Quarta-feira, 15 de Junho de 2011

Como Paulo Portas Ajudou a Afundar o País. O Fundo dos Submarinos e o Contrato Fantasma - Carlos Tomás (jornalista)

As suspeitas de graves irregularidades no negócio de aquisição dos dois submarinos celebrado entre o Estado português e a “German Sumarine Consortium” motivou a “visita”, em 2009, das autoridades às sedes das sociedades de advogados Vieira de Almeida e Sévulo & Associados tendo sido constituídos vários arguidos e apreendidos mais de um milhar de documentos, quer em papel, quer em suporte informático, que, mais de dois anos depois, ainda nem sequer foram devidamente analisados pelo Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), soube o NOTÍCIAS SEM CENSURA.
 
Apesar das minunciosas buscas feitas até hoje em vários escritórios de advogados e em muitos outros locais que participaram nas negociações entre o Estado português e o consórcio alemão os investigadores não conseguiram atingir, até hoje, o verdadeiro alvo: o contrato de aquisição das duas unidades destinadas a reforçar a Armada portuguesa que, pura e simplesmente, se “EVAPOROU”. O juiz Carlos Alexandre, do Tribunal de Instrução Criminal prolongou recentemente o segredo de justiça deste caso para mais dois anos, devido à sua especial complexidade.
 
As investigações ao negócio dos submarinos que muito ajudou ao afundamento da nossa economia, tiveram início em Julho de 2006, tendo na sua origem uma certidão retirada do processo “Portucale”, onde se dava conta ao Ministério Público da identificação de uma conta bancária na Suiça e pela qual terão passado quase 30 milhões de euros pagos pela vencedora do concurso à Escom, uma empresa do Grupo Espírito Santo.
 
A lista de nomes dos envolvidos neste nebuloso negócio é longa. Entre as figuras que poderão ter influído nos contratos, seu conteúdo e sua forma, entre o Governo de Lisboa e o consórcio germânico encontra-se Paulo Portas, ministro da Defesa aquando da sua negociação e assinatura, bem como os homens de confiança que nomeou para o grupo de trabalho que o assessorou no programa de aquisição dos submarinos e que são: coronel Fernando Serafino (director-geral do Armamento e Equipamentos de Defesa, coordenador do grupo de trabalho), contra-almirante Luís Caravana (da Direcção de Navios da Marinha, responsável pela parte operacional, técnica e logística); Pedro Brandão Rodrigues (presidente da Comissão das Contrapartidas, hoje deputado do CDS), Bernardo Carnall (secretário-geral do Ministério da Defesa, para a área financeira) e Bernardo Ayala (advogado, na altura da Sérvulo Correia e Associados, o escritório que apoiou juridicamente o ministério). Este é, até à data, o único arguido no processo 56/06, ainda em investigação. Gil Corrêa Figueira, representante da Ferrostaal em Portugal e Jürgen Adolff, ex-cônsul honorário de Portugal em Munique, cargo que acumulava com o de consultor do consórcio alemão, também farão, entre outros, parte do rol.
 
As autoridades portuguesas estão em crer que na documentação apreendida recentemente pela polícia alemã em buscas à sede da Ferrostaal, possa estar a chave para o enigma em torno do paradeiro dos tais cerca de 30 milhões de euros pagos, segundo os investigadores germânicos, pelo German Submarine Consortium (GSC, representado pela Ferrostaal) à ESCOM (empresa que até ao início deste ano pertencia ao Grupo Espírito Santo), com a qual subscreveu acordos de prestação de serviços em 1996, 1998 e 2003. O último pagamento conhecido foi registado a 1 de Julho de 2008.
 
Os investigadores conseguiram seguir o rasto desse dinheiro até offshores nas Bahamas e nas Ilhas Cayman (Caraíbas), onde o perderam. A suspeita é a de que parte desse dinheiro possa ter sido usada para influenciar a escolha do consórcio fornecedor dos submarinos, sendo que a investigação aponta para uma coincidência de datas (em 2004) entre avultados pagamentos da Ferrostaal à ESCOM e depósitos em numerário, num valor superior a 1 milhão de euros numa conta titulada pelo CDS, partido liderado por Paulo Portas, ministro da Defesa na época.
 
Aquando da aquisição das unidades navais a NATO alertou que a compra de submarinos era desnecessária e que os milhões em causa deveriam ser investidos por todos os ramos militares. Apesar do conselho, o então ministro da Defesa, Paulo Portas, actual líder do CDS/PP e prestes a formar Governo com o PSD, terá dado o seu aval à compra dos dois submarinos U-214. Acresce que já este mês Portugal perdeu o Comando NATO que funcionava em Oeiras. 
 
A MEMÓRIA DA MAIORIA DOS PORTUGUESES PODE SER CURTA. MAS NÃO A DE TODOS. SE O PAÍS ESTÁ COMO ESTÁ MUITO SE DEVE A ESTE SENHOR! A QUESTÃO AGORA É: O QUE VAMOS FAZER PARA RECUPERAR OS MILHÕES QUE FORAM DESNECESSARIAMENTE INVESTIDOS NOS SUBMARINOS ? ESCUSADO SERÁ DIZER QUE NUM PAÍS A SÉRIO E ONDE HOUVESSE ÉTICA E BOM SENSO, PAULO PORTAS, QUE AINDA E ESTRANHAMENTE NEM SEQUER FOI OUVIDO PELAS AUTORIDADES NESTE PROCESSO EM QUE É CLARAMENTE SUSPEITO, JAMAIS PODERIA CONCORRER A ELEIÇÕES E SER ELEITO DEPUTADO. MAS POR CÁ TUDO É POSSÍVEL… E É COM GENTE COMO ESTA QUE SE FORMA GOVERNO EM PORTUGAL. QUE CREDIBILIDADE PODE TER ESTE GOVERNO PPD-PSD / CDS-PP ? 
VOLTANDO À VACA FRIA: ONDE PÁRA O RAIO DO CONTRATO ?

Se não existisse a Wikileaks do Julien Assange, que publicaram vários telegramas enviados pelas representações diplomáticas americanas, não teríamos conhecido a opinião do Embaixador Americano em Lisboa, que considerou na época que o governo português, apesar das dificuldades financeiras do Estado, gosta de gastar dinheiro com "brinquedos caros" e desnecessários. Posso dar uma pista do paradeiro do contrato :http://aeiou.expresso.pt/cds-portas-confirma-ter-tirado-copias-de-documentos-mas-nega-que-fossem-questoes-reservadas=f164052 . Os investigadores tiveram acesso a estas 60.000 fotocópias de documentos do Ministério da Defesa que Paulo Portas tirou ao deixar de ser Ministro? E será este procedimento normal e legal ?

 

publicado por Augusta Clara às 13:00
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3 comentários:
De Luis Moreira a 15 de Junho de 2011
E na Alemanha há pelo menos duas grandes empresas já acusadas e com julgamento marcado. É preciso saber a que título a ESCOM facturou 30 milhões nada sabendo de submarinos.
De Inês Aguiar a 16 de Junho de 2011
A minha memória não é curta e gostei muito ler o vosso artigo. Paulo Portas representa tudo o que me repugna no ser humano e gostava de entender como pode ele passear-se novamente pelos corredores do poder quando
ajudou a afundar o nosso país?
Gostava que alguém me explicasse como se eu fosse muito
"burra", sem ofensa para os burros.
Continuem pf.
De António Gomes Marques a 16 de Junho de 2011
Ora aqui está uma boa matéria para falar de Paulo Portas, aqui se apontam boas razões que deveriam impedir que ele pudesse voltar a ser membro de um Governo.
Isto também me faz lembrar o comportamento da imprensa portuguesa, nomeadamente do Expresso. Aquando do caso Freeport , este jornal fez várias primeiras páginas sempre falando de José Sócrates (segundo um amigo meu, foram 23 as 1.ªs págs.). Pergunto: quantas primeiras páginas fez o Expresso com este caso dos submarinos e Paulo Portas? E quantas primeiras páginas fez com a história das acções do BPN negociadas pelo actual Presidente da República?

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