Quarta-feira, 22 de Setembro de 2010
Luis Moreira
Contra tudo e contra todos, lançaram um concurso para o TGV, sabendo à partida que não tinham condições para cumprirem com o vencedor do concurso. O Poceirão, fica longe de Lisboa e longe de Badajoz, alguem percebia para que interessava aquele troço de TGV sem ínicio e sem fim?
Sofregamente, lançaram o concurso da terceira Ponte sobre o Tejo, contra tudo e contra todos, não há dinheiro, nem os privados têm dinheiro, agora nem os bancos, a dívida cresce assustadoramente, os juros já na altura, trepavam e hoje estão a roçar a impossibilidade de serem pagos, o serviço da dívida é incomportável, uma herança maldita que vamos deixar às próximas gerações.
Felizmente que quem empresta o dinheiro não está para palhaçadas, a Alemanha obriga o governo a mostrar o Orçamento antes de ser aprovado, o que provoca um sem fim de protestos. a nossa soberania, está em perigo, mas a humilhação não, quando andamos de mão estendida.
Antes destas desgraças, não se conseguiu evitar a tempo outra, mil milhões para uma outra autoestrada algures ali pelo centro, à Motta-Engil, a tal que viu a PJ entrar-lhe mais uma vez pelas portas dentro por causa do contrato dos contentores de Alcântara, tambem anulado, mais uns milhões de indemnização.
Quem aprova estas decisões contra tudo e contra todos, sabendo à partida que vai falhar, que não pode cumprir e que isso obriga o Estado a pagar milhões de indemnização, não devia ser chamado à Justiça? Claro que daqui a uns anos tudo não passa de mais uma campanha negra, não houve má-fé, tudo legal, feito nos conformes e dentro da lei. Os actuais governantes, tal como tantos outros, no passado, ocupam grandes cargos nessas mesmas empresas a quem deram de mão beijada milhões? Nada de importante, já passaram os três anos da praxe.
Alguem acredita que estes processos não têm em vista favorecer as empresas do regime? Alguem acredita que não é trafulhice da pior, quando sabendo todos que não é possível e mesmo assim adjudicam-se as obras, acabando tudo em milionárias indemnizações?
O aeroporto, que já andava aí impante em modelos 3D para português ver, não é para agora, as razões são as mesmas, o transporte aéreo do próximo futuro é de tal forma nebuloso que ninguem se arrisca a navegar em céus tão enevoados, o HUB já foi e Alcochete tem que esperar, o Presidente da TAP puxa pela privatização, o governo nuns dias sim, noutros não, como convém a quem vê as grandes empresas do sector a "casarem-se" e a feiínha a ficar para tia.
Ora, quando cada um de nós paga 2,3 euros /mês o que corresponde a 30 euros /ano/contribuinte e que isso tudo somado dá 2,5 milhões /hora de juros e que esse dinheiro é retirado às famílias e à economia e vai direitinho lá para fora (só para pagar juros que a dívida alguem a vai pagar...) não está na hora de nos indignarmos? Como é que se põe o país a convergir com os outros países da Europa com uma dívida destas que não cessa de crescer?
Mas as obrinhas públicas são uma tentação...