Domingo, 3 de Julho de 2011

Agenda cultural extra por Rui Oliveira

 

 

 

Sugestões para os meses próximos (1ª parte)

 

 

 

   Como prometera na última Agenda e porque a cadência de eventos de valor indiscutível visivelmente abrandou com a bonomia estival, diligenciarei aqui localizar e chamar a atenção para alguns que sobressaem pela sua previsível qualidade na paisagem de Lisboa e os seus vastos arredores, pois nesta época é comum ser na periferia de veraneio que ocorrem espectáculos dignos de registo.

   Gostava, assim, de aconselhar ao longo das semanas imediatas a ida aos acontecimentos seguintes, pela garantia anterior que dão os seus intervenientes :

 

 

 

No campo da música

 

 

a.   No Festival de Sintra, que encerra em breve a 10 de Julho, com participações de bom augúrio de pianistas quer conhecidíssimos como Sequeira Costa (a 10/7), quer estreantes premiados como Manuel Araújo, Prémio Vianna da Motta 2010 (a 7/7), sugerimos a audição do Octeto de Leipzig  na Quinta da Piedade, Sábado 9 de Julho às 17h.

   O Quarteto de Cordas de Leipzig String Quartet

 e alguns membros do Octeto da Gewandhaus de Leipzig constituíram um novo agrupamento artístico onde o som característico do quarteto de cordas se funde com a sonoridade dos sopros solistas da Orquestra da Gewandhaus, criando uma ambiência pré-orquestral na mais pura e autêntica tradição da cidade de Leipzig.
Actualmente os membros do Octeto  são Stefan Arzberger, Tilman Büning, Ivo Bauer e Matthias Moosdorf, membros do Quarteto de Cordas de Leipzig, bem como Peter Schurrock (clarinete), Bernhard Krug (trompa), David Petersen (fagote) e Christian Ockert (contrabaixo).
Neste concerto do Festival de Sintra, o Octeto de Leipzig apresenta-se numa formação muito especial, com instrumentistas convidados, com o tenor Markus Petsch e o barítono Stefan Genz, totalizando 16 músicos. Irão tocar a obra de Gustav Mahler  /A. Schönberg  A Canção da Terra.Octeto de Leipzig
Em 2008 o Quarteto de Cordas de Leipzig String Quartet e alguns membros do Octeto da Gewandhaus de Leipzig constituíram um novo agrupamento artístico, o Octeto de Leipzig, com a finalidade de apresentar às grandes plateias e audiências a música de câmara para cordas e sopros contida no Octeto de Schubert. O som característico do quarteto de cordas funde-se com a sonoridade dos sopros solistas da Orquestra da Gewandhaus de Leipzig, criando uma ambiência pré-orquestral na mais pura e autêntica tradição da cidade de Leipzig.
Actualmente os membros do Octeto de Leipzig são Stefan Arzberger, Tilman Büning, Ivo Bauer e Matthias Moosdorf, membros do Quarteto de Cordas de Leipzig, bem como Peter Schurrock (clarinete), Bernhard Krug (trompa), David Petersen (fagote) e Christian Ockert (contrabaixo).
Neste concerto do Festival de Sintra, o Octeto de Leipzig apresenta-se numa formação muito especial, com instrumentistas convidados, com o tenor Markus Petsch e o barítono Stefan Genz, totalizando 16 músicos.

 

Na ausência de registo do novo Octeto, ouça-se uma boa gravação do Leipzig String Quartet

 

b.   No Cascais CooljazzFest, que abre a 4/7,destacaríamos três figuras femininas do universo jazzístico, com características diversas mas que justificam bem a sua audição. Sugerimos agora as primeiras (deixando Maria Schneider para um destaque posterior) :

   A 4/7 (Segunda), às 21h no Parque Marechal Carmona (Cascais), canta Sharon Jones & The Dap-Kings, banda na vanguarda do movimento revivalista do funk dos anos 60-70. Os álbuns memoráveis 100 Days, 100 Nights e Dap Dipping’with Sharon ones and the Dap-Kings bem como o último I Learned the Hard Way (2010) serão certamente a base do concerto marcado pela sua sonoridade, dita um pouco “rústica” pela escassez de envolvente tecnológica.

