O Francisco Lopes e o Manuel Alegre concordam num ponto, o Aníbal não esteve à altura dos acontecimentos. Perante a evidente falha governativa e o avolumar dos problemas, o Aníbal devia ter usado os seus poderes com maior capacidade de intervenção, reunir mais vezes o Conselho de Estado, dirigir-se à Assembleia da República e aos portugueses, dizer não a um orçamento que é muito mau e que leva o país para a recessão e para o desemprego.
Francisco diz que é desolador que quem corta no abono de família, no subsídio mínimo, sejam os mesmos que fazem coro com as vozes dos que lastimam a fome que aumenta. Isto é o resultado de políticas erradas emanadas da união europeia, da especulação desenfreada e das políticas internas do PS e do PSD. Manuel concorda, sempre foi um europeísta mas não desta europa, deseja uma europa solidária, a uma só velocidade, com uma moeda forte e, não, com os países do centro fortes e ricos a fazerem a vida negra aos países periféricos. Mesmo como simples candidato já foi a Bruxelas falar aos seus camaradas, chamando-lhes a atenção para este ataque desabrido contra os países mais fracos do Sul.
Tiveram um momento ternurento quando se aflorou a possibilidade de uma segunda volta onde juntarão os trapinhos para vencerem o Aníbal que é incapaz de tomar medidas. Um Presidente da República que está em consonância com esta política de direita do PS, não merece uma segunda oportunidade em Belém.
Registe-se o equilibrio deveras circense do Manuel que cola o Aníbal à governação (por ser má) mas depois não é capaz de criticar o governo. Muito curiosos são tambem os comentadores de serviço que dão como adquirida a vitória de Cavaco Silva à primeira volta, seguindo as sondagens, o que me parece um quanto bizarro na boca de comentadores, pois essa percepção pelos eleitores seria letal para Manuel Alegre.
Eu vou votar em Fernando Nobre, nem que seja para os partidos perceberem que não é necessário que o Presidente da República seja um homem dos aparelhos partidários. Eu acredito, firmemente, que só uma sociedade civil forte e interventiva, alterará este estado lastimoso a que chegamos.
PS: depois desta confissão tenho que fazer, nos próximos textos sobre os debates, um registo de interesses.
Eu também ia votar no Fernando Nobre. Mas depois assisti àquela coisa obscena do "Já lhe morreu uma criança nos braços?", e mais o "quantos postos de trabalho é que você criou" e a criança e a galinha e fiquei um bocado mal da vesícula.
Pois, foi, Carla, é no que dá não ter conselheiros de imagem e comunicação.Falei com ele para lhe oferecer o estrolabio de bandeija, mandou-me falar com o assistente de imagem, ou o Director de campanha, já não sei bem, fiquei à espera até hoje!