(texto enviado e traduzido por Júlio Marques Mota)
Dívida grega: a União Europeia e o FMI querem esmagar a resistência dos povos indignados
A União Europeia e o FMI puseram o cutelo sobre o pescoço do Parlamento grego : devem votar urgentemente o terceiro plano de austeridade e de privatizações de um ano, mais draconiano ainda que os precedentes, ou então cortar-se-ão os víveres à Grécia que assim deixará de poder pagar aos seus funcionários.
A mensagem é clara: a finança europeia não tem nenhuma intenção de ceder face aos movimentos sociais que se desenvolvem na Europa do Sul e que estão na origem das manifestações espectaculares deste fim de semana na Espanha e na Grécia. Os governos grego, espanhol ou português são intimados a esmagar sob uma austeridade implacável as suas populações que contra estas politicas se indignam. É necessário fazer da Grécia um exemplo para dissuadir os outros países de levantarem a cabeça.
Cada um sabe no entanto que a dívida pública da Grécia é insustentável: todos os observadores, e mesmo os economistas dos bancos, o reconhecem e o afirmam. As políticas de austeridade colocam a Grécia - mas também a Espanha, a Irlanda e Portugal… - face a uma crise social dramática sem lhes estar a oferecer nenhuma perspectiva de estabilização económica. Os sucessivos cortes orçamentais não permitem de modo nenhum reduzir o défice, porque mais as despesas públicas se reduzem mais as receitas se reduzem-se elas também devido ao agravamento da recessão.
É por isso que “as elites” européias estão divididas. O governo alemão é pressionado por uma opinião pública que não compreende porque só os contribuintes europeus são solicitados a pagar. Esta quer que os credores privados da Grécia - geralmente os bancos europeus - assumam uma parte do custo. Um tal reescalonamento parcial da dívida não procuraria poupar o povo grego; mas antes teria a função de tornar “ duradoura” a cura de austeridade que lhe é imposta, evitando um desmoronamento a curto prazo.
Mas, sob as ordens de Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu e de John Lipsky, o Director Geral adjunto do FMI, a União Europeia vetou este modesto empurrão proposto por Berlim. Lipsky repreendeu os dirigentes alemães, tratando como “criancices improdutivas ” as discussões em redor de uma contribuição do sector privado. Nicolas Sarkozy apoiou sem condições a linha dura do BCE e do FMI que consiste em impôr imediatamente uma prova de força contra os movimentos de resistência. Esta escolha, se for confirmada, empurraria a Grécia para a situação de incumprrimento e tornaria inevitável uma grande crise bancária e financeira a curto prazo. Cegueira dogmática ou bluff cínico? Trata-se talvez e sobretudo de uma verdadeira declaração de guerra feita pela finança ao Estado social na Europa, onde a Grécia é o primeiro elo da cadeia.
Perante esta declaração de guerra, os movimentos sociais europeus devem organizar uma mobilização geral em apoio ao povo grego. Para além da solidariedade internacional, trata-se de uma causa imediatamente comum: a derrota do povo grego tornaria mais difícil a resistência espanhola e abriria o caminho à generalização dos planos de hyper-austeridade que quer impôr o pacto para o Euro e, destes, os seus principais instrumentos serão votados ma quinta-feira no Parlamento Europeu.
Attac France, com a rede Attac da Europa com quem se reuniu na Grécia a 18 e 19 de Junho, exprime o seu apoio e a sua solidariedade com os movimentos sociais e os cidadãos indignados da Europa. Com eles, Attac exige a criação de mecanismos de auditoria do cidadão sobre as dívidas públicas, que mostrará o carácter ilegítimo de uma larga parte destas dívidas e abrirá o caminho à sua denúncia. As populações não têm que pagar a falência da finança. Attac France organiza esta quinta-feira em Paris uma reunião pública com representantes dos partidos políticos de esquerda presentes no Parlamento Europeu, para denunciar o pacto para o Euro e debater as alternativas para a hiper-austeridade e a ditadura da finança.
Attac França,
Paris , 21 de Junho de 2011
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