárquico, é hoje completamente impossível. Os nossos grandes homens estão em Espanha, exilados. Outros fugiram para mais longe, até para o Brasil. Onde já encontraram apoios e empregos que os fazem desistir do regresso e da luta pela regeneração de Portugal.
Carlos Pereira– É uma vergonha nacional se não há homens capazes de atacar os inimigos da pátria.
Rudolph – Há dinheiro para pagar. Até os Estados Unidos querem ajudar!
Carlos Pereira – Eu quero que os vingadores sejam pagos. Mas bem pagos. Para evitar que quando a gente triunfar, nos venham pedir situações especiais e de favor. Até porque esses que hoje trabalham para nós, mais tarde podem trabalhar para eles.
Gastão de Matos – É isso mesmo, Carlos Pereira, é isso mesmo. Depende da maquia que receberem.
(toque de aldraba)Carlos Pereira – É o padre Lima.
C. Pereira –
( risos) Vá abrir, vá depressa. Não faça esperar a voz do Senhor.
(Entram Padre Lima e Abel Olímpio, “Dente D’Ouro”)Padre Lima – Boas tardes, muito boas tardes.
Vozes – Padre Lima, como vai? Como vão as ovelhas do seu rebanho? Deus vos tenha em boa guarda.
Padre Lima – Trouxe comigo um rapaz de muita confiança. É da Marinha, cabo, de toda a confiança. É de Estivais, Moncorvo, da minha terra. Trouxe-me umas alheiras. O meu pai enviou-mo, falámos, está de acordo com o que a gente pensa, e disposto a colaborar.
Gastão de Matos – Com certeza que precisará de dinheiro.
Abel Olímpio – Não é bem para mim, mas convinha ter alguns escudos para dar na Armada. Para saberem que eu não os estou a enganar.
Carvalho – E eles, não o enganam?
Abel Olímpio – A mim? Ao Abel Olímpio? Ao Dente D’Ouro?
C. Pereira – Você é homem rijo, vê-se logo.
Abel Olímpio – Muito obrigado, meu senhor. É a minha fama.
Gastão de Matos – Então faça provas disso, que não se há-de arrepender.
Abel Olímpio – Eu já sei o que os senhores querem, que o meu amigo senhor padre Lima, já me disse.
Gastão de Matos – E percebeu bem?
Abel Olímpio – Temos de rebentar com os malandros que estragaram isto tudo.
Gastão de Matos – Está bem... (risos)... mas não vamos fazer nenhum golpe.
Abel Olímpio – Não vamos fazer nenhum golpe?
Gastão de Matos – Senhor Padre, já vi que não lhe explicou tudo...
Padre Lima – Eu julguei...
Gastão de Matos – O senhor...
Abel Olímpio – Abel Olímpio, cabo de artilharia da Armada, nº 2170.
Gastão de Matos – O senhor cabo não vai organizar nenhuma revolução. Está calmo, vai informando os seus homens de confiança, vai sabendo em quem é que deve ter confiança...
C. Pereira – De quem é que deve ir desconfiando...
Gastão de Matos – E espera que o senhor padre lhe diga alguma coisa, lá mais para diante. E agora, pode retirar-se.
Abel Olímpio – Então, muito boa tarde.
C. Pereira – Espere um momento. Senhor Gastão, é melhor levar já algum dinheiro, não acha?
Gastão de Matos – Sim, sim.
(Agente Alemão dá dinheiro a Gastão, este passa a Carlos Pereira que dá ao padre Lima que o entrega ao Abel Olímpio)Padre Lima –( piscando o olho) Abel, depois faz um apontamento de despesas, para se mostrar a quem de direito.
( Abel Olímpio faz o mesmo sinal e sai)Gastão de Matos – Senhor Padre, para a outra vez, não nos traga esta gente para as reuniões. Isto não é para qualquer labrego. Está entendido?
