Què ens en queda, del món, si ens falta la mirada...?
Sense mirada, no existiria el món. Vull dir, allò que en diem món, espai, natura, temps... No hi ha paisatge fora de la mirada. La mirada copsa, compon, uneix, separa, integra i desintegra, aterra i construeix... Tot allò que és real s’engendra amb la mirada.
La mirada és la força creadora. Copsa fragments d'espai i temps i construeix el món –vull dir que el crea–, el paisatge concret de la vida dels homes... Incapaç de copsar globalment el tot indivisible, mai no calma la set de l’afany impossible, i en va copsant fragments, instants, com pinzellades, com taques de color... I així, a cops d’afany, de set, de neguit, d’obstinació tossuda, aferrant-se al que veu, es va inventant un tot –vull dir que el crea–, i un altre tot, i un altre tot encara...
Tot existeix pels ulls. No hi ha realitat fora de la mirada. No existeix el paisatge fora dels nostres ulls. Allò que és exterior, passat per la mirada, és paisatge interior, i parla de nosaltres. Paisatge síntesi. Fora i endins. Espai i temps. Llum i foscor.
El paisatge s’ajusta a la mirada, en pren les dimensions, i ens retorna una imatge formada amb els ulls clucs: cases, silenci; vida i absència; camí i frontera; claror i foscor... La immensitat del cel, l’espai transparent, roent de sol, es tanca entre muntanyes. La immensitat del blau, espai opac i fred, ens parla de l’abisme ocult sota les aigües.
Al mig, les parets blanques s’agombolen en un rengle desigual i compacte... Mudes, aclaparades entre la immensitat roent del sol i la immensitat freda de l’abisme... Les teulades, de sang.
Potser la vida s’amaga entre parets, sota teulada? Vides ocultes, i tanmateix presents, vora el camí/frontera que es dreça com un repte.
El camí, d’un cap a l’altre, des d’una immensitat desconeguda a una altra igualment ignorada.
En quin sentit s’ha de seguir el camí? Des de les pregoneses fredes del blau cap a les plenituds càlides del groc i del taronja? Del no res a la vida...? O des del foc original, que escalfa i dóna vida, cap a les pregoneses ignotes i fredes de l’abisme?
De la mort a la vida...? De la vida a la mort...?
Però, la vida, on és...?
El temps resta aturat en un instant precís... Hi ha un silenci expectant... Reverbera la llum, s’estremeixen les cases... Hi ha un respir contingut... Silenci dens, angoixant...
El camí és l’únic crit.
Josep A. Vidal
Que nos queda, do mundo, sem o olhar ...?
Sem o olhar, o mundo não seria. Quer dizer, o que chamamos mundo, espaço, natureza, tempo ... Não há paisagem fora do olhar. O olhar percebe, junta, separa, integra e desintegra, derriba e constroi ... Tudo o que é real engendra-se com o olhar.
O olhar é a força criativa. Capta fragmentos de espaço e tempo e constroi o mundo - quero dizer que o cria -, o paisagem concreto da vida dos homens ... Incapaz de compreender globalmente o todo indivisível, nunca acalma a sede da vontade impossível, e va capturando fragmentos, instantes, como pinceladas, como manchas de cor ... E assim, a golpes de desejo, de sede, de ansiedade, d'obstinação teimosa, agarrando-se ao que vê, va inventando-se un todo - quero dizer que o cria -, e outro todo, e outro todo ainda ...
Tudo existe por os olhos. Não há nenhuma realidade fora do olhar. Não existe a paisagem fora de nossos olhos. O que está fora, passado polo olhar, é paisagem interior, e fala de nós. Paisagem síntese. Fora e dentro. Espaço e tempo. Luz e escuridão.
A paisagem ajusta-se ao olhar, adopta as mesmas dimensões, e devolve-nos uma imagem formada com os olhos fechados: casas, silêncio; vida e ausência; caminho e fronteira; luz e escuridão ... A imensidade do céu, o espaço transparente, ardente de sol, fecha-se entre montanhas. A imensidade do azul, espaço opaco e frio, fala-nos do abismo escondido sob as águas.
No meio, as paredes brancas apertam-se numa linha desigual e compacta ... Mudas, esmagadas entre a imensidade do sol avermelhado e ardente, e a fria imensidade do abismo ... Os telhados, de sangue.
Talvez a vida esconde-se entre as paredes, sob o teto? Vidas ocultas, e não obstante presentes, à beira do caminho/fronteira que se ergue como um desafio.
O caminho de um extremo ao outro, de uma imensidade desconhecida a outra igualmente ignorada.
En que sentido deve-se seguir o caminho? Das profundezas do azul frio para as plenitudes cálidas do amarelo e o laranja? Do nada para a vida ...? Ou des do fogo original, que aquece e dá vida, para às profundezas desconhecidas e frias do abismo?
Da morte para a vida ...? Da vida para a morte ...?
Mais, a vida, onde está?
O tempo está parado em um instante preciso ... Há um silêncio expectante ... Reverbera a luz, tremen as casas ... Há um respiro conteúdo ... Silêncio denso, angustiante ...
O caminho é o único grito.
Josep A. Vidal
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