Facebook, Goldman Sachs: um outro mundo que não o nosso mas que pelo nosso é pago
Em plena caldeirada com as acções do BPN e como se determina o seu valor sem bolsa, fora da bolsa e a partir do nosso bolso, o candidato Cavaco lá sabe como é mas diz que não explica, que não nos diz mais nada. Natural que assim fale, pois não tendo nunca sido bom professor, como é que agora consegue explicar que o que tem no seu bolso é, na verdade, o que saiu do nosso bolso? Assunto bem delicado, tanto mais delicado, quando cada um de nós a dar-lhe o voto é para isso convidado, assunto tanto mais delicado ainda quanto neste país e neste contexto cada um de nós se sente pela banca assaltado, pela prática do nosso governo do nosso futuro nos sentimos espoliado e pelo Presidente , pelo seu exemplo, com tudo isto bem aprovado.
Pois bem, sugestão aos nossos políticos e aos nosso comentadores de telejornais que não se devem ver ou de jornais que não se devem ler : um telefonema, um email, à Goldman Sachs ou então a Marck Zuckerberg, criador de Facebook, Faceb$$k, e eles dizem-nos como é que se injecta 1,4 mil milhões de dólares nestas mesmas condições. Ao pé disto, o silêncio do Cavaco refere-se a cêntimos ainda por cima de uma moeda com a qual querem acabar.
Aqui vos deixo, alguns textos sobre a questão e interroguem-se sobre o significado do parágrafo final de um deles:
“Zuckerberg, nós esperaríamos que você tivesse uma outra ideia de tudo isto. E para aqueles que possam querer atribuir a sua decisão à sua juventude, lembre-se que Napoleão tornou-se primeiro cônsul da França aos 28 anos de idade. “
Boa leitura e se têm muito dinheiro de lado já sabem. Contactem, contactem então Goldman Sachs mas tenham cuidado: A recente multa que lhe foi imposta pelo regulador americano mostra que GS também sabe levar a zero, com a especulação, os títulos que negoceia, os títulos que vende, e meus caros se o conselho seguem, podem ficar como eu, de bolsos rotos a apanhar ar. Cuidado, pois.
Júlio Mota
I Parte : A Bolsa
1.O Fiscal da Bolsa americana debruça-se sobre o investimento feito por Goldman Sachs em Facebook
O fiscal da Bolsa americana (SEC) acompanha de muito perto o investimento do banco Goldman Sachs em Facebook. A SEC quer assegurar-se de que não estão a ser contornadas as regras que enquadram as sociedades não - cotadas, afirmou terça-feira o Wall Street Journal.
Segundo este jornal que cita fontes próximas do processo , os responsáveis da Securites and Exchange Commission querem «examinar os veículos de investimento especiais como o que foi criado por Goldman Sachs e Facebook para determinar se forem concebidos com o objectivo principal de contornar a regra dita dos 500 accionistas”.
De acordo com os regulamentos actuais, que data dos anos 60, quando uma sociedade não - cotada atinge o limiar de 500 accionistas, fica forçada a divulgar certas informações financeiras.
Numerosos comentadores viram no investimento de 500 milhões de dólares efectuado por Goldman Sachs com o grupo russo mail.ru um meio para o síte social Facebook ter acesso aos clientes do prestigioso banco americano permanecendo ao mesmo tempo sob este limiar e livrando-se, portanto, de eventuais constrangimentos quanto à transparência face ao mercado e às autoridades.
O financiamento de Goldman conta com efeito como tendo sido feito por um só accionista, enquanto que agrupa todos os clientes.
“Se a SEC considerar que o veículo financeiro foi criado para contornar a regra dos 500 accionistas, a agência poderia forçar Facebook a contar cada um dos accionistas desta estrutura no total da sociedade”, explica Wall Street Journal.
Até agora, o site com 500 milhões de utilizadores, preocupado em crescer sem ter que respeitar as regras que enquadram as sociedades cotadas tudo fez para não atingir este limite fatídico : os seus empregados por exemplo não são autorizados a vender acções, e os que foram contratadas depois de 2007 dispõem de acções sem valor enquanto Facebook não for comprado ou for introduzido em Bolsa, recorda o jornal.
Por si só, o fundador do grupo, Marck Zuckerberg, detém 25% do síte social Facebook valorizado agora em 50 milhares de milhões de dólares pelo investimento de Goldman Sachs.
Em função do resultado do seu inquérito, a SEC poderá proceder à uma modificação do regulamento em vigor, de acordo com o jornal Wall Street Journal. Para o regulador, continua este mesmo jornal, a dificuldade está em encontrar um compromisso entre a protecção dos investidores e a vontade das companhias não - cotadas em aceder às fontes de capital.
