Segunda-feira, 23 de Maio de 2011

Um Novo Coração - Introdução de Carlos Loures

 

Sílvio Castro  Um Novo Coração

 

(romance)

 

(Adão Cruz)

 

 

Introdução de Carlos Loures

 

 

 Meu coração aparece nítido na tela, agora que o contemplo fixo. Mas não o sei ler .(página 35 de Um Novo Coração)

 

Sílvio Castro publicou em Novembro passado o romance Um Novo Coração, (Rio de Janeiro, 2010). Muito bem escrito, num português límpido, narra uma experiência do autor, uma dolorosa experiência, diga-se – na noite de fim do ano de 2004, quando saía de casa com sua esposa para conviver em grupo em casa de amigos, Sílvio sofreu um acidente cardio-vascular e nas 180 páginas do livro relata-nos em pormenor como navegou esses dias de reclusão e de incerteza – os companheiros de quarto na clínica, os médicos e os enfermeiros, a paisagem que se vê da janela, o que se come, os exames, as cirurgias – enfim, o universo nebuloso de quem vê a vida em perigo.

 

Ao longo da vida construímos um labirinto com paredes intransponíveis, falsas passagens, obstáculos feitos de convenções, de conceitos abstractos. Quando colocados numa situação limite – prisão ou hospital, por exemplo – temos uma visão mais panorâmica do nosso labirinto. E se esta situação-limite ocorre com um escritor, acontecem obras como A Montanha Mágica, de Thomas Mann, Enfermaria Prisão e Casa Mortuária, de Domingos Monteiro, o De Profundis, Valsa Lenta, de José Cardoso Pires e Um Novo Coração, de Silvio Castro - uma experiência dolorosa é convertida em obra literária.

 

Um pormenor – tal como Ernesto Sábato, Sílvio Castro não esconde o seu fascínio pelo futebol. Numa conversa com um dos médicos da clínica recorda a tragédia de Superga, quando a equipa do Torino-Calcio pereceu num desastre de aviação. E a subtileza e conhecimento que revela transportou-me até essa manhã de Maio de 1949, quando miúdo escolar, subindo a Rua da Madalena, vi grupos parados pelos passeios, gente de expressões fechadas. Só quando cheguei ao dorso da rua e entrei na escola 44, soube – o Torino que na véspera jogara em Lisboa com o Benfica  na festa de despedida do grande Francisco Ferreira, perdera 18 jogadores, o treinador, três dirigentes… Era a espinha dorsal da selecção italiana, capitaneada por Valentino Mazzola, o mítico Mazzola.

 

Apoteótico o capitulo em que o regresso à vida normal é festejado por um opíparo banquete – devemos ser mais de 300 os convidados. «Devemos» porque lá apareço, entre o Manuel Simões e o José Saramago, chegados de avião para degustar, devorar, uma ementa que começa por arenque norueguês defumado, com maçãs grannysmith num tapete de saladas, e com iogurte aromatizado às cebolinhas e se prolonga por mil e um acepipes. Já entrei noutros romances – por exemplo, em O Amor Tem Tantos Nomes, da Maria Rosa Colaço e no Querença do Fernando Correia da Silva. Em nenhum deles me serviram tais iguarias.

 

Não revelarei mais nada sobre o romance. Ele vai ser lido por todos e não vos quero retirar o prazer da descoberta. Pasmo que haja críticos e jornalistas literários que ao apreciarem um romance, revelem o desfecho. Também é verdade que não estou a fazer uma crítica formal, apenas uma reflexão após ter lido a da primeira à última as páginas deste excelente livro. Waldir Ribeiro do Val, o editor da obra, diz «A narrativa de Sílvio Castro é densa e verdadeira. Não é romance de aventuras ou de amor inconsequente. Foi, entretanto, escrito com amor. Amor denso e verdadeiro que ressalta de quase todas as páginas» (…) «Verdade e densidade parece ser o binómio sobre o qual este romance de Sílvio Castro foi construído». Subscrevo inteiramente.

 

Uma última nota: Adão Cruz, médico cardiologista, escritor e pintor, é o autor do quadro que reproduziremos aqui diariamente como ícone de abertura de cada capítulo. Um quadro muito bonito, na minha opinião, e que hoje se reproduz em dimensões que permitam avaliar devidamente essa beleza.

