Nobre, tem contra si todos os partidos, vem da sociedade civil, é o maior pecado que algum candidato pode ter, todos os seus adversários lhe vão dizer que não tem experiência política. Nobre sempre poderá dizer que isso o torna o melhor de todos mas ninguem o ouvirá.
Moura, vem do PS e foi deputado, mas corre por fora do sistema, vão-lhe dizer que não pode ganhar o país quando, a bem de ver, perdeu o partido, não o escolhendo. Ele bem pode dizer que isso só mostra que é bem melhor que Alegre, é rigorosamente independente, como convém a um Presidente da Republica e tem a experiência política de vários anos de deputado.
Alegre, dirá que já antes do 25 de Abril lutava contra o fascismo, é um homem livre, nunca foi político de estruturas partidárias, junta a independência à experiência política, já foi candidato independente e obteve uma votação expressiva, tem a confiança dos portugueses. Vai apontar insistentemente para Nobre e Moura acusando-os de darem a vitória a Cavaco de mão beijada.( o que é habitual em Cavaco)
Lopes, repetirá sem cessar que se for presidente da república, mudará de política e de políticas, contra este estado de coisas, a favor dos trabalhadores e contra o grande capital, contra este orçamento, contra os usurários, contra os especuladores. Estamos todos de acordo mas só 8% gostam de o ouvir. Cumpre a sua função de segurar o seu eleitorado e ocupar tempo de antena.
Cavaco, dirá que nunca foi político, apareceu na política porque a situação o exigiu, outros viram nele o que não viam em mais ninguem, é apartidário, isento, independente, não reage a ofensas, é professor de finanças públicas, sabe muito bem para onde vai, avisou vezes sem conta o governo, deixou governar sem deixar de usar a sua influência. Mas não pode dizer em público o que diz em privado.
E, nós , vamos votar em quem? Falta-nos uma série de informações para podermos votar em consciência. Antes de tudo devíamos saber o que fará cada um dos candidatos depois de eleito em relação ao governo. Demite-o? Mantem-no? Tenho para mim que Alegre apesar de receber tarde e a más horas o apoio do PS, não tem condições partidárias para demitir o governo. Penso o mesmo de Nobre, veja-se como figuras conhecidas da ala Soarista se insinuam na sua candidatura e, Sócrates, é o último trunfo de Soares.( não foi assim nas últimas eleições presidenciais?).
Moura, demitiria de imediato o governo, é um republicano e socialista mas já percebeu que as traves mestras do socialismo, vão à vida com Sócrates. Não é o estatismo que é de esquerda, é o Serviço Nacional de Saúde que é preciso reformar para ser salvo, a escola estatal e pública, o estado social.. está profundamente em desacordo com estas políticas estatais confundidas como de esquerda.
E quanto a Cavaco, que fará Cavaco? Se as sondagens derem uma maioria ao PSD ou ao PSD+CDS, demite o governo e vai para eleições antecipadas, se não tiver essa certeza vai continuar a dizer que não pode dizer em publico o que diz em privado.