Gritar é para nós o mais distante mito,
e nos nossos peitos o ódio plantou um raio,
flor que