Sexta-feira, 12 de Novembro de 2010
Luis Moreira
Jovens brilhantes com mercado de trabalho bem pago no estrangeiro escolhem Portugal. Não têm contrato de trabalho, não recebem vencimento fixo, não têm direito à segurança social, nem ao 13º mês nem ao 14º mês, vivem das bolsas que lhes são concedidas sem nenhuma segurança de as verem renovadas.
Têm mérito, apresentam resultados, são os melhores dos melhores mas arrastam consigo um grande pecado. Não são em número suficiente para encherem a avenida, para reinvindicarem frente ao Ministério, para serem vistos como votos que façam a diferença.
Têm um sonho.Querem pagar impostos porque isso equivale a terem uma vida com um mínimo de segurança.Para sobreviverem dão aulas na universidade, em cursos de mestrado e doutoramento, retirando tempo ao seu trabalho no laboratório.
A verdadeira revolução que nos últimos 30 anos tem acontecido, silenciosamente, no nosso país, é a investigação que já é reconhecida no estrangeiro, contando com inúmeras publicações nas principais revistas científicas do mundo, ganhando prémios internacionais de grande reconhecimento e mérito.
Com o dinheiro desses prémios os cientistas asseguram os vencimentos das suas equipas e as necessidades da investigação, por mais uns anos, sempre na corda bamba, enquanto as corporações de medíocres descem a avenida exigindo mais mordomias.As corporações representam milhares de funcionários, único argumento que apresentam para ganharem sempre mais, terem progressao na carreira, sem reconhecimento do mérito que resulta da avaliação.
É este país - onde o mérito e a obtenção de resultados não contam, que está abocanhado pela mediocridade reinante, pela massa amorfa de gente que foge da avaliação, que se acobarda no meio da corporação a que pertence - que caminha rapidamente, para o empobrecimento.
São muitos e compõem corporações poderosas porque é fácil fazerem o que fazem . Sem resultados, sem mérito, sem avaliação. Um aluno ou um profissional excepcional ou se junta a um dos muitos rebanhos existentes neste país ou ruma ao estrangeiro.
Aqui não há lugar para o mérito.
.
A ciência nunca importou muito aos governos deste país, tal com a cultura.O que importou foi a rapina em África e o ouro do Brasil. Quando isso acabou, é o que se vê. Nunca se investiu a sério em investigação fundamental porque eramos pobres, diziam eles.E, entretanto, gastou-se dinheiro a rodos que não nos fez avançlar por aí além no mundo da investigação científica. Finalmente há pessoas como os Profs. Sobrinho Simões e Quintanilha e mais alguns que desenvolveram organismos de investigação de alto nível. Quem me dera ser agora uma jovem bióloga que tudo faria para ir para o Porto trabalhar com eles. E saúdo esses jovens cientistas que tiveram a coragem de voltar a Portugal. São a nossa esperança, por muito que isso lhes vá custar .
Sem dúvida.São brilhantes mas são poucos, não se fazem ouvir, estamos no paraíso da mediocridade, da rapina, é ver quem grita mais alto, mas claro ,todos acabam por pagar bem caro este estado de coisas.Empobrecemos todos, mesmo os que pensam que têm emprego para toda a vida.
De maria monteiro a 12 de Novembro de 2010
Qual é o país qual é ele em existe um Estado que vive dentro de outro Estado?
Qual é o país onde o fraco se submete ao forte, o pobre ao rico, e a lei aos poderes dos ricos e dos fortes?....
É preciso continuar a descer a Avenida. É preciso gritar.... É preciso que nós todos viremos cientistas da mudança. Assim haverá lugar para... o mérito
Comentar post