 

 

 

 

publicado por Augusta Clara às 22:00

editado por Luis Moreira às 20:59
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Israel Cohen responde a Adão Cruz

 
Israel Cohen responde a Adão Cruz
 
(Adão Cruz)
 
(publicamos  hoje, embora atrasada, a carta que Israel Cohen, cardiologista, enviou ao seu e nosso amigo Adão Cruz, igualmente cardiologista, em resposta ao artigo do Adão que foi publicado na Revista da Ordem dos Médicos e, também, aqui no Estrolabio)
 
Artigo do Adão: http://estrolabio.blogs.sapo.pt/1070073.html 
 
 
Amigo Adão
 
Acabo de ler a tua"OPINIÃO" na Revista da O.M. sobre Materialismo e Espiritualismo. Gostei do texto,acho-o claro e conciso, concordo inteiramente com o que dizes e senti que o escreveste com entusiasmo.
 
Curiosamente, acabei de ler o livro de A. Damásio "O Livro da Consciência". Pelas tuas palavras, na introdução e em algumas passagens do texto, chego a pensar que o possas ter lido tambem.
 
Li os três anteriores livros dele publicados cá e gostei muito...mas este último torna-se, talvez mais pela forma do que pelo conteudo, muito complexo   e vou ter que o ler de novo, desta vez talvez com fichas e esquemas... Tal como está escrito, traz-me à cabeça duas citações: "...Tive pouco tempo para escrever menos...", eu diria tambem "melhor", e outra, que nunca mais esqueci, que foi dita por um Prof. meu da Faculdade: "Inteligência é saber explicar um assunto, por mais complexo que seja, de maneira que até um guarda republicano o consiga entender!". Neste caso, o guarda republicano sou eu...confesso que nunca soube muito de anatomia (cartografia) cerebral para conseguir entender muito do que foi escrito nesse livro, mais ainda quando se descrevem as numerosíssimas conecções e relações existentes entre todas essas estruturas.
 
Na realidade sabemos que a cartografia cerebral está em grande parte feita, que a fisiologia dos neurónios e seus componentes é já bastante conhecida, que a neuro-química e a neuro-biologia estão em boa parte desvendadas, que muitos circuitos intra e extra-cerebrais já foram convenientemente percorridos, que muito se sabe já da formação e mapeamento das imagens, quais as estruturas muito presumivelmente responsáveis pelo aparecimento e evolução do proto-eu, do eu nuclear e do eu auto-biográfico, da mente e da consciência, dos sentimentos e das emoções, que há já portanto um longo e meritório caminho percorrido,que a genética, os ambientes físico e cultural são palavras-chaves em tudo isto de que estamos a falar, que a neuro-ciência e a psiquiatria terão cada vez mais tedência para se tornarem indistintas, provavelmente com o nome justamente de neuro-ciência... o que, até este ponto do conhecimento, possivelmente faltará...será resumir tudo isto de uma maneira simples, de modo a ser bem entendido por uma pessoa "mediana", até porque é um assunto muito sério e de gande utilidade para uma visão correcta de nós próprios e de tudo o que nos cerca...Não digo que seja fácil. Digo que é importante.
 
Penso sinceramenta que neste livro o António Damásio complicou as coisas e não deu a oportunidade a muita gente de ficar, tanto quanto possível, esclarecida.
 
Acho que, se ele escreveu só para neuro-investigadores, terá sido "curto", e se escreveu para pessoas "normais", não atingiu, de todo, os seus objectivos...
 
E o mais curioso é que na FNAC e em outras livrarias, este livro se manteve durante imenso tempo e ainda se mantem nos Top Ten...será que o público português está tão culto???!!!, ou serei eu que sou de uma enorme ignorância?
 
Bem, desculpa este desabafo...por teres escrito um bom texto, claro e simples, não merecias levar com isto tudo em cima.
 
Um abraço.
 
Israel Cohen
 
publicado por Augusta Clara às 19:00
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Domingo, 22 de Maio de 2011

A partir de 3ª. feira, Um Novo Coração (romance) - Sílvio Castro

UM NOVO CORAÇÃO

(romance) 

 

de 

 

Sílvio Castro

 

 

 

A partir da próxima terça-feira no Estrolabio

 

No dia 24, terça-feira, às 22:00, iniciaremos a

publicação do romance Um Novo Coração, de

Sílvio Castro, poeta, romancista e professor de

Língua e Literatura Portuguesa na Universidade

de Pádua.

 

(Adão Cruz)

 

 

 

publicado por Augusta Clara às 21:55
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Quinta-feira, 12 de Maio de 2011

Emerenciano Rodrigues responde a Adão Cruz

Emerenciano Rodrigues responde a Adão Cruz

 

Esta é a resposta ao texto que o Adão aqui publicou no dia 30 de Abril

 

http://estrolabio.blogs.sapo.pt/1351373.html

 

 

 
 
Caro Adão


Penso que a minha exposição agradou a bastantes visitantes, e não me admira que também lhe tenha agradado, afinal o Adão não está dissociado das artes plásticas, e também escreve. A sua opinião é por isso fundamentada, tem merecimento, no entanto o entendimento que manifesta associado apenas ao sentimento é apenas uma parte de um problema. O que se entende por Arte hoje, e tanto se escreveu e escreve, exige uma conversa, não pode resumir-se em poucas. Não existe uma definição simples, portanto.
 