  

 

  A 6/7 (Quarta), também às 21h no mesmo Parque, actua Madeleine Peyroux que partilha o palco com Pierre Aderne. A cantora, que já fizera uma breve passagem anterior pelo festival, vem agora glosar o seu último álbum Bare Bones (2009), primeiro trabalho de originais, mistos de blues e jazz, e interpretar, como o faz magistralmente, temas da bossa nova ou do seu Paris, lugar de refúgio prolongado.

 

 

c.   No CCB dois espectáculos próximos suscitam curiosidade diversa. Um, que sugerimos, traz a Lisboa por convite da Embaixada da Polónia (para assinalar o início da sua presidência europeia) um conjunto reputado de música antiga, os Arte dei Suonatori, orquestra especializada na execução de música barroca com a maior genuinidade. O repertório é obviamente adequado com dois compositores da época: Antonio Vivaldi (1678-1741) e Georg Philipp Telemann (1681-1767). Ouvir-se-ão de Vivaldi dois concertos (um para cordas e baixo contínuo, em Ré maior e outro para 2 violinos, violoncelo, cordas e baixo contínuo, em Ré menor) e de Telemann dois Concerti polonais (um para cordas e baixo contínuo, em Sol maior, outro para cordas e baixo contínuo, em Si bemol maior), uma Ouverture para 3 oboés, cordas e baixo contínuo, em Ré maior e a abertura da peça Völker para cordas e baixo contínuo, em Si bemol maior, com um andamento dedicado ao povo português (!).  

 

   O outro é a estreia absoluta a 8 de Julho, às 21h no Pequeno Auditório, da ópera em dois actos A Rainha Louca de Alexandre Delgado, a partir da peça O Tempo Feminino de Miguel Rovisco. Nela se evoca a figura de Dona Maria I “uma rainha enclausurada num mundo de demência e evasão” mas que, “com a criação da Academia das Ciências e da Biblioteca Nacional, a promoção da primeira expedição científica à Amazónia, da renovação do Ensino e da Marinha… (revelou que) era culta e sensível, dada à música e às artes; reinar é que não estava na sua natureza”.  A encenação é de Joaquim Benite, o acompanhamento musical da Orchestrutopica e a interpretação das cantoras Ana Ester Neves, Maria Luísa de Freitas, Ana Paula Russo, Teresa Cardoso de Menezes e Nilma Santos. Repete a 10 (às 17h) e 12 (às 21h).

 

                              Alexandre Delgado

 

d.   No Castelo de São Jorge, curiosamente do mesmo músico Alexandre Delgado, é apresentada, na segunda edição das NOITES DE ÓPERA, uma versão em português de A Flauta Mágica de Mozart nos dias 6, 7, 8 e 9 de Julho, às 22 horas, no cenário natural do Castelejo, com a Cª de Ópera do Castelo. O espectáculo que sugerimos é uma recriação musical para agrupamento de câmara do compositor italiano Tiziano Manca que se não limitou a realizar uma simples redução de efectivos, mas antes substitui a maior parte do núcleo das cordas (o maior numa orquestra) por sopros da família dos metais, incluindo o trompete, que era pouco usado no século XVIII, e o saxofone, que não existia. São estes novos instrumentos que conferem uma nova cor, mantendo toda a energia e textura originais – uma sonoridade colorida, mas mais íntima. Este espectáculo conta ainda com um elenco de jovens cantores portugueses e com uma releitura e construção cénica lançando uma ponte entre o passado e o mundo contemporâneo da autoria da dupla luso-canadiana formada pelas encenadoras Caroline Bergeron e Catarina Santana.