Padre Lima – Eu julguei que os senhores gostassem de ver que o trabalho na Armada está a avançar.
Agente Alemão – Mas quem é esta gente?
Padre Lima – É uma grande confusão. Há de tudo, dos vários partidos Republicanos, há comunistas, anarquistas, e nós só precisamos de nos infiltrarmos. E temos o povo mais baixo, mais reles, são capazes de matar a mãe por cinco mil réis.
Gastão de Matos – Não se esqueçam. Nós não vamos fazer um golpe. Nós vamos aproveitar uma das lutas entre os republicanos, e depois empalmamos o movimento. Assim é que se trabalha. Está de acordo?
Padre Lima – Para convencer bem esta gente, é preciso pagar. E se fizéssemos um documento?
C. Pereira – Escreve-se que damos 100 contos, e depois logo se vê.
Padre Lima - Isto é um documento histórico (Começa a escrever)
Agente alemão – Penso que é o caminho justo. Sehr Gut!
( Sai e atira notas para o chão que eles dividem)(Continua)
Quinta-feira, 2 de Setembro de 2010
Hélder Costa*Na muito desde sempre falada “crise” do Teatro, esquece-se frequentemente que a CRISE, qualquer crise, é sempre um ponto de ruptura de uma falsa estabilidade.
Crise pressupõe que se vai operar qualquer modificação no status quo.
Crise é, portanto, fonte de movimento e nunca de estagnação.
Claro que nestas coisas do Teatro como em qualquer situação da vida, há a posição passiva e a activa; ou seja, há os que reagem e ensaiam soluções, e há os que aceitam porque “afinal, a coisa não está tão mal”, “enquanto o pau vai e vem, folgam as costas”, e outras frases chamadas de prudência e bom senso que nos têm conduzido a muitos becos sem saída.
O que se passou com o Teatro? Baixou o público? Sim, é verdade. E baixou em relação a todas as formas de espectáculo, excepto concertos de rock e outras manifestações colectivas que sublimam pela massificação a necessidade social de encontrar e fazer ou refazer grupos.
E o público também baixou por razões de ordem económica e porque prefere – precisamente porque a crise é mais geral, de valores, conceitos, de segurança, até de programação televisiva - , consumir tempo e dinheiro em restaurantes modestos ou de luxo, falando pela noite fora, rindo, divertindo- se e, evidentemente, discutindo a Crise.
Outro contributo muito importante para a Crise é a política oficial de Cultura (pelo menos, na Europa).
O teatro foi ficando asséptico, sem alma e sem cor, nos Teatros Nacionais e em algumas companhias transformadas em “templos” de produções caríssimas. O que implica, pelos temas e pelos preços, a exclusão de amplas camadas da população mais carenciada.
Diz – se que é para prestigiar o teatro. Claro que é falso. Do que se trata é de transformá–lo num arremedo premonitório da decadência da opera. Que também foi afastada da sua inicial vocação de espectáculo popular, convém não esquecer.
E agora vem o problema mais grave. É que os criadores teatrais também contribuíram para o afastamento do público. Porque acreditaram nessa promoção do teatro para “elevados espíritos”, ou porque recearam a campanha ideológica que combate as linhas do teatro popular em nome do “anti - maniqueísmo”. Que é , evidentemente, outra mistificação, porque não há nada mais maniqueísta do que o teatro do bom – senso e o habitual formalismo repetitivo e gratuito não tem a menor poética nem encanto estético.
E muitos não perceberam que o teatro popular é precisamente o oposto do populismo rasca tão adorado – dir-se-ia paradoxalmente - , por essa gente de “alto nível”.
E então, o que aconteceu ?
Em nome de experimentalismos e de pós – modernismos brotam falsos vanguardismos. Substituem-se histórias por textos díspares e inconsequentes, surgiu o culto sórdido da incomunicabilidade em vez da relação afectiva com o espectador, ressurgiram o vedetismo caduco e o artista da torre de marfim.
