Segunda-feira, 4 de Julho de 2011

Conclusões da Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira - por Julio Marques Mota

Homenagem ao povo americano

Enquanto o governo português , como um qualquer  um outro da União Europeia continua o  seu  jogo de mentiras para esconder que a crise é da sua inteira responsabilidade colectivamente, acrescente-se ,  e o caso da reestruturação voluntária e informal, da dívida soberana  é disso um perfeito exemplo, enquanto  desta forma ficam por punir os responsáveis da crise  criada,  e   prova é que continuam a ir aos nossos bolsos para  o nosso pão ao  bancos estar a entregar, enquanto desta forma nos continuam a vida a estragar e aos bolsos legalmente a ir roubar, enquanto não são capazes de nos dar uma prova científica que a política actualmente seguida é a via capaz de empregos para os nossos jovens no futuro lhes serem capazes de dar ,  enquanto tudo, saudamos o dia da independência americana de uma forma muito especial:                                     

 

Acima fomos relembrando um famoso jantar que a História da Americana tem vindo a moldar,  publicando um artigo sobre a crise  vista como um roubo generalizado a que os nossos governos democraticamente eleitos tem vindo a sancionar, como uma espécie  de  Robin dos Bosques ao contrário, e sobretudo a este dia  nos  associamos com o iniciarmos hoje a publicação de longos excertos da Conclusões da Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira, comissão a que podemos chamar de Comissão Pecora II, na linha  de artigos publicados pelo  New York Times.

 

Daqui relembramos duas pequenas frases do texto abaixo:

 

- Parafraseando Shakespeare, a culpa não está nas estrelas, mas sim em nós.
- Este relatório esforça-se por  expor os factos, por identificar as responsabilidades, por desvendar  mitos  e para nos ajudar a entender como é que a crise poderia ter sido evitada. É uma tentativa de registar a história, não de a reescrever, nem de permitir que esta seja reescrita.
- Que mais se poderia esperar nesta auto-estrada  onde não havia limites nem de velocidade e onde nem havia as  linhas de demarcação estavam nitidamente pintadas

E é tudo, por este dia 4 de Julho, dia da Independência da nação  americana.

Coimbra, 2 de Julho de 2011  
Júlio Marques Mota

Documento 1.

 

Documento 2. A história  de um jantar.

 

3. Em separado. Texto pequeno.

Conclusões da Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira

A Comissão de Inquérito  sobre a Crise Financeira foi criada  para examinar a crise financeira   e económica que assola o nosso país e para explicar as suas causas ao  povo americano. Estamos conscientes da importância da nossa função , dado o prejuízo económico que a América sofreu na sequência   da maior  crise financeira  desde a Grande Depressão.

A nossa tarefa foi primeiro  determinar o que aconteceu e como aconteceu para que pudéssemos compreender porque é que  isso aconteceu. Aqui apresentamos as nossas conclusões. Nós encorajamos o povo americano a juntar-se  a nós para  fazer as suas próprias avaliações com base nos factos, nas evidências reunidas com o nosso trabalho. Se não aprendermos  com a história, é então pouco provável que se recupere  totalmente desta crise. Alguns em Wall Street e em Washington, com uma participação e uma responsabilidade  no status quo podem ser tentados a apagar da memória os acontecimentos desta crise, ou a sugerirem  que ninguém a poderia ter previsto ou impedido. Este relatório esforça-se por  expor os factos, por identificar as responsabilidades, por desvendar mitos  e para nos ajudar a entender como é que a crise poderia ter sido evitada. É uma tentativa de registar a história, não para a reescrever, nem permitir que esta seja reescrita.

Para ajudar os nossos concidadãos a entender melhor esta crise e as  suas causas, também apresentamos algumas   conclusões especiais v no final dos  capítulos das Partes III, IV e V deste relatório.

O tema deste relatório é  de grandes  consequências  para esta nação. Os acontecimentos  profundos de 2007 e 2008 não foram nem solavancos na estrada, nem uma descida  acentuada  nos ciclos financeiros e de  negócios que temos vindo a compreender num sistema económico assente no  mercado livre. Esta foi uma  fundamental  disfunção - uma grande turbulência financeira, se assim quisermos entender,  que causou enormes estragos nas comunidades e nas terras de todo o nosso  país.

