(Continuação)
Ainda a guerra
No dia 6 de Junho de 1944, teve início o desembarque aliado na costa da Normandia. Em Dezembro, Estaline assinou com De Gaulle um pacto de ajuda franco-soviético. Sobre Estaline dirá De Gaulle nas suas Memórias de Guerra (1944): «Unificar os Eslavos, aniquilar os Germânicos, expandir-se pela Ásia: eis os sonhos da pátria, os objectivos do ditador. Eram duas condições as prévias para o conseguir: modernizar o país e transformá-lo numa grande potência, isto é, numa potência industrial, saindo vencedor no caso de uma guerra mundial. A primeira condição estava já cumprida, embora com custos muito elevados em sofrimentos e perda de vidas humanas. Quando o conheci, estava prestes a cumprir a segunda condição, no meio de um cenário de túmulos e ruínas. Para sorte dele, tinha um povo tão cheio de vida e tão paciente, quem nem a mais dura servidão conseguia paralisar; um país tão farto em riquezas do subsolo que nem o mais extremo esbanjamento conseguia esgotar; alguns aliados sem os quais não teria vencido o inimigo, nem eles o teriam feito sem a sua ajuda».
Entre 4 e 11 de Fevereiro, realiza-se a Conferência de Ialta, na qual Estaline propõe a divisão da Alemanha. Ainda segundo De Gaulle nas suas Memórias de Guerra, Churchill terá dito sobre a Rússia e sobre Estaline: «No que se refere à Rússia, é um animal desajeitado e faminto desde há tempos. Hoje não o podemos impedir de comer, principalmente se tivermos em conta que é uma das vítimas mais afectadas. O que é preciso é que não coma tudo. Eu esforço-me por conter Estaline que, apesar do seu apetite voraz, não é um homem destituído de realismo».
Nos últimos anos, Estaline transformou-se num velho ao qual começavam a faltar as forças. Encontrava-se totalmente isolado num oceano de adulação e intriga. Estava prisioneiro do seu terrível e imenso poder. Levava, portanto, uma existência solitária. A sua residência habitual era a datcha de Kuntsevo, perto de Moscovo. Apenas se sentia bem, passeando nos sombrios pinhais e na floresta de abetos prateados que rodeiam Kuntsevo. no Verão gostava de trabalhar no jardim. No Inverno sentava-se a uma secretária junto de uma janela e ali resolvia os seus assuntos, recebendo membros do Governo, oficiais e funcionários. Ia já muito pouco ao seu gabinete no Kremlin. Às vezes convidava velhos camaradas para jantar. Eram refeições de trabalho em que se discutiam assuntos políticos e se tomavam importantes decisões. Foi assim naquele jantar, em 28 de Fevereiro de 1953. Nesse sábado, Malenkov, Béria, Bulganine e Kruchtchev foram jantar a Kuntsevo. Estaline esteve sempre de bom humor. Depois, parecendo fatigado, despediu-se dos convidados e subiu ao seu quarto.
(Continua)
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