Sexta-feira, 1 de Julho de 2011

O quebra-cabeças grego semeia a confusão no mercado opaco dos CDS, estes seguros contra o risco de incumprimento por Marie de Verges e Marc Roche

enviado por Julio Marques Mota

 

Introdução

 

Na sequência do  texto anterior onde um dos maiores críticos mundiais dos instrumentos financeiros  chamados CDS.  Satyajit Das,  nos fala da incompetência  das autoridades europeias, aqui temos uma demonstração mais do clara, claríssima, dessa mesma incompetência, com um texto simples sobre CDS.  A crise sob os seus aspectos financeiros rebenta com a falência do Lehman Brothers , é aí diremos que a bolha especulativa explode mas curiosamente a União Europeia foi incapaz, por incompetência, por maldade,  de regular fosse o que fosse dos instrumentos que à crise nos levaram.                                                                                                                                                                                         

 

Os CDS, um dos elementos chaves desse processo, armas de  destruição maciça como os classificou Warren Buffet, e que à falência o primeiro segurador mundial levaram, a AIG,  assim continuaram a ser fortemente utilizados contra a dívida soberana na Europa , a descoberto e a não descoberto e agora…toda a gente tem medo do que eles possam revelar  pelo que a palavra Default é  proibida nas Instâncias Europeias para que não se vislumbre   a incompetência de quem aos destinos da Europa preside e que dá pelo nome de Durão Barroso, futuro doutorado Honnoris causa de uma Universidade low-cost portuguesa.                                                                                                                                                   

 

E tudo isto a fazer lembrar uma tragédia, a de Default da dívida russa onde se inventaram estratagemas e onde se gastaram milhões   para se questionar se um não pagamento era um não pagamento! Afinal, a definição jurídica do  que  pode ser um acontecimento de crédito! Daí que só se possa falar na Europa  em reestruturação voluntária e informal, para que assim não haja nenhuma declaração passível de activar os CDS! É esta a transparência a que os nossos dirigentes nos estão a habituar!

 

Como se diz no texto de Satyajit Das, um terrível acontecimento é um drama , dois acidentes são uma negligência e esta, dizemos nós,  pode ser ou não ser criminosa.A Europa está agora ela ao nível dos comportamentos que derivavam das bebedeiras de Boris Eltsine, apetece-me perguntar?

 

Um texto pois sobre CDS aqui vos deixo à vossa atenção.

 

Coimbra, 29 de Junho de 2011

 

Júlio Marques Mota

 

O quebra-cabeças grego semeia a confusão no mercado opaco dos CDS, estes seguros contra o risco de incumprimento

 

Acusados de ser a arma favorita dos especuladores , os CDS  impuseram-se  como um dos símbolos da crise grega: os CDS, ou Crédito Default Swaps, estes são  produtos financeiros complexos que permitem proteger-se contra o risco de falência de um Estado. Agindo como contratos de seguro que garantem ao credor que será reembolsado ainda que o seu devedor entre em falência , os CDS são hoje uma carga de complicações para os  meios financeiros.

 

Na altura  em que os líderes europeus se encontram  em Bruxelas, na quinta-feira 23 e Sexta-feira 24 de Junho, para tentar salvar in extremis  a Grécia da falência, uma pergunta se coloca : as instituições financeiras que venderam os CDS vão ter que  pagar? “Sempre se pode  jogar com as palavras , mas a realidade, é que a Grécia não pode reembolsar as suas dívidas ", diz de modo decido um banqueiro da praça .

 

Em teoria, tudo leva a crer  que  o país não  escapará a ser sujeito a “uma reestruturação”, assimilada pelas agências de notação a uma situação de incumprimento. O que, tecnicamente, deveria provocar a liquidação dos CDS . Na prática, o problema  é claramente mais complicado. Como o notam  os peritos, há incumprimento e incumprimento. Como se deve então  interpretar uma participação voluntária dos credores privados no salvamento da Grécia? A resposta não é  nada clara.

