Adão Cruz A malagueta nasce verde verde como o limão olham-se verde no verde ela cora e ele não.
Um empalidece outra faz-se rubor há qualquer coisa de astuto qualquer coisa de comum entre os dois e o amor.
A malagueta abre-se à cor em carne viva ardendo da penetração quente do sol da carícia de febre luz vibrada e tacto de seda.
Não fenece enquanto à sua volta tudo morre e envelhece.
O limão nem mole nem duro sumo de virilidade sumo de alegria denso de seiva sabor amargo ou doce ao sabor dos descuidos da verdade e da melancolia.
A malagueta não é séria nem puta é luta de vida numa vida de luta
madura de ilusões lábios maduros palpando as vozes e as palavras
na ponta da língua.
O limão não sofre de amores nem de esplendores nem de ignorância presunçosa jogo de toda a moda da vida imbecil.
Se o encontro se dá solta-se o sangue em torno dos ideais nos rútilos prados da malagueta amada malagueta mulher orvalhada pequenina e nua
capricho de um ventre fecundo na cintilação da madrugada como se a vida fosse um desejo de amarga doçura decúbito de sílabas erguidas ao som da música entre espaços de côncavo silêncio cristal e solidão.
Dilatada angústia pernoitada na eterna penetração de fulgor da malagueta desabrochada ao paladar da última gota do livre limão.
(ilust. Adão Cruz)
UÔ, estou estarrecida, estupefata, atónita... que belo poema... e lanço um desafio... um tema para um poema... a minha combinação preferida... maçã e canela. Heheheheheh!
Valha-me Deus! Isto não são poemas para se porem aqui em público, isto faz mal. E, agora, como é que eu trabalho no Evento?
E este quadro também foi para Espanha ou ficou por aí esquecido, meu limão de amargura?
É, pá, não puxem por mim...
Maçã e canela? É já! Assim me sobre o engenho e arte.
Vês, Luís, aí está a tua oportunidade :)Faz um esforço que o engenho há-de vir. Conheces aquela coisa que move montanhas...
Falando em montanhas, por acaso sou uma águia real...:-)(desasada, mas sou!)
Não me diga... e eu ainda não a vi aí pelos nossos céus?? Como pode ser possível? :-))
Pois, o infortúnio é esse ! E desasado ando longe dos céus. Mas sou real e águia...:-)
De adao cruz a 11 de Novembro de 2010
Este quadro foi comprado em tempos por uma colega minha, ginecologista"
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