E como o público não tem nada a ver com isso, pratica a deserção das salas.
Claro que perante este panorama apetece perguntar:
Quem tem medo do teatro ?
Que pergunta ridícula, não é ? Ter medo do teatro, de uma peça, de uns actores que nos preenchem momentos de ócio?! Que absurdo!...
Mas...será que aqueles que têm medo de se verem retratados na praça pública gostam de teatro?
E os que pensam que o teatro só serve para fazer agitação política?
E os outros que lutam para que o teatro não tenha nada a ver com política? Como se isso fosse possível !!!
E os que têm horror ao humor e ao cómico que é impiedoso a descarnar situações, personagens e comportamentos ?
E os que fogem da emoção e das lágrimas ?
E os que se recusam a pensar e a olhar para o seu mundo ?
E os que não se querem ver nas más companhias dos artistas ?
E os que julgam que os artistas não passam de marginais e falhados sociais?
Gente infeliz, com certeza. Muita gente infeliz.
Tudo isto, e se calhar falta alguma coisa, são factores de crise. Mas o pessimismo é o sentimento mais reaccionário do mundo e eu continuo a acreditar no valor transformador das crises.
Porque o teatro é uma corrente de felicidade e de afectividade contra o egoísmo e o medo.
Luta por participar, comunicar, e por se entender entre si e os outros.
Sabe que pode desbloquear insegurança, que consegue abrir sentimentos e que transforma o acto poético em acto de vida.
Contra isso esbarram e são derrotados mil conceitos reaccionários: intrigas, invejas, discriminações sociais e económicas ( sim, estou a pensar nos subsídios do Estado), a cobardia dos lacaios de “quem está a mandar”, e a parolice dos admiradores incultos de vários modismos ( estéticos, éticos, políticos).
Quem não tem medo do teatro é quem ama a vida, quem aceita as suas contradições, e quem sabe que o mundo está em eterna transformação.
Pessoalmente, continuo a ter um gosto e convicções profundas em relação aos méritos do humor, do riso e do absurdo por vezes violento e pouco cómico, na exposição e desmontagem dos mecanismos que nos cercam nesta, parece que dolce vita, que nos dizem que temos.
É evidente que a minha experiência de contactos com vários níveis de classes sociais me ensinou que a minha função seria útil e bastante agradável, se conseguisse assumir-me como um “elo de comunicação” e não como o Mestre senhorial e intocável.
Porque fazia a troca de experiências, absorvia o saber do
“ Outro”, descobria contradições, fazia a síntese com os meus conhecimentos e algo de novo e melhor surgia; e , curiosamente, também da parte do “ Outro”( por vezes menos preparado intelectualmente), se operava esse esforço de encontro, de contradição e síntese.
Ou seja, este método ajudava a desenvolver o acto de cidadania liberto de individualismo e projecto unipessoal, transformando – se num exercício colectivo, aberto, e por isso mesmo, fonte de novas acções de cidadania.
Para terminar, sugiro um debate sobre uma questão bem actual : toda a vida lutámos contra a Censura do Salazar, e o que é curioso, é que se ela voltasse, podia autorizar cerca de 80% dos espectáculos que estão em cena!
Não será isso o verdadeiro factor de crise?
Se nos jornais da TV só vemos terror e pânico, com as guerras imperialistas e regionais, com as falências das prestigiadas multi-nacionais, com a instabilidade ambiental, com a corrupção Universal, com o renascimento do nazismo, é natural e logico ir ao teatro para adormecer e não sentir nenhum sobressalto de inteligência?
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* - Hélder Costa, autor, actor, encenador, director do Grupo de Teatro "A Barraca", inicia com este texto a sua colaboração no Estrolabio. Este é o texto de uma comunicação que apresentou no Congresso de Lusitanistas na Universidade de Santiago de Compostela. Saudamos e agradecemos a sua adesão ao nosso projecto.