Pessoalmente não rejeito o que se pode fundamentar, com poesia ou sem poesia, embora seja exigente quanto aos pressupostos criativos da novidade e autenticidade. A pureza das manifestações é posta em causa muitas vezes, existem contaminações  da pintura por palavras, tanto quanto estas se fazem acompanhar da música e da dança, e as possibilidades criativas em aberto multiplicam-se para lá das convenções e dos princípios tradicionais. Fazem-se experiências com materiais e o significado ontológico aceita as palavras para que as realizações sejam consideradas, não tanto como explicação de uma obra, mas para ser a consequência ou parte fundamental da obra. E nesta perspectiva de uma conceptualizada realização, a arte, a não arte ou a anti-arte, coexistem, e nem sempre se distingue o que é bem feito do mal feito, porque tudo se assume. E eu próprio tenho dificuldade em dizer que gosto ou não gosto, afasto o gosto pelo desejo da conversa, desejo que ela se instale antes de tomar uma posição incontroversa de rejeição disto ou daquilo. Conversando posso entender as obras de arte e a perspectiva de enquadramento, assim como as mudanças qualitativas podem surgir. Arrasto para aqui a leitura de determinados livros, porque eles fazem parte do meu ser, ensinam-me a viver, permitem-me que seja o artista que sou, tentando perceber também o que outros artistas fazem, e há tanta coisa que rejeito, lamentando não poder falar com esses artistas. Talvez os convencesse a mudar ou a desistir, porque de facto existem coisas que não fazem sentido, ou fazem se fossem explicadas na perspectiva da mudança. Claro que estou a pensar no domínio específico das artes visuais, já que em relação à poesia das letras, também rejeito tanta coisa que se publica, que nada tem a ver com a dimensão labiríntica que entendo, e considero no sentido metafórico. Independente da aura que a minha pintura pode trazer e ser factor de encanto, ela é pensada, é uma pintura de pensamento, posso falar dela como consequência do labirinto que convoco para o (meu) entendimento do mundo. E porque depois da aproximação à escrita vieram as palavras dos outros e as minhas, devo referir-me à obra situando-me a montante e os outros a jusante. Não é a obra que está a jusante, mas os outros. A obra medeia, estabelece a aproximação, é interventiva, interpela e se transforma pela consequência positiva de participações de dentro e de fora. Há com certeza um sentimento poético presente no acto criativo, e a relação ontológica muito presente vem dimensionar o caminho das procuras, trazer a filosofia a assumir-se, obrigando-me a ter atenções a um conhecimento que me liberta dos aspectos especificamente artesanais. Estes podem ser cuidados, afinal a aprendizagem existiu, mas devo considerar a dimensão suplementar da pintura, dimensionar a pintura pela percepção da intenção de escrita através da escrita, e referir uma consciência possível sobre a realidade que me envolve. Naturalmente que o homem que sou acompanha o artista que também sou, e o sentimento poético vai ter uma dimensão, que não pode deixar de se perceber associado a algo que nada devo ao entretenimento. Sob este ponto de vista considero-me um artista não entretido, mas comprometido e de esquerda, embora não realize uma obra panfletária. É evidente que não imponho o modo de viver o que faço, respeito as realizações diferentes, sobretudo aquelas que se assumem pela qualidade, mesmo se essa qualidade não se resume ao lado físico e considera as ideias, que pressupõe o trabalho das ideias. Desta forma a arte pode ser útil, menos a inutilidade útil que reportamos à pintura, assumindo-se relacional pelo pensamento, e abre-se ao estudo hermenêutico. E o Adão responde positivamente a esta questão, não sem se contradizer, referindo as investigações académicas. E porque não um titulo ? É que certas obras se dimensionam também a partir de um simples título. Existem intenções com a realização das obras de arte que devem ser respeitadas, porque correspondem a modos próprios de sentir e de entender. Afinal as obras de arte são como que propriedades imperfeitas na abertura, sem excluírem a pluralidade dos significados, e o respeito pelos direitos de propriedade só pode exigir deveres. Por último: Haver ou não títulos, embora tenha dificuldade em perceber os títulos das pinturas, é uma questão pessoal. Eu prefiro dar títulos às exposições, sempre acompanhadas de documentos, catálogos ou simples folhetos, que ficam depois das exposições, e vão ter um valor documental.