Quando este  relatório for  para a impressão, haverá mais de 26 milhões de americanos que estão sem trabalho, que não podem encontrar  trabalho a tempo inteiro  ou que podem mesmo  ter desistido de procurar trabalho. Cerca de quatro milhões de famílias perderam as suas casas devido à execução das hipotecas   e outros quatro milhões e meio estão agora sujeitos eles também  aos  processo de execução hipotecária ou estão seriamente  com os seus pagamentos em atraso nas suas  hipotecas . Quase US $ 11 milhões de milhões  de  riqueza das famílias desapareceu, evaporou-se, as poupanças dos reformados  e as economias de toda uma vida que assim foram varridas. Empresas, grandes e pequenas, têm sentido os efeitos  de uma profunda recessão. Há muita raiva sobre tudo o que aconteceu, e justificadamente  é assim. Muitas pessoas que respeitaram todas as regras encontram-se agora sem  trabalho e cheios de incerteza  sobre as suas perspectivas     relativamente  ao seu futuro.  

 

Os danos colaterais desta crise têm sido as pessoas reais e as comunidades reais. Os impactos desta crise são susceptíveis de serem sentidos por toda uma geração. E a nação não encontra  facilmente nenhum caminho para renovar a sua capacidade  económica.

Como tantos americanos, começámos o nosso trabalho  com os nossos próprios pontos de vista e com algum conhecimento preliminar sobre como o mais forte sistema financeiro mundial chegou à beira do colapso. Mesmo na altura em que fomos nomeados para este painel independente, muito já havia sido escrito e dito sobre a crise. No entanto, todos nós temos sido profundamente afectados pelo  que aprendemos no decorrer  da nossa investigação. Nós ficámos  várias vezes fascinados, espantados  e até mesmo chocados com o que vimos, com o que ouvimos, com o que   lemos

 

. O nosso trabalho foi para nós  uma jornada de revelação.

 

Muita atenção tem sido   dada ao longo dos últimos dois anos às  decisões do governo federal em  prestar forte assistência financeira para estabilizar o sistema financeiro e resgatar as grandes instituições financeiras que foram consideradas sistemicamente muito importantes para as deixar falir. Essas decisões e as emoções profundas em torno delas  serão debatidas ao longo de  muito tempo, no futuro. Mas a nossa missão era a de perguntar e responder a esta questão  central: como é que isto  aconteceu  de tal modo que, em 2008, a nossa nação foi obrigada  a escolher entre duas alternativas, ou o violento  e doloroso  risco  do colapso total do nosso sistema financeiro e da economia ou então  injectar  milhões de milhões de dólares dos contribuintes para o sistema financeiro e para uma série de empresas, com milhões de americanos ainda a perderam  os seus empregos, as suas economias, e as suas casas?

Neste relatório, detalhamos   os eventos da crise. Mas um resumo de síntese, como estamos agora a publicar, no início do relatório é extremamente útil. Enquanto as vulnerabilidades que criaram  o potencial para a crise  foram feitas ao longo de anos , foi o colapso da bolha imobiliária, alimentada por baixas taxas de juros, pelo crédito fácil e disponível, pela  regulação escassa  e oelas hipotecas tóxicas,  que foi   a faísca que fez disparar  uma série de eventos,  que conduziram  a uma crise de grandes proporções no Outono de 2008. Milhões de milhões de dólares em hipotecas de grande risco tornaram-se parte integrante de todo o nosso sistema financeiro , com as referidas hipotecas a serem  empacotadas, reembaladas e ligadas a activos que  eram, por sua vez,  vendidos  a investidores em todo o mundo. Quando a bolha estourou, centenas de milhares de milhões de dólares em perdas em hipotecas e nos  activos que a estas estavam ligados abalaram  os mercados, bem como instituições financeiras  que tinha exposições significativas sobre  essas hipotecas e que tinha contraído emprestado  de forma maciça na base destes activos. Isso aconteceu não apenas nos Estados Unidos mas em todo o mundo. As perdas foram ampliadas através dos  derivados, tais como títulos sintéticos.

A crise alcançou proporções sísmicas em Setembro de 2008 com a falência do Lehman Brothers e com o colapso iminente da empresa  gigante dos seguros americana, a  AIG . O pânico espalhou-se devido a uma falta  de transparência nas contas  das principais  instituições financeiras, juntamente com um emaranhado de interconexões entre as instituições consideradas "demasiado grandes para  as poder deixar falir", fez com que o mercado de crédito se  redimensionasse  e disso se aproveitasse . No campo comercial sofre-se de  uma estaagnação forte .O mercado de acções afundou-se. A economia mergulhou numa profunda recessão.

 O sistema financeiro  que analisámos  tem pouca semelhança com o sistema financeiros da geração dos nossos pais. As mudanças nas últimas só três últimas  décadas têm sido notáveis. Os mercados financeiros  tornaram-se cada vez mais globalizados. A tecnologia transformou a eficiência, a velocidade e a complexidade dos instrumentos financeiros e das transacções. Existe um maior acesso e um menor custo de financiamento do que nunca. E o próprio sector financeiro tornou-se uma força muito mais dominante na  nossa economia.