 

e.   Ainda na capital, há a vasta escolha da 3ª edição do Festival ao Largo (já referido em Agenda anterior), conjunto de espectáculos de entrada livre no espaço frente ao Teatro Nacional de São Carlos de entre os quais sugerimos (por antever a sua qualidade) a 13 e 14 de Julho (Quarta e Quinta) o miniciclo Diálogos : Piano e Percussão onde quatro pianistas de renome internacional partilham o palco com dois percussionistas de excepção.

No primeiro dia, Mário Laginha e Bernardo Sassetti (piano) tocam com Elizabeth Davis e Pedro Carneiro (percussão) estreando a sua obra Percussionistas IV – O regresso. No segundo dia, Artur Pizarro e Vita Panomariovite confrontam-se ao piano com o brilho das percussões de Elizabeth Davis e Richard Buckley na interpretação da Sonata  para dois pianos e percussão de Bela Bartók.

 

 

f.   Continuando em Lisboa, um evento que já vai na sua 7ª edição é o Jazz im Goethe-Garten 2011 que aposta essencialmente em projectos de jazz criativo europeu (por contraste com o Jazz em Agosto da Gulbenkian). Do programa de seis concertos (ver em http://www.goethe.de/ins/pt/lis/kue/mus/jig/ptindex.htm), todos nos agradáveis jardins do Goethe Institut (ao Campo de Santana) às 19h,  sugerimos a comparação dos cinco conjuntos internacionais, com estilos de jazz tão distintos :

   ̶  na Quinta 7/7 ouça-se Eco D’Alberi (Itália), um grupo que opera nos caminhos do neo-free. Aqui a rica fantasia do saxofone, voz dominante, é sustentada na arquitectura delineada pelo piano, as junções intuitivas do contrabaixo e as estratégicas colocações rítmicas da bateria.

   ̶  na Terça 12/7 é a vez dos BLAST5TET (Holanda/Itália/EUA). A actual forma de quinteto do projecto Blast de Dirk Bruinsma e Frank Crijns ( saxofone soprano e alto, guitarra eléctrica, saxofone tenor e barítono,  teclados/ electrónica e bateria /percussão ) privilegia a composição como método de criação de novos sons enfatizando dinâmicas e alternâncias entre tonalismo e abstraccionismo.

   ̶  na Quinta 14/7 tocam os Huntsville, um trio da Noruega que amplia a instrumentação convencional para criar um mosaico de som combinando grooves fractais. A progressão improvisada é hipnótica, por vezes veloz, evocando o transe numa coerente amálgama sónica, processada no seu todo por um quarto músico.

   ̶  na Terça 19/7 actuam os Nicolas Masson Parallels, cujo líder reflecte no seu grupo o interesse que tem sobre a música em detrimento do estilo, oferecendo formas abertas do jazz submetidas à improvisação e temperadas com a energia do rock.

 

   Konrad Bauer e Nils Wogram  um confronto de trombones 

   ̶  na Quinta 21/7 o festival encerra com a interpretação do duo Nils Wogram (n. 1972)  e Konrad Bauer (n. 1943), um tandem de trombones, mas sobretudo um encontro de gerações, pois sendo o trombone um dos instrumentos  mais expressivos no jazz, permite enorme amplitude dinâmica e diversos efeitos (como surdinas, multiphonics, growls), dando oportunidade a músicos virtuosos e criativos como estes a criar novos horizontes .

 

Não havendo registo do confronto com Konrad Bauer, fique este entre Nils Wogram e Harry Watters

 

g.   Um último evento citadino curioso são as Notas Químicas / Borodin: compositor e químico, iniciativa do Museu da Ciência da Universidade de Lisboa integrada nas comemorações do Ano Internacional da Química, dos centenários da Faculdade de Ciências e da própria Universidade. Porque Alexander Borodin (1833-1887), além de músico famoso (ópera O Príncipe Igor),foi um médico que se dedicou quase inteiramente à Química (sendo autor de diversas descobertas), organizou-se, tendo como local o

 Anfiteatro  do Laboratorio Chimico da Escola Politécnica recentemente restaurado, uma série de concertos para ouvir a sua obra e a de outros compositores de que sugerimos a audição a 7 de Julho (Quinta), às 18h, pelo Quarteto de Cordas Malibran (Tatiana Samouil violino, Jolente De Maeyer violino, Tony Nys viola e Justus Grimm violoncelo) com a participação de Rosa Maria Barrantes ao piano e Tiago Pinto-Ribeiro no contrabaixo do Quarteto de Cordas nº2 de Alexander Borodin, da Danse Brisée nº1 para violino e piano de César Viana e do Quinteto “A Truta” op.114 de Franz Schubert.

