Terça-feira, 19 de Outubro de 2010
Luís MoreiraO Vitor Bento, economista, e Conselheiro de Estado publicou ontem um livro sobre o Orçamento de todas as desgraças. Vou trazê-lo aqui com textos diário, mas para já há que registar.
Temos um
Nó Cego que é a Dívida Externa que, ao contrário dos US em 1913, não conseguiremos pagar sem empobrecer porque a nossa economia não cresce, e não crescendo, não produz riqueza, e não produzindo riqueza temos que poupar onde não devemos nuns casos (investimento reprodutivo de melhoria de produtividade) e onde não podemos ( custos estruturais fixos). Só pagamos se empobrecermos.
O Presidente do Banco de Portugal, António Costa, homem independente e sabedor, vem dizer-nos que só saímos desta recessão com investimentos com retorno assegurado, nada de TGVs, nem aeroportos ( ao contrário dos milionários estudos o afluxo de passageiros na Portela baixou milhões de 1998 para 1999 ).
Daniela Bessa, confirma, o maior problema é a dívida externa, se não produzirmos riqueza para a pagar entramos no "ciclo infernal" económico" fazemos dívida para pagar dívida.
Andamos sete anos a jogar "ao poder" nas enpresas públicas e nos bancos, agora para sairmos a solução são "os filhos bastardos" as empresas que produzem bens e serviços para exportação que, de tão esquecidas nenhum de nós é capaz de citar dez que sejam e, no entanto, representam 80% das exportações, 70% do PIB, 60% do emprego...
Há três meses atrás o TGV , autoestradas, pontes e aeroporto eram a prioridade agora ,não só não são a prioridade como se percebe que vão ficar no papel por muitos anos e maus. Ou não se tem prioridades estratégicas nacionais nenhumas ou os interesses particulares ultrapassam o interesse nacioal. Não há outra explicação para tanta incoerência.
De Carlos Mesquita a 20 de Outubro de 2010
O registo de Vitor Bento não dá para fazer um livro, é consensual e antigo o que ele diz. Até eu o afirmo há anos.
Do governador do Banco de Portugal, que é Costa (o presidente da Câmara, lá perto é que é o António Costa) não conheço qualquer referência ao TGV ou ao aeroporto.
Daniel Beça que fala agora na prioridade de produzir riqueza, defendia há semanas como sempre defendeu, que os orçamentos ou são restritivos ou para promover o crescimento económico, nunca com as duas missões. Para citar Daniel beça é necessário precisar o ano, mês, semana e no dia - se foi de manhã ou à tarde.
De C.Mesquita a 20 de Outubro de 2010
Governador do Banco de Portugal que é CARLOS.
Carlos Costa.
É por haver tantos Carlos é que isto está assim.
O Carlos Costa, diz nas entrelinhas "que os investimentos têm que dar retorno" é óbvio que se está a referir ao TGV e ao aeroporto.Aliás, a peça na TV acompanhava as palavras com uma imagem com o TGV , e isso foi ontem. Quanto ao Vitor Bento o que ele diz é antigo mas não é por isso que deixa de ter razão, assim os socialistas tivessem feito e não estavamos nesta desgraça. Não há saída, meu caro, que que não seja a produzir e a exportar e não são as mega empresas com os boys que fazem isso.
Augusta, temos que começar a tratá-los pelo segundo nome, senão trocamos as maõs.
De Carlos Mesquita a 20 de Outubro de 2010
Caro Luís, estamos de acordo em muitas coisas, mas nessa história das entrelinhas não alinho.
Vamos supor que eu escrevo:
O Banco de Portugal, através do seu governador traçou um cenário negro para o mercado de trabalho ao prever uma contração de 0,7% no emprego, o que significa menos 35.000 postos de trabalho. Se o TGV for lançado (nessa obra prevê-se a criação de 36.000 empregos)será absorvido o desemprego criado pelas medidas de austeridade.
Nota 1. Estes números são reais, correspondem às previsões.
Nota 2. Nestas entrelinhas (que eu cosi) o Carlos Costa defende o TGV.
Não defende Carlos, nestas circunstâncias ninguem defende a não ser os governantes e, desses, nem todos. O carlos Costa apareceu ontem na TV a fazer uma conferencia de imprensa a dizer que os investimentos têm que ser dirigidos à criação de riqueza e à exportação "e, como tal têm que ter retorno" enquanto em off se referiam os megainvestimentos e as imagens erm do TGV. Claro que o Presidente do BdP diz as coisas nas entrelinhas, não entra em confronto directo com o governo.E a criação de postos de trabalho têm um pico daqui a 2/3 anos, tarde demais, e passageiro.Não há razão nenhuma para dar prioridade aos megainvestimentos, vêm tarde, não dão retorno adequado, não ajudam em nada a presente situação.
Meu caro Luís, estamos em desacordo em muita coisa e nisto também - O Governo é desastroso (aí estamos de acordo), mas susbtituí-lo por um Governo do PSD é entregar a extinção de um incêndio a um clube de pirómanos. O TGV e o novo aeroporto, considerando a incontornável realidade objectiva e os compromissos assumidos, são necessários e se acaso os laranjas traparem para o poleiro de S.Bento, terão de concretizar esses projectos. A tua obsessão contra estas duas obras (nem na China te passou) não tem muito sentido. O teu texto sobre o nevoeiro estava giríssimo - devias canalizar a tua energia criativa para textos assim.
De Carlos Mesquita a 20 de Outubro de 2010
O que eu quis dizer e todos percebem, é que não se pode pôr na boca das pessoas o que elas não disseram. Imagens de Tv com TGVs em cima dum discurso que não o referem, é a partida para a manipulação. Pelos vistos é o que se ensina hoje nas escolas de jornalismo. Depois das imagens alguém escreve que Carlos Costa disse o que nunca afirmou, isso é citado e recitado, e em pouco tempo anda uma aldrabice a circular. A Brogosesfera (não é gralha) é fértil nesse papel.
Entendo que temos obrigação de separar a opinião da informação, como manda a boa prática jornalística. A informação deve ser rigorosa, a opinião fica à responsabilidade de cada um - quem lê que afira a credibilidade do autor.
O aeroporto são mais 67.000 postos de trabalho.
Mas não é a discussão das obras que aqui quis comentar.
Até logo que o trabalho está lá fora.
E aí vai um Carlos furioso. É como diz o outro Carlos, o Loures: Luís vai lá escrever mais textos daqueles senão ainda há guerra civil.
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