Afinal o artigo do Pedro Pezarat Correia acabou por ser publicado pelo "Diário de Notícias", logo no dia seguinte à sua não aceitação.
Fica assim claro que não houve censura, nem, quero acreditar, qualquer das atitudes sobre as quais me interroguei ontem.
Como foi esclarecido pelos responsáveis do DN, tudo se ficou a dever a um conjunto de mal entendidos, a uma deficiente comunicação, no seio do próprio jornal, que levaram à decisão de que o artigo em causa não justificava a sua publicação.
Manifesto, por tudo isso, a minha satisfação pela publicação do artigo e felicito a direcção do "Diário de Notícias", pela atitude assumida e pela celeridade com que actuou (isto, embora considere que aquilo a que o jornal chama de equívocos que ontem circularam na internet, e a que se diz completamente alheio, tenha influenciado decisivamente a alteração da decisão). Quero continuar a acreditar que o DN se manterá como um elemento importante para que em Portugal exista liberdade de expressão, resistindo-se, o melhor possível, às enormes pressões que os diversos poderes, nomeadamente o económico e o político, exercem sobre os agentes e os órgãos da comunicação social.
Publicado o artigo, importa realçar o seu conteúdo, onde Pezarat Correia demonstra inequivocamente como e porquê Paulo Portas não deveria ser ministro da República.
Mas, num País de onde a ética desapareceu, levando consigo a capacidade de os responsáveis se envergonharem, um mínimo que seja, num País onde a corrupção campeia, num País onde não há qualquer responsabilização, criminal ou política, dos actores políticos, por maiores que sejam as arbitriaridades e os desmandos cometidos, que poderíamos nós esperar?
Porque não nos conformamos, porque teimamos em continuar a luta por um Portugal mais livre, mais democrático, mais justo e solidário, não desistimos.
Em 25 de Abril de 1974, assumimos responsabilidades, perante as portuguesas e os portugueses.
Por mais desilusões, por mais traições que apareçam, por maiores que pareçam as dificuldades, não desistimos. Estamos convictos que a maioria das portuguesas e dos portugueses comungam dos nossos ideais, estão connosco. Precisamos de os convencer a não ficarem em casa, a não abdicarem dos seus ideais, a lutarem pelos seus valores, pelos seus interesses!
Porque contamos que conseguiremos, contem connosco!
Vasco Lourenço
6. Informamos que o gen Pezarat vai estar hoje na TV 24, às 22.00, para falar sobre o conteúdo do seu artigo.
Cordiais saudações
Vasco Lourenço
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