   Na Sexta 8/7 o mesmo Quarteto com a colaboração do pianista Filipe Pinto-Ribeiro toca o Quarteto de Cordas nº2 de Alexander Borodin, o Romance para violino e piano de Vianna da Motta e o Quinteto para Piano op.44 de Robert Schumann.

 

h.   Saindo da cidade, o melómano pode ir a Évora ao XII Ciclo de Concertos “Música nos Clautros” no Convento dos Remédios onde, às 21h30 de 9 de Julho (Sábado), sugerimos que ouça Valérie Vervoort (soprano) e Jill Lawson (piano), reincidentes dum excelente concerto no ano anterior,  que tocarão o seguinte programa :

Chopin: Nocturnes (ver vídeo anexo) e Claire de lune de Debussy ; Debussy: Nuit d’étoiles, Beau soir, Pierrot ; Fauré: Après un rêve, Clair de lune, Nocturne ; Hahn: L’heure exquise, Nocturne, Dans la nuit, l'Enamourée e La nuit ; Massenet: Nuit d’Espagne, Madrigal ; Poulenc: Le sommeil e Lune d’avril ; Saint-Saëns: Rêverie ; Lekeu: Nocturne ; Jongen: Après un rêve.
(programação completa em

 http://eborae-musica.org/index.php?option=com_content&task=view&id=616&Itemid=1)

 

 

i.   Se preferir homenagear a programação deste ano de Paulo Pinamonti no Festival Terras Sem Sombra (Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo) assistindo, nesse mesmo dia 9 de Julho, às 21h30, ao seu concerto de encerramento no adro da Igreja Matriz da Misericórdia de Beja, sugerimos que ouça o Coro Infantil do Instituto Gregoriano e a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana sob a direcção musical de Marcello Panni e com a colaboração do tenor Carlos Guilherme interpretar a Missa brevis para coro infantil, tenor, orquestra de sopros e percussão (estreia em Portugal e Espanha) de Marcello Panni e a Symphonie funèbre et triomphale para banda de Hector Berlioz.

 

j.   O mesmo melómano, se percorrer a zona a Norte da capital, poderá encontrar no Cistermúsica (XIX Festival de Música de Alcobaça já iniciado em 3/6 - ver programação em  http://www.cistermusica.com/2011/programacao ) a 9 de Julho, às 21h30, no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça (dormitório) um espectáculo que lhe sugerimos do Ludovice Ensemble intitulado “Pour toi seule, aimable Inès”Um concerto para Inês de Castro.

 

 

O Ludovice Ensemble é um grupo especializado na interpretação de Música Antiga, criado em 2004 por Fernando Miguel Jalôto e Joana Amorim, com o objectivo de divulgar junto do público português o repertório de câmara dos séculos XVII e XVIII através de interpretações historicamente informadas, usando instrumentos antigos. Composto por  Joana Amorim  flauta traversal, flauta doce, flautim, Joan Bosch e Anton  flauta traversa, flautim, Bojan Cicic  violino, Miriam Macaia violino, Nicholas Milne  viola de gamba, Rebecca Rosen  baixo de violino e Fernando Miguel Jalôto  cravo, interpretará, com o auxílio do barítono Hugo Oliveira, obras de Pascal Collase, Marin Marais e André-Cardinal Destouches. 

