Terça-feira, 29 de Junho de 2010

Outra Constituição, outra Democracia, uma Terceira República – 42

Carlos Leça da Veiga

Haverá interessados numa Terceira República? (Continuação)

Há muito, nos tempos passados, essa racionalidade imperante chegou a ter alguns – não muitos – adversários à sua altura que, honra lhes seja feita, se foram figuras com marca indelével na História do pensamento nacional, apesar disso, para prejuízo da população portuguesa, nunca conseguiram vingar na assumpção dum poder cultural suficiente e, também, na duma grandeza política bastante para que, em conjugação sinérgica, tivessem tido o destaque e as possibilidades bastantes para conseguir saber-se se o seu rumo alternativo teria, ou não, trazido proventos interessantes para a população portuguesa e dado outro sentido ao percurso – um percurso democrático – da História nacional.


Hoje em dia, em contradita com a variante rasca mas avassaladora do racionalismo instalado no poleiro do poder haverá, mais uma vez, um lote reduzido de resistentes contudo, devida e convenientemente silenciados pela generalidade da comunicação social, uma área imensa, onde, bem sabido, florescem compromissos abundantes e coisas muito feias, porém, bem acobertadas pela falsa democracia colocada, como está, ao serviço dos possidentes, os de dentro e os de fora.


Desde 1820 até a esta primeira década do século XXI, com uma constância periódica e por motivações de conveniência vária, como tenham sido, e sejam, as consequentes às cíclicas ascensões sociais pós revolucionárias, tanto das sucessivas gerações dos ditos intelectuais defensores acérrimos da “modernidade” como, também, as daquelas dos seus acólitos endinheirados – ou a caminho do serem – que, uns e outros, revolução após revolução, numa parceria sempre a repetir-se, comparecem e iniciam-se – é um infausto nacional – nas lides sociais das direcções político-partidárias do País e, como assim, conseguem assegurar-se dos mecanismos económicos que bastam para sua satisfação mais privada. Como é bem patente, geração após geração, esses conluios político-sociais, sempre souberem colher bons frutos patrimoniais à custa das muitas e variadas influências que emanam das funções públicas alcançadas.

As formulações tácticas suscitadas pelas conveniências dos contínuos idealismos racionalistas têm sido colocadas – um oportunismo de bom tom – sob o manto diáfano duma democracia que, experiência infeliz, acaba subvertida, sempre e quando os próceres políticos tentam responder ao seu sonhado objectivo estratégico, por exacto, a essa ânsia manifesta de “modernização”, um fim que só tem tido cabimento na ausência verificada duma verdadeira Democracia. Esse onirismo político, tanto em curso, mostra a sua feição inadequada à evolução histórica do caso português pelo que os seus ideólogos de pacotilha nunca conseguiram, conseguem ou conseguirão fazer vingá-lo quanto baste. Em contrapartida, para desagrado nacional, e isso é uma verdade incontestável, essas experiências desapropriadas e, por igual, os políticos que as tentam implementar, mercê dos seus insucessos de ordem vária, acabam por gerar e deixar um descrédito comportamental muito acentuado e pleno de repercussões socio-políticas indesejáveis, contudo, valiosas para os perigosos reaccionarismos fascizantes, sempre à espera duma sua nova oportunidade.

Em desfavor dos “modernizadores” que querem impor-se ao país, muito felizmente, milita a presença duma estrutura nacional herdada do período transacto – de 25 de Abril de 1974 a 25 de Novembro de 1975 – que, na actualidade nacional, apesar de muito esfrangalhada pelos inconvenientes persecutórios da sequência política cavaco-socratina, permite a manutenção dum rasto e duma réstia do 25 de Abril que, contra tudo e apesar de tudo, tem permitido que a população resista e não seja sujeita, por completo, às ultrapassagens políticas que os “quislings” proclamam como mais necessárias.

Está na hora de procurar uma saída política construída na base duma Constituição Política para a República (a Terceira República) que seja capaz de assegurar o poder democrático da população. Juntem-se os interessados.
publicado por Carlos Loures às 21:00
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