Maria Inês Aguiar Poema a quatro mãos
(Adão Cruz)
doce pranto em que todos os meus medos mergulhei
em ti floresci
restos de fruto que não colhi mas ousei
seara do meu tempo sopro de vento lento
porto de alento que vislumbrei na noite de um dia vago
e foi em ti que descansei o meu desejo cansado
no outro lado do sol
aonde a chuva mansa descansa
e é em ti que madrugo e invento a aurora
sem te acordar
o abrigo deste momento em que o instante volta a gritar
ah liberdade!
canteiro de povo e remendo de jade
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