 

l.   Ainda na região, deslocando-se na busca de música de valor, irá poder ouvir, dentro do Musicaldas 2011 (Festival de Música das Caldas da Rainha – programa em http://musicaldas.com/index.php?&section=musicaldas ) a actuação que lhe sugerimos do Stefano Bollani Trio, que em 2010 brilhou no concerto que lhe ouvimos na Culturgest. Composto por Stefano Bollani, ao piano,  Jesper Bodilsen, no contrabaixo  e Morten Lund, na bateria, o grupo irá divulgar o álbum de 2009 Stone in the Water,  considerado pela crítica jazzística especializada um dos mais importantes do ano pelo seu “ som … suave, delicado e fluido e a interacção criativa (excepcional) entre estes três músicos de eleição …” e cujo repertório vai desde peças originais do trio, a covers de composições de Caetano Veloso e Tom Jobim e a uma improvisação baseada na Improvisation 13 en La Mineur de Francis Poulenc. O concerto será a 20 de Julho (Quarta), às 21h30, no Grande Auditório do Centro Cultural das Caldas.

 

 

 

Na área do teatro

 

 

a.   Os espectáculos de interesse concentram-se indiscutivelmente no 28º Festival de Almada que traz alguns eventos à capital. Do elenco extenso sugerimos peças de índole diversa (ver  http://www.ctalmada.pt/festivais/2011/ ).

 

   ̶  No Palco Grande do Teatro Municipal de Almada (TMA), às 22h de 4 de Julho (Segunda), representa-se a Fabula Buffa a partir de Dario Fo, interpretada por Ciro Cesarano e Fabio Gorgolini com a colaboração artística de Carlo Boso, um reconhecido especialista da Commedia dell’Arte.

 

   ̶  Na Sala Principal do Teatro, às 21h de 5 de Julho (Terça),  Bernard Sobel (um dos mais destacados encenadores franceses e criador do Teatro de Gennevilliers) encena Santa Joana dos Matadouros de Bertolt Brecht interpretada por  alunos finalistas da Escola Superior de Teatro e Cinema e alunos recém-formados da ACT – Escola de Actores.

 

  ̶ No Palco Grande do TMA, às 22h15 de 6 de Julho (Quarta), o Teatro Nacional Radu Stanca de Sibiu (Roménia) apresenta o espectáculo de teatro/dança Moi, Rodin , um monólogo de  Patrick Roegiers coreografado por Marc Bogaerts e interpretado pela bailarina Esther Cloet e pelo actor Constantin Chiriac. Texto sobre o amor e o poder, sobre a criação e a destruição, que coloca em cena, e em confronto, a escultora Camille Claudel (1864-1943) e o seu mestre e paixão, o escultor Auguste Rodin (1840-1917).

 

  ̶ No Teatro Nacional D.Maria II, às 21h30 de 7 e 8 de Julho, representa-se Olho-te nos Olhos, Contexto de Ofuscação Social!  pela Volksbühne (Alemanha), um texto de René Pollesch, que é também o encenador, interpretado por Fabian Hinrichs, criado em 2010 como comédia turbulenta crítica da crise financeira recente.

 

             

                        Moi, Rodin             Olho-te nos Olhos,Contexto de Ofuscação Social!

 

 

 

No campo do cinema

 

 

  Face à relativa pobreza das estreias recentes, ao cinéfilo interessado oferecem-se duas posssibilidades que lhe sugerimos :

 

   Ou é um interessado na evolução da cinematografia francesa que, apesar da preponderância cada vez maior das estações de televisão na produção de filmes com a resultante de muitas obras formatadas e sem surpresas, continua a ser das mais variadas da Europa e aí tem na Cinemateca Portuguesa um Ciclo “França, Anos 2000” de 6 a 26 de Julho.

