Poema de Josep Anton Vidal e
Fotografia de José de Magalhães
“Ce toit tranquille, où marchent des colombes...
[...]
Éloignes-en les prudentes colombes,
les songes vains, les anges curieux!”
Paul VALÉRY: Le Cimetière marin
Mentre el dia s’adorm –potser per sempre–
en la llum taciturna de la tarda,
d’aquest teulat tranquil, d’on els coloms s’envolen,
l’aire s’endú les cendres
fredes d’un somni antic.
Havíem parlat tant... De tantes coses...
Veníem del silenci, de la nit,
de llargues travessies per ermots dessolats,
i dúiem el sarró ple d’esperances,
de paraules inèdites, de somnis no estrenats.
Als peus de l’olivera centenària
llegíem els poetes que estimàvem
i parlàvem de tot, hores i hores,
com augurs d’un temps nou, guerrers a la conquesta
de somnis i utopies, armats amb la paraula.
Tot era nou i bell en la nostra mirada,
fins els mots i els accents dels versos més antics.
I era tanta la nit,
que amb una espurna ens fèiem una albada.
Delerós de camins impossibles,
vas marxar a la impensada...
Em van quedar tantes coses per dir-te
i eren tantes les coses que m’havies de dir...!
Porto pols de paraules enganxada a la pell,
als nervis, a la sang, al pensament.
Se m’han mort les paraules de no dir-te-les.
Tot ha passat. És pols.
Ja ni el record serveix.
D’aquest teulat tranquil d’on els coloms s’envolen
s’aixequen somnis nous.
Tu no els veuràs
i potser jo tampoc. Ara, però, la tarda,
amb la claror serena del ponent
ressuscita un moment les paraules perdudes
i em retorna els accents de la vella conversa
barrejats amb els versos d’algun poeta amic...
Cerco la teva veu i sento un batec d’ales...
No saps què donaria perquè fossis aquí!
O poema é muito belo e pleno daquela nostalgia de que nós, portugueses, somos «acusados». A fotografia é uma maravilha - feita expressamente para os versos do Josep, não ficaria mais adequada. Parabéns, Josés.
Apanho o sentido do poema que me parece lindo, mas confesso a minha dificuldade em entender o catalão. Será que o nosso amigo Josep não nos poderia, agora, enviar o texto em castelhano? Se isso não ofender a sua criatividade.
A foto do Zé é, como sempre, muito bela.
Belissimo!
Fazia-me aqui falta o Montalbán para me ajudar a ler este poema.
O Montalbán não seria grande escolha - escrevia em castelhano. Com um dicionário que estou a ver daqui, eu seria capaz de te traduzir o poema. Coisa para uam ou duas horas. Mas acho melhor esperar que o Josep, acabadas as suas árduas tarefas de editor no activo, possa olhar para o Estrolabio. Talvez se condoa de uma portuguesa que gostava de captar melhor o sentido do poema. Olha só uma amostra:
Enquanto o dia adormece - talvez para sempre
no taciturno clarão do entardecer,
deste telhado tranquilo de onde os pombos
esvoaçam (levantam voo)
o ar enche-se das cinzas
frias de um sonho antigo.
Tínhamos falado tanto... de tantas coisas...
Vinhamos do silêncio da noite...
Bem, não continuo - tenho uma reputação a defender e devo ter cometido erros. O Josep talvez te valha. O meu catalão é para uso interno.
Mas obrigada por esse bocadinho. Espero que o Josep se lembre que eu fui aquela que apoiou a 100% o texto sobre a adopção e não só. Um texto de que gostei muito. Uma cunhazita, de vez em quando, não faz mal nenhum.
Obrigado Carlos Loures por este princípio de tradução. Confesso que me perco muito, não chegando a entender bem a beleza do poema. Bem que o Josep o poderia fazer, se entender que sim e tiver tempo.
Obrigado pela pequena parte dos parabéns que me tocam neste conjunto.
Abraço
José Magalhães, os elogios são muito merecidos - o poema é muito bonito e intenso e a fotografia acompanha-o na beleza e na intensidade.
Augusta Clara, para dares graxa ao Josep (que nem suspeita o que será uma cunha) estás a lembrar-me coisas tristes - esse infeliz debate em que a maioria (e tu com ela) assumiu a esquerdalhice bem-pensante do costume - muito bem defendida pelo Josep e com os «argumentos» habituais. O Professor Iturra, apoiou-me, mas aquela ideia do fuzilamento para os pedófilos é capaz de não ter ajudado. Quem me fez falta foi o Leça da Veiga. Enfim, uma página negra do teu cadastro.
Os «argumentos» habituais, especifico, não foram os do Josep - que também não me convenceu, mas inovou,
Obrigado...
Mientras se muere el día, y tal vez para siempre,
en la luz taciturna de la tarde,
de este techo tranquilo, donde levantan el vuelo las palomas,
se va llevando el aire las cenizas
frías de un sueño antiguo.
Habíamos hablado tanto... De tantas cosas...
Veníamos del silencio, de la noche,
de largas travesías por yermos desolados,
y llevábamos el zurrón cargado de esperanzas,
de palabras inéditas, de sueños no estrenados.
A los pies del olivo centenario
leíamos a los poetas que amábamos
y hablábamos de todo, horas y horas,
como augures de un tiempo nuevo, guerreros a la conquista
de sueños y utopías, armados de palabras.
Todo era nuevo y bello en nuestra mirada,
incluso las palabras y el ritmo de los versos antiguos.
Y era tanta la noche,
que con sólo una chispa encendíamos el alba.
Anhelante de caminos imposibles,
te fuiste sin aviso.
Me quedaron tantas cosas por decirte
y eran tantas las cosas que tenías que decirme...
Llevo polvo de palabras pegado a la piel,
a los nervios, a la sangre, al pensamiento.
Se me han muerto las palabras de no decírtelas.
Todo ha pasado. Es polvo.
Ya ni el recuerdo sirve.
De este techo tranquilo de donde las palomas alzan el vuelo
se elevan sueños nuevos. Tú ya no los verás
y tal vez yo tampoco... Pero la tarde, ahora,
con la claridad serena del poniente
resucieta un momento las palabras perdidas
y me devuelve el eco del diálogo antiguo
mezclados con los versos de algún poeta amado...
Busco tu voz y oigo un aleteo.
No sabés qué daría por tenerte a mi lado.
Comentar post