De 1978 a 2007, o montante da dívida trabalhada  pelo sector financeiro passou de 3  milhões de milhões de  dólares para US $ 36 milhões de milhões , mais do que dobrando relativamente  ao produto interno bruto. A própria natureza de muitas empresas de Wall Street mudou - de parcerias público-privadas relativamente seguras  para  empresas de capital negociadas em bolsa , assumindo cada vez mais, maiores e mais diversificados  tipos  de risco. Em 2005, os 10 maiores bancos comerciais dos EUA detinham   55%  dos activos do sector, mais do dobro do nível realizado em 1990. Na véspera da crise em 2006, os lucros do sector financeiro  constituíam   cerca de  27% de todos os lucros empresariais  nos Estados Unidos, contra 15%  em 1980.  Compreender esta transformação tem sido fundamental para a análise da Comissão.

Agora, passamos a apresentar os  nossos principais resultados  e conclusões   e tudo o que afirmamos é baseado  em factos contidos neste relatório: são publicados  com a esperança de que estas lições possam  ser aprendidas para ajudar a evitar uma catástrofe futura.

• Concluímos que esta crise  financeira  era evitável.

 

A crise foi o resultado da acção humana e da  inacção, não é o resultado da Mãe Natureza ou dos modelos de computador  que estariam errados. Os capitães das finanças e os administradores públicos  do nosso sistema financeiro ignoraram  os avisos e falharam em questionar, entender e gerir  os riscos que estavam a evoluir dentro de um sistema essencial para o bem-estar do povo  americano.  Os seus comportamentos foram um grande erro , não um tropeção.   Enquanto o ciclo de negócios não pode ser modificado , uma crise desta magnitude não necessitaria de se  ter ocorrido. Parafraseando Shakespeare, a culpa não está nas estrelas, mas sim em nós.

Apesar do ponto de vista expresso por  muita gente em  Wall Street e em Washington de que a crise não poderia ter sido prevista nem  evitada,  havia claros sinais de alerta. A tragédia foi  a de que estes sinais  foram ignorados ou foram minimizados.  Houve uma explosão na concessão de empréstimos subprime de grande risco e na sua titularização ,  houve um aumento insustentável nos preços da habitação, houve vários relatórios e testemunhos  de monumentais práticas generalizadas de empréstimo predadores, houve o aumento dramático na dívida hipotecária sobre  habitações  e houve  um crescimento exponencial nas  actividades financeiras  das empresas comerciais, houve um aumento de produtos financeiros de derivados que não são não regulamentados, e houve a utilização intensiva do mercado "repo",  mercados de empréstimos a curto prazo com colaterais,  entre muitas outras bandeiras vermelhas, bandeiras de alarme.  No entanto, houve uma permissividade generalizada; a acção que foi tomada para conter as ameaças em tempo útil  foi praticamente de pouco ou nenhum significado .

O principal exemplo é a falha fundamental do Federal Reserve, o banco central americano,  para conter a vaga  de hipotecas tóxicas, em que poderia ter  criado  um  conjunto de regras definindo o  que seria uma prudente concessão de empréstimos hipotecários. A Reserva Federal era  a única entidade habilitada a fazê-lo mas isso não  foi feito . O registo de nossa análise está   cheio de  sinais  de outras falhas: as instituições   financeiras  fizeram, compraram  e venderam  títulos hipotecários que nunca analisaram,  que nunca se incomodaram em analisar,  ou sabiam que não prestavam; as empresas dependiam de dezenas de milhares de milhões de dólares de empréstimos que  diariamente tinham que ser renovados, colateralizados  por títulos assentes por seu lado, em créditos hipotecários de alto risco  e as grandes empresas e  os investidores cegamente  confiaram e contavam com as agências de rating de crédito como sendo os árbitros de risco. Que mais se poderia esperar nesta auto-estrada  onde não havia limites nem de velocidade e onde nem havia as  linhas de demarcação estavam nitidamente pintadas?  

publicado por Luis Moreira às 18:00

editado por João Machado em 03/07/2011 às 19:34
link | favorito

.Páginas

Página inicial
Editorial

.Carta aberta de Júlio Marques Mota aos líderes parlamentares

Carta aberta

.Dia de Lisboa - 24 horas inteiramente dedicadas à cidade de Lisboa

Dia de Lisboa

.Contacte-nos

estrolabio(at)gmail.com

.últ. comentários

Transcrevi este artigo n'A Viagem dos Argonautas, ...
Sou natural duma aldeia muito perto de sta Maria d...
tudo treta...nem cristovao,nem europeu nenhum desc...
Boa tarde Marcos CruzQuantos números foram editado...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Eles são um conjunto sofisticado e irrestrito de h...
Esse grupo de gurus cibernéticos ajudou minha famí...

.Livros


sugestão: revista arqa #84/85

.arquivos

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

.links