Agência AFP, publicado a 3 de Janeiro de 2011
Todos querem a sua parte de Facebook. O banco de negócios Goldman Sachs acaba de investir 450 milhões de dólares na rede social, aos quais se acrescem 50 milhões suplementares do conglomerado russo Digital Sky Tecnologias. Depois desta nova operação financeira, Facebook é valorizado em 50 mil milhões de dólares, calcula o NEW York Times . É mais que Yahoo, eBay ou ainda que Time Warner.
Que vai fazer Facebook com todo este maná? Sem dúvida continuar o seu crescimento a taxa louca e continuar a seduzir os grandes nomes de Silicon Valley – vários engenheiros quadros de Google já foram trabalhar para Facebook no ano passado . A empresa conta a partir de agora com mais de 2.000 empregados.
De acordo com vários peritos, este novo investimento vai aumentar a pressão para uma entrada de Facebook na Bolsa, hipótese até agora afastada por Marcko Zuckerberg. De acordo com New York Times, isto poderia acontecer em 2012.
Bolha ou não bolha?
Aqui e além, alguns assumem o papel de Cassandras , considerando que a valorização actual de Facebook não é “razoável” e nela vêem o sinal de um regresso de uma bolha Internet. Mas não é tanto o volume de negócios actual de Facebook que atrai - 2 mil milhões de dólares em 2011, de acordo com as projecções - mas sim as perspectivas do crescimento futuro.
De uma simples rede social, Facebook modificou-se e teve êxito em alargar a sua influência por toda a Internet , nomeadamente com os seus botões sociais “like” que florescem um pouco por toda a parte. De imediato, Facebook conhece os hábitos e os gostos de cada internauta como ninguém e atrai cada vez mais anunciantes. Social, local e móvel, estas são as grandes tendências da publicidade, neste momento. Google pode oficialmente sentir-se preocupado.
Philippe Berry, 3 Janeiro de 2011
……..
O segredo das contas Facebook é um melhor dos mais bem guardados do mundo financeiro. Mas os últimos levantamentos de fundos feitos por Facebook revelaram, pela primeira vez, algumas informações quantificadas .
Facebook apresentou um volume de negócios de 1,2 mil milhões de dólares para os nove primeiros meses de 2010 assim como um lucro líquido 355 milhões de dólares, de acordo com documentos apresentados por Goldman Sachs aos seus clientes.
E estes montantes deveriam ainda crescer . “Poder-se-ia estar certo de que vão sem dúvida crescer para mais de 800 milhões de dólares ou mesmo, sem sombra de dúvida fazer perto de mil milhões”, pensa Ryan Jacob, de Jacob Internet Fund que , considera que “este tipo de negócio pode libertar, potencialmente, uma margem de exploração de 30% para 40%”.
Poucos detalhes contudo foram fornecidos sobre a maneira como Facebook ganhou todo este dinheiro.
Estas informações financeiras foram enviadas aos clientes privados de Goldman Sachs interessados em comprar acções Facebook, enquanto que o síte não está ainda cotado em Bolsa.
O banco de negócios Goldman Sachs investiu recentemente 450 milhões de dólares na rede social. Também se comprometeu a levantar cerca de 1,5 mil milhões de dólares de fundos junto dos seus clientes privados mais afortunados. Estes têm até a sexta-feira para enviar uma promessa de compra de títulos Facebook e até terça-feira próxima para transferir os fundos para o banco.
Esta operação relançou as especulações em redor de uma entrada em Bolsa da rede social Facebook. De acordo com o documento enviado, Facebook deveria exceder os 500 accionistas este ano.
Uma situação que o obrigaria de acordo com o direito sobre a bolsa nos Estados Unidos a publicar , a partir de Abril de 2012, os seus resultados financeiros, da mesma maneira que as empresas cotadas.
Elsa Meyer , 3 Janeiro de 2011
Mais de 270 milhões de euros de benefícios para Facebook
Tem algum (muito) dinheiro de lado e deseja tornar-se accionista de Facebook? É possível, mesmo que a rede social ainda não esteja cotada na Bolsa. Porque para encontrar liquidez, a sociedade flirta com as regras de Wall Street.
Entrada em Bolsa
Facebook não está com pressa de fazer a sua entrada na Bolsa. E porquê? Porque a operação custa caro e obriga sobretudo a tornar públicos os seus dados financeiros. Fora de pergunta para a rede social Facebook que guarda ciosamente a forma como os ganha, o seu segredo de fabrico.
A lei americana obriga contudo a divulgar algumas destas informações logo que o limiar de 500 accionistas seja ultrapassado. A equação para Facebook é por conseguinte simples: encontrar um máximo de investidores sem estar a exceder o número fatídico de 499.
