Luís Moreira
Ó Sr. CEO, e mesmo que sejamos tudo isso que diz que somos, o que é que isso tem a ver com o facto de o senhor se ter sentado numa cadeira que outros compraram e ganhar milhões? Num país em que há tanta gente a viver mal?
Eu ponho-lhe uma velinha, se o Sr.Dr. ganhar esse dinheiro todo com uma empresa sua, em que tem uma ideia, mete lá o seu dinheirinho, vai competir em mercados abertos, sem cobertura e "golden shares" do governo, até lhe coloco duas, uma em Fátima e outra em S .Bento.Mas ganhar esse balúrdio num país pobre, numa empresa que tem como accionistas os grandes deste país, que aumenta o preço dos bens e serviços que vende tanto quanto for preciso, desculpe que lhe diga mas eu faço isso por metade do que ganha.
Porque terá o Sr. Dr. que aturar estes ingratos que morrem de inveja, quando poderá ganhar esse dinheiro todo num grande país, onde as pessoas ganham bem, num país rico? Nenhum de nós diria nada, a maioria até ficaria muito orgulhosa de ver um compatriota vencer na vida, mas numa empresa pública monopolista ganhar milhões? Onde o desemprego campeia, em que 20% da população é pobre?
Não tente desviar a conversa, Sr. Dr., ninguem está contra o facto de ganhar muito dinheiro, estamos é contra o facto de ganhar esse dinheiro à custa da miséria alheia, pois se o país não cria riqueza como poderá V. Exª ganhar dessa maneira? Diz V.Exª que 55% é relativo aos resultados das operações da empresa no exterior. E eu pergunto. Quando as operações no exterior derem para o torto devolve os prémios?
É uma pena, com uma cabeça dessas não ser um empresário, criar riqueza, postos de trabalho, arriscar o que é seu.Uma pena!