Sábado, 8 de Maio de 2010
Para onde nos leva o Estrolabio
Neste preciso momento estão a ser criados cinco mil blogues por esse mundo fora – o Estrolabio é apenas um deles. Esta é a realidade - todos os dias nascem aproximadamente 120 mil blogues. Calcula-se que, actualmente, existam cerca de 200 milhões. A blogosfera é um universo em permanente expansão e temos total consciência da nossa insignificância – existem blogues com elevados índices de audiência onde colaboram bloguistas profissionais. Há-os generalistas e temáticos – alguns com conteúdos de elevada qualidade. Num meio tão saturado de propostas - políticas, filosóficas, científicas, literárias… - parece-nos que não faz muito sentido pensarmos lutar por um lugar cimeiro no ranking de audiências. O Estrolábio não vem para competir a não ser consigo mesmo. A única coisa que quem começa pode fazer é lutar pela qualidade dos posts que edita. Quem somos e, sobretudo, o que queremos?
Somos um grupo de amigos – Mas para além da amizade e do respeito mútuo, não existem entre nós vínculos político-partidários, religiosos, filosóficos ou de qualquer outra natureza. Queremos expor e defender aquilo em que acreditamos de uma maneira frontal, mesmo quando sabemos não serem consensuais as ideias que defendemos. Porque aquilo em que cada um acredita e aquilo que cada um defende, não reflecte a linha de orientação do nosso blogue. Essa linha é constituída por valores tais como o amor pela verdade, pela honra e, sobretudo, pela Liberdade.
Deste modo, o Estrolabio é um espaço plural, uma praça pública e livre onde é proibido proibir ideias políticas, teses científicas, tendências filosóficas, crenças religiosas, convicções agnosticistas ou ateístas, preferências clubísticas, orientações sexuais… Aqui, todos podem montar a sua banca desde que não incomodem os vizinhos. A afixação de cartazes também é livre desde que não defendam o fascismo, a xenofobia, a discriminação de género… Em suma, ao Estrolabio são bem-vindos todos os que defenderem a Liberdade. Por isso, para defender a Liberdade, é preciso vedar a passagem às «liberdades». Pelo menos a algumas.
Sem pretensões a ficar à frente seja de quem for, queremos, no entanto, ganhar o nosso espaço. Como? Lutando pela liberdade de expressão e pela qualidade, pela isenção e pela originalidade.
Como daqui se depreende, não existe uma linha editorial orientada ideologicamente ou segundo qualquer ditame religioso, filosófico ou de outra ordem. Muito menos, futebolístico. Mas não fugiremos a abordar a temática, do futebol. Tentaremos não entrar na casuística de conflitos, polémicas, do dia a dia – há muito quem se ocupe desses problemas. Digamos que não sendo um tema que nos esteja vedado, de modo algum o privilegiaremos.
Em matéria de política portuguesa e internacional, Estrolabio está aberto a todas as tendências (como já se disse, menos às que neguem a Liberdade como valor primacial). Tentaremos não enveredar pela análise feita «em cima do acontecimento». Críticas à orientação do Governo ou às posições assumidas pelas oposições, preferimos que sejam feitas numa perspectiva verdadeiramente crítica (no sentido nobre da palavra). Fugiremos à chicana, ao humor político fácil, ao ataque gratuito, ao aproveitamento de gaffes…
Tentaremos a crítica construtiva, consistente, portadora de alternativas. O que não significa que não aceitemos a colaboração de quem ataque o Governo ou de quem o defenda. A única coisa que pretendemos é que as posições partidárias não se baseiem em boatos ou em picardias gratuitas.
Porque não somos um jornal ou um serviço noticioso de uma estação televisiva ou radiofónica, o imediatismo não entra na nossa massa genética. No debate de ideias, tentaremos fugir à tal chicana de que acima falámos. O debate de ideias será feito com respeito pelas ideias alheias, ficando excluídas as suspeições e as insinuações torpes e avulsas. Quem critica, fá-lo-á atacando ideias, mas respeitando pessoas. Falando de massa genética, gostaríamos que o humor constituísse uma parte importante dela. Sem sentido de humor até a seriedade perde o sentido.
Estaremos muito atentos ao mundo da cultura – livros, filmes, peças de teatro, exposições de arte – sem a preocupação de uma cobertura exaustiva - merecerão a nossa especial atenção. E apresentaremos, sempre que possível, textos literários originais – contos, poemas, críticas.
Resumindo - desejando-se a maior liberdade, há princípios a respeitar, pelo que algumas «liberdades» - as tais que afrontam a Liberdade - não serão aceites. E é com esta pequena quantidade de princípios e com este reduzido capital de intenções que vamos começar.
Mãos à obra.
Está óptimo! Um abraço
De Joao T Bastos a 30 de Setembro de 2012
Gostei do editorial. Acho vou passar a "frequentar" este blog: Parabéns !
Comentar post