 

Para os líderes da zona euro, é necessário custe o que custar evitar que o mercado conclua que se -se  deu, como se diz em gíria financeira, um “acontecimento de crédito ",     que levaria de imediato a que se fizesse  o pagamento dos famosos CDS. Tal procedimento encarnaria concretamente a falência de Atenas. “E ninguém tem realmente desejo que se  recompense quem andou a jogar  contra a Grécia ", acrescenta Jean-François Robin, estratega no banco Natixis. Destinados na  origem a proteger um investidor contra uma situação de incumprimento , os CDS tornaram-se para certos agentes  um meio eficaz para ganhar muito dinheiro.

 

O princípio? Quanto mais elevado é  o risco de falência, mais o seguro é caro. A acreditar nas autoridades europeias, os especuladores teriam  comprado maciçamente estes produtos para aumentar os receios, as apreensões. Actualmente, custa 2 milhões de euros por ano a um investidor se este  deseja segurar uma carteira de 10 milhões de euros de dívida grega. Do nunca visto!

 

Os responsáveis da zona euro temem também que um desencadeamento dos CDS seja o veículo de um contágio da crise ao sector privado. Sobre este mercado escuro, impossível de saber precisamente quem são os compradores, os vendedores, e o montante dos seus compromissos.
Renovação de volatilidade

 

“Ninguém no mundo sabe quem detém os CDS, quem deveria pagar e o quê  no caso de um acontecimento de crédito na Grécia  ", alertou, na quarta-feira, a  chanceler  alemã, Angela Merkel. Aquando da crise financeira de 2008, estes contratos tinham desempenhado um papel determinante  na falência do ex-número um mundial dos seguros, o americano AIG, grande  emissor de CDS.

 

Mas certos actores do sector preocupam-se com o andar dos  acontecimentos. “ Os CDS são utilizados como uma protecção ", sublinha Gary Jenkins, responsável do mercado das obrigações  junto do corrector londrino Evolução Securities. Qual será a sua credibilidade se os bancos decidirem não pagar, apesar da incapacidade manifesta da Grécia em honrar as suas dívidas? Jenkins avisa  contra um aumento  de volatilidade nos mercados: “Os investidores em dívida soberana incapazes de se proteger  poderiam exigir garantias suplementares, o que aumentaria o custo de empréstimo de certos Estados. “

 

No  momento, a organização ISDA (Internacional Swaps and Derivatives  Association), a organização profissional que supervisiona este mercado, parece ir no sentido das capitais europeias. Em meados de Junho, considerou que uma participação voluntária dos credores não constituiria um “acontecimento de crédito  ". Mas, em última circunstância , a decisão de pagar ou não caberá ao seu  Determination Committee, uma discreta comissão composta de uma dezena de bancos.

 

Marie de Verges e Marc Roche, Le casse-tête grec sème la confusion sur le marché opaque des CDS, ces assurances contre le risque de défaut, Le Monde

 


publicado por Luis Moreira às 20:00
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1 comentário:
De Augusta Clara a 1 de Julho de 2011
Estes textos deixaram-me bem esclarecida sobre quem anda confuso, quem não percebe o que se passa dentro do Inferno em que o mundo aterrou: todos. Se a própria chanceler Merkel, se ela própria o diz...Mas não são absolutamente todos. Somos todos menos os tais que ninguém sabe quem são, os verdadeiros diabos cujas fortunas querem que mantenhamos, ainda que à custa da falência de países. Quem são eles? É a pergunta que se me impõe e faço questão de manter activa na minha cabeça. E não queremos saber? Então, nunca poderemos fazer nada. Mas e aqueles que sabemos quem são: os dirigentes europeus, por exemplo. Não é possível castigá-los? Pareço infantil? De certo. Quem sabe se com as perguntas pertinentes dos mais infantis de todos - as crianças -, conseguiriamos saber como começar a agir.

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