Luís MoreiraA China tornou-se a segunda maior potência económica mundial, ultrapassando o Japão e só ficando atrás dos US.No entanto, o PIB por habitante, é ainda muito baixo, continua a ser vista como um país em vias de desenvolvimento, pois o valor por habitante é menos de 1/10 dos 39,7 mil dólares do Japão e dos 56,4 dos US. Em Portugal o PIB por habitante foi de 21.400 dólares.
E o que é que vai fazer a China? Vai continuar a exportar assente em salários de miséria ou vai abrir as suas fronteiras aos produtos e bens Ocidentais, incitando a procura interna, para o que tem que favorecer os trabalhadores com melhores salários e direitos sociais ?
Boa parte da economia vai passar pela China, no futuro, não só como exportadora mas tambem como importadora e consumidora. O Japão, que passou por decisão semelhante quando se apoiava, fundamentalmente, na exportação viu-se, de um momento para o outro, confrontado com uma Europa e uns US em declínio, o que teve como resultado uma recessão que é o pior que pode acontecer a um país. Parece que a lição a tirar é a da dona de casa. Equilibra primeiro a tua casa e, só depois, aventura-te no "shoping".Produzir e consumir o que é da casa e, só depois, exportar e importar.
Se a China seguir o caminho de aumentar o poder de compra dos seus cidadãos, o número de consumidores é de tal forma impressionante que resolve os problemas da procura com que estamos confrontados no Ocidente.
Com a capacidade de acesso ao bem estar e ao consumo ( tambem de informação e cultura) vem a reinvindicação de mais direitos e melhores salários, e as primeiras greves já estão a acontecer no gigante adormecido que não que entrar em recessão como o seu vizinho Japão.
PS: neste momento, tal como nos US, a China debate-se com um horrível desastre, por explosão de "pipe-lines" que transportam combustíveis. Lá, como deste lado, o preço do desenvolvimento.