Parada bolsista
A rede social parece ter encontrado a solução . O banco de investimento Goldman Sachs recentemente investiu 450 milhões de dólares na sociedade fundada por Marck Zuckerberg.
Também se comprometeu a levantar cerca de 1,5 mil milhões de dólares de fundos junto de seus clientes privados mais afortunados.
Um só e o mesmo investidor
Os clientes terão corrido para esta operação. Mas pela magia de montagens financeiras, devem representar apenas só um e mesmo investidor.
Num mail enviado aos interessados, Goldman Sachs preveniu-os que colocariam os seus fundos uma nova sociedade registada no Delaware chamada FBDC Investors LP. No final, não haverá por conseguinte diferentes accionistas mas vários mil milhões de dólares para Facebook.
Fiscal da Bolsa
Esta pequena operação não é contudo do gosto do fiscal da bolsa nos Estados Unidos (SEC). Decidiu verificar se esta montagem financeira não terá sido construída para contornar a famosa regra dos 500. Neste caso de figura “a agência poderia forçar Facebook a contar cada um dos accionistas desta estrutura no total da sociedade, segundo o Wall Street Journal.
Mas Marck Zuckerberg sabe bem que não poderá eternamente evitar atingir o limite dos 499 accionistas. Segundo o email enviado por Goldman Sachs, isto poderia acontecer já no próximo ano. E acelerar a entrada em bolsa de Facebook em 2012.
Elsa Meyer , 7 de Janeiro de 2011
II Parte A Ética dos Grandes na Bolsa e fora dela
Professor e autor de "Over a Barrel: Breaking Oil's Grip on Our Future"
Goldman Sachs tem acesso ao dinheiro. Mas o mais importante para o Facebook, neste ponto da sua ascendência é se o Goldman Sachs tem credibilidade. A questão já está a ser amplamente difundida no novo mundo dos negócias tal como na história da CNBC "Wall Street espanta-se se Goldman não vier a traír Facebook", que cita um executivo de Wall Street como tendo dito , "nós teríamos matado para estar neste negócio ". É evidente que seria necessário uma infinidade de fundos de investimento e de bancos de investimento para virem a ocupar o papel financeiro que Goldman levou a cabo. Um papel financeiro que poderia dispensar a bagagem suja com que o Facebook está agora a associar-se .
Facebook é um dos grandes triunfos do sistema americano. Inovação, risco, coragem, visão empresarial, uma história de sucesso na linha dos melhores clássicos do american way. Uma história de que cada americano, em graus variados dependendo da sua cultura e da sua visão do mundo, se pode orgulhar.
Mas agora Facebook alinhou com uma organização que, durante o auge da crise financeira - uma crise que ainda está bem presente - teve lucros extraordinariamente volumosos. Enquanto milhões de pessoas estavam a perder os seus empregos, Goldman fez mesmo muito para aumentar a miséria da nação ao ter lucros de tal modo monstruosos que deu para pagar só de de bónus aos seus traders a soma brutal de 23 mil milhões de dólares . Isso ao mesmo tempo que perdia e vergonhosamente a sua fama, o seu imprimatur, a sua dignidade, ao vender produtos financeiros para os que nunca suspeitariam da maldade do banco - instrumentos financeiros construídos de modo a rapidamente se desvalorizaram - não somente custando aos seus compradores centenas de milhões de dólares de prejuízos, mas também criando outros milhões em ganhos para aqueles que apostam "inteligentemente " contra os mesmos títulos (os instrumentos que seriam descritos em audiências solenes do Congresso como da mais pura trampa).
E isso acontece e continua , com as câmaras municipais em risco de falência pela emissão de titulos que Goldman tinha subscrito, os famosos ARS, quando agora está a receber um tratamento preferencial ao abrigo do resgate da AIG na casa dos milhares de milhões, enquanto outras câmaras estão já falidas em todo o país e atiradas para fora das suas instalações.. Alegadamente terão especulado de tal forma forte e na casa dos milhares de milhões em contratos de futuros sobre o petróleo, ajudando assim a que os preços do petróleo subissem para níveis tais que se considera que ganharam $ 4 / 5 por galão de gasolina ganhos que assumiam o estatuto de uma renda económica que lhe era paga pela Nação e que a seguir se tornou um importante factor na crise financeira.
E agora ligam o nome Facebook desde há muito pouco tempo famoso ao de uma empresa cujas acção, num momento em que o país precisava de ajuda financeira e de perspectiva de futuro, preferiu antes optar por obter lucros fáceis, o que é profundamente triste.
Zuckerberg, nós esperaríamos que o senhor tivesse uma outra ideia de tudo isto. E para aqueles que possam querer atribuir a sua decisão à sua juventude, lembre-se que Napoleão tornou-se primeiro cônsul da França aos 28 anos de idade.
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