Quinta-feira, 18 de Novembro de 2010
Luis Moreira
O candidato Cavaco Silva não fala, sempre lhe foi dificil falar e sempre ganhou com isso.Quem pouco fala pouco erra e o candidato sempre seguiu essa regra. Não tem que falar não vá as pessoas perceberem que tem pouco para dizer.
Manuel Alegre, não fala, porque para falar precisa de atacar o PS e não pode, já que o PS é a única estrutura que lhe pode garantir votos.Assim, quando fala, pouco, é para incentivar o candidato Cavaco a falar.
Um não quer o outro não pode. O melhor mesmo era não haver campanha, poupa-se muito dinheiro, afinal nunca ninguém percebeu o que pensam os candidatos e eles andam nisto há trinta anos. Vai ser agora? Claro que não! Cavaco diz "não devo-me pronunciar"( assim mesmo) e o outro, Alegre, "é o vento que passa". Alguém se lembra do pensamento político?
Por outro lado, e para dar razão aos que dizem que o que "não passa na televisão não existe," os candidatos Nobre e Moura tambem não falam. Nobre, porque já não paga a renda e levantam a perfídia de, como pagou com dinheiro vivo, haver por ali marosca; Moura, anda no citroen de dois cavalos (se não for ao menos seria romantico)a ver se consegue as 7 500 assinaturas. Como se vê já estão completamente mudos.
O Francisco, militante comunista, este desta vez saiu-lhe a rifa de fazer o trabalho partidário, está mudo de nascença, vai aproveitar para falar na política do PCP. Os militantes vão ficar eufóricos, a direcção do partido vai analisar se os votos são mais ou menos que os militantes, e ganha sempre. Mas para o país entra mudo e sai calado.
Trata-se de mais uma originalidade portuguesa, uma eleição onde ganha quem falar menos, vamos ver cada um dos candidatos a puxar pelos outros, uma estratégia que costuma resultar é dizer mal da mãezinha do outro, que diabo, afinal é tudo política.