Domingo, 12 de Dezembro de 2010
Cançó cínica de l'ensopiment
No cerquis més. Tot és on ha de ser,i no ha de ser enlloc més. Mira a pleret.El món és una estampa fora del temps.Deixa'l estar, que està bé tal com és.I si no pots,no t'hi encaparris gaire, perquè l'esforçet passarà factura. Vigila el cor,no l'apressis, que diuen savis doctorsque cal aprendre a viure, perquè no és bosentir tanta fretura, i és molt millorguadir les quatre coses que Déu ens do.Seu i pren-te una til•la tranquil•lamentmentre mires com passen, catric-catroc,uns trens que mai s'aturen ni van enlloc.I si et pren la malura de la llangor,acluca els ulls i deixa que la buidorse't fiqui per les venes, t'arribi al cor,t'ensopeixi i t'adormi... Non-non, non-non,que per calmar les penes, res com el son...Non-non, non-non...I si t'adorms per sempre..., non-non, non-non,ja et cantaran absoltes, non..., non..., non... Non! Canção cínica da fraquezaNão procures mais. Tudo está como deve ser e onde deve estar. Olha em teu redor.O mundo é uma estampa fora do tempo.Deixa estar, está bem como está.E se não podes,não dês cabo da cabeça, pois o esforço cobrará o seu preço. Cuida do coração,não o esforces - dizem os sábios doutoresque é preciso saber viver, que não é bomsentir tanta inquietação, é muito melhorfruir as coisas que Deus nos dá.Senta-te, bebe tranquilamente chá de tília, enquanto vês passar, pouca terra, pouca terra,comboios que nunca param nem vão a lado algum.E se te vires vencido pela fraquezafecha os olhos, deixa que o vaziote entre pelas veias e chegue ao coração,te entorpeça e adormeça... dorme, dorme, sonha, sonha… que nas dores o sono é o melhor,dorme, dorme, sonha, sonha, e se acaso adormeces e não acordas..., dorme, dorme, sonha, sonha,três badaladas e um balde de cal,dorme - sonha..., sonha... Dorme!
(Versão portuguesa de Carlos Loures)