   Divide-se em três segmentos: “Revelações dos Anos 2000”, com nomes que se afirmaram e consagraram nos últimos dez anos (vide Abdel Kechiche com La Faute à Voltaire e Bruno Dumont com Flandres) ; “Novos Nomes”, alguns dos quais primeiras obras, de realizadores que surgiram neste período (como Julie Bertuccelli com Depuis qu’Otar est Parti, Ramer Ameur-Zaimeche com Bled Number One, Magali Richard Serrano com Dans les Cordes, Mia Hansen-Love com Tout est Pardonné, Karim Dridi com Khamsa, Claire Simon com Ça Brûle, Serge Bozon com La France e Philippe Ramos com Capitaine Achab ; e “Continuações”, com obras de envergadura de cineastas activos e reconhecidos há muitos anos como Alain Cavalier, Benoît Jacquot ou Jacques Doillon.

 

Como exemplo, o filme-anúncio de La Faute à Voltaire, o único já exibido na Cinemateca
 

 

   Ou embarcar numa viagem ao Norte para assistir ao Curtas, o 19º Festival Internacional de Cinema de Vila do Conde a decorrer de 9 a 17 de Julho. A oferta é extensa (ver em http://www.curtas.pt ), inclui sessões retrospectivas de dois autores

indispensáveis da história da contaminação entre imagem e música  (o tema deste Festival) Bruce Conner e Jem Cohen e alguns filmes-concerto ilustrativos (The Legendary Tigerman e Rita Redshoes musicam Estrada de Palha de Rodrigo Areias, há dois concertos baseados em filmes de Pierre Clémenti, um dos Gala Drop, outro de Arto Lindsay, e por fim os Beatbombers musicam filmes científicos de Jean Painlevé e Percy Smith). Além do núcleo exibicional constituído por 34 curtas-metragens seleccionadas de entre mais de 2.000 filmes enviados, há ainda uma retrospectiva integral da obra do cineasta político romeno Corneliu Porumboiu e outra do actor/realizador de cinema experimental Pierre Clémenti.

 

 

 

No sector das artes plásticas

 

 

   Aqui sugerimos , de entre alguma oferta de valor diverso, uma exposição prestes a encerrar e outra recentemente inaugurada.

 

   De Luis Campos (artista mas também médico no HSFX) vai fechar portas a 17 de Julho, na  Sala Cinzeiro 8 do Museu da Electricidade, a exposição Vestígios - Memórias da antiga carpintaria da Central Tejo (comissariada por João Pinharanda), um conjunto vasto de fotografias  (complementado por dois filmes que acentuam a dimensão terminal do espaço e dos seus actores) em que o seu autor foi convidado pela Fundação EDP a registar a memória da carpintaria que agora será demolida para dar lugar a um centro cultural.

   "Naquele lugar falavam homens, cheirava a óleo e a sabão, rangiam materiais, cheirava a ferro batido, a suor, cheirava a madeira cortada, chiavam e batiam máquinas e martelos, zuniam correntes de ar, as serras magoavam os operários, batia a chuva nas vidraças voltadas a norte. Agora há um manto de pó sobre tudo isso e um manto de silêncio sobre as fotografias que registaram a queda lenta desse pó – imagens que servem para nos recordar a inevitabilidade da morte" - é como descrevem visitantes favoravelmente impressionados com esta mostra.

 

                          

 

   A Fundação Carmona e Costa apresenta (até 30 de Outubro), no seu espaço de arte contemporânea, uma exposição antológica de desenho de Pedro Cabrita Reis intitulada The whispering paper e alguns textos a propósito, para a qual foram seleccionados  390 desenhos do seu arquivo pessoal os quais, na sua maioria, nunca foram apresentados anteriormente, correspondendo a cerca de 4 décadas da sua obra. Diz o catálogo : Recusando uma metodologia cronológica, porque nem o trabalho, nem a vida, são uma única linha, o Artista propõe-nos esta exposição como um “cabinet d’amateur”, onde poderemos experimentar múltiplos confrontos entre desenhos de natureza formal e conceptual extremamente diversificada, que materializam um percurso complexo e desafiante nesta trajectória desde a actualidade até ao seu período de juventude”. 

  

 

 

 

 

 

Caros leitores, estas são, por ora, as sugestões possíveis. Oportunamente darei sequência a estas notas ainda durante o período estival.  Até lá !

publicado por ruideoliveira às 10:01
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