(Continuação)
O terror
Em 1925 Trotsky demitiu-se de todos os seus cargos. Estaline aliou-se a Bukarine e a Tomsky contra a facção trotquista que, com razão, se reivindicava como herdeira da herança leninista. Porém, Estaline refazia a verdade e combatia os adversários com determinação e vigor -no seu texto Fundamentos do Leninismo denunciou publicamente a oposição criada por Zinoniev e, sobretudo, por Trotsky. Perante o plenário do Comité executivo do Komintern, combateu-a colocando-a sob o estigma da traição, como um germe de um novo partido que iria sabotar a unidade existente no seio do PCUS. Sem dar tempo aos adversários para respirar, denunciou logo depois a plataforma constituída pela oposição. Trotsky e Zinoniev foram expulsos do Partido e em Janeiro de 1928 Trotsky foi deportado para Alma-Alta.
Leon Trotsky
No entanto, até ao extermínio total dos opositores, Estaline não iria parar. Em Dezembro abriu a caça ao grupo de Bukarine. E, Novembro de 1929, Bukarine, Rykov e Trotsky reconhecem publicamente as suas "opiniões erradas. Trotsky foi expulso da União Soviética.
Por esta altura, Yacob, um filho de que Estaline nunca gostou, fez uma tentative frustrada de suicídio. O pai terá comentado: "Ora! Bem podia ter disparado com melhor pontaria!".
Em Outubro de 1932, Estaline exigiu a condenação e a execução de um opositor - Ryutin.
Em Novembro desse ano, durante o banquete comemorativo do 15º aniversário da Revolução, perante dignitários do Partido, Estaline dirigiu-se com tal rudeza a Nadja que ela, envergonhada, humilhada e deprimida, saiu da sala. Nessa noite, pôs fim à vida com um tiro de revólver. Na análise que Estaline fez a este suicídio, fixou bem patente a sua peculiar (e patológica) maneira de encarar a realidade - nunca estabeleceu uma relação de causa-efeito entre o enxovalho a que submeteu Nadja. Considerava-a a sua "amiga mais íntima e leal" - o que significava que teria de aceitar todas as ofensas como manifestações de interesse - afirmou-o: aquele suicídio afigurava-se-lhe uma traição. Ninguém podia abandonar a cena sem sua autorização. E, agastado, nem sequer foi ao funeral da esposa. Contudo, durante muito tempo iria falar obsessivamente de Nadja, acusando-a sempre de o ter abandonado.
Em Abril de 1933, começou uma das mais violentas purgas do período estalinista - a depuração levada a cabo nas altas instãncias do Partido e dos sindicatos. Em Dezembro, Serguei Kirov foi assassinado e desencadeiam-se as purgas de Leninegrado e de Moscovo. Em 1935 desenrolou-se o processo contra Zinoniev, Kamenev e mais 17 "cumplices". Em 1936, nova vaga na depuração, baseada no controlo e "renovação" dos documentos do Partido . Em Agosto, o terror prosseguiu com o "primeiro processo de Moscovo": Zinoniev, Kamenev e os "cúmplices" foram condenados á morte e executados. Tomsky suicidou-se. Em 1937 foi aberto o segundo processo de Moscovo - os alvos eram agora Pyatakov, Radek e outros. Em Fevereiro Ordjonikidze suicidou-se. Em Junho foi a vez de altos cargos do Exército. Grande número de marechais e generais foram fuzilados. Discordar de Estaline era considerado alta-traição. Só um cérebro tinha direito a funcionar entre os mais de 200 milhões de soviéticos- o de José Estaline.
Em 1938 foi assinado o famoso Acordo de Munique. Procurando não entrar em rota de colisão com Hitler, as potências europeias, incluindo a União Soviética, abandonam a Checoslováquia à sua sorte, permitindo a sua invasão pelas tropas nazis. Em Março teve início o terceiro processo de Moscovo - os ex-aliados de Estaline, Bukarine e Rykov, entre outros, foram executados sob a acusação de pertencerem ao «bloco direitista e trotsquista». Trotsky viria a ser assassinado em 1940, no seu exílio no México. A primeira fase da limpeza estava concluída. A velha geração de revolucionários, a incómoda intelligentsia,estavam liquidada. No Partido, nos sindicatos, nas forças armadas, os «percevejos» tinham sido eliminados. Tinham ficado os elementos «absolutamente leais e necessários».
(Continua)
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