Um abraço grande do

Emerenciano

 
 

publicado por Augusta Clara às 19:00
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Quarta-feira, 11 de Maio de 2011

Rente ao Cair da Folha - Exposição de pintura de Adão Cruz em Espinho

Adão Cruz  Rente ao Caír da Folha

Galeria Zeller, Rua 14, Nº. 750 - r/c, Espinho

Inauguração no dia 14 de Maio, às 18h

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A vossa presença é não só desejável mas imprescindível 

publicado por Augusta Clara às 19:00
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Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

Habemus paxem - Adão Cruz

 

Adão Cruz  Habemus paxem

 

(ilustração de Adão Cruz) 

 

Magnífica surpresa nesta saga de poetas para as cinzas nocturnas!

Há um labirinto de ismos que se entrecruzam

de pontes sobre um rio seco ou rio desviado para lá de mim

lago de silêncio com a cidade ao longe

regateando simbolismos de esferas ocas semeadas pelo parque

monumental parque de outros ismos já mortos

à espera de uma ressurreição sob o reflexo de mil janelas

empoleiradas nos altos muros da cidade virtual

em serena ode à quietude universal.

Ali na esquina há fumo branco e o estribilho feroz

de um surrealismo macabro, de um débil concretismo

experimentalista hermeticamente grosseiro

gritando aos ares habemus paxem.

Na deserta anatomia do silêncio onde outrora a poesia já morou

grita bem alto o histórico fóssil da verdade

em pedaços de vida fumegante

e monstruosas resmas de páginas em silêncio.

Montanhas de nomes a apodrecer entre escombros de pensamentos

que embrulharam a consciência adormecida durante séculos

Inglórios sufocos de ar emoldurados de paz e de vida.

Lida a vida a vida inteira em semânticas fraudes simbolísticas

este atalho de fim de mundo nada encurta e tudo alonga.

Verdadeiro a correr e a cantar

esgueirando pela rua a frágil seara do corpo

só o paraplégico fazendo cavalo na cadeira de rodas.

Verdadeiro apenas aquele gajo sujo, de vanguardas audazes 

colado á soleira numa caixa de cartão

mostrando os dentes que não tem

em arremedo de sorriso de ilusão.

Por isso o poeta é um descalabro á procura de se erguer

nem sequer é um fingidor

enrodilhado na sublimidade de um consciente atrofiado.

O poeta é uma merda.

Cada vez mais me enojam os poetas

na sua ambiguidade de tempo e espaço

no vazio da sua mentirosa e teatral ausência.

Abrandado o tempo na escassez da vida

nem da vida o poeta se dá conta.

O poeta é um cego com ares de quem tudo vê

O poeta é ridículo.

Inventa céus que não existem

engolindo patéticos peregrinos nos buracos negros das palavras.

Diz aquilo que ninguém entende para mostrar o que não sabe.

Fecha os versos no escuro como se branca fosse a noite inteira.

O poeta finge que diz o que mente naquilo que não vê.

O poeta ingénuo chama-lhe deslumbramento criativo contemporâneo

Cuspindo para o lado a lógica discursiva da normalidade sintática.

Não sabe que á volta do fumo se juntam quatro caminhos

ainda que nenhum deles tenha princípio ou fim.

E há um atalho de fé sem madrugada sobre as areias movediças da maldição onde inexoravelmente se afogam a mente e a razão.

Entre a apriorística rejeição dos ismos como bandeiras de vazio

E a sublime depuração da beleza exaltante da poesia

Eternamente perdido entre o silêncio e a palavra

O poeta não passa de um dilema.

Por mais agudo que seja o grito da verdade

Se ele não traduz a alma e a força da existência

Não há verdade na essência do poema.

publicado por Augusta Clara às 19:00
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Domingo, 19 de Setembro de 2010

Os meus dez livros do século XX

Adão Cruz
Como já disse ao Carlos Loures, vejo-me grego para cumprir as minhas obrigações com o Estrolabio, até porque ainda trabalho, e a minha profissão exige muito. Por isso lhe disse que, se calhar, não ajudaria na tarefa dos dez livros.
Mas a chegada da Carla Romualdo estimulou-me e eles aí vão. Não por qualquer razão ao calhas. Apenas pelo facto de serem alguns dos livros que mais mexeram comigo e mais me fizeram tremer.


                                                   O Juiz,

                                                  de Hall Caine

24 horas na vida de uma mulher,
 de Stefan Zweig

Les damnés de la terre,
de Frantz Fanon

O Homem neuronal,
de Jean Pierre Changeux

O sentimento de si,
de António Damásio

O Espectáculo da Vida

de Richard Dawkins

                                     
Vozes anoitecidas,
de Mia Couto


A santa Aliança,
de Eric Frattini

Ensaio sobre a cegueira,
de José Saramago
______________________

publicado por Carlos Loures às 19:30

editado por Luis Moreira em 19/04/2011 às 18:17
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