Terça-feira, 21 de Setembro de 2010
1
Não tenho princípio nem fim
Não principio nem acabo
Sou o rumor das pétalas a abrir
Sou o grito das cores berrantes
O vestígio de beijos a florir
A noite a cair em instantes
Sou o sangue a correr em mim
Sou vida e morte por um bocado
Sou o som da semente a nascer
Sou o que sou, de minha autoria
Volto amanhã se hoje morrer
Sou o rumor do nascer do dia
Não tenho princípio nem fim
Não principio nem acabo.
Anseio por ser eterno,
Ao fim e ao cabo.
2
Vem por aqui
Desenhar meus pés
E derrubar obstáculos
Vem para aqui
Apreciar as marés
E curar meus cansaços
Vem amar o longe
A minha loucura
A minha ironia
E o mundo a que subi
Faz de mim um monge
Deseja-me
Como à fruta madura
Enche-me de amor
De sabedoria
Vem comigo, não vás por aí
3
Quase com cuidado
Muito ao de leve
O silêncio foi quebrado.
Era quase nada!
Como se fora
Do cair da neve
O rumor que se adivinhava.
Ou talvez da leve brisa
De tão leve
Mal se sente
Ou o mexer dos meus olhos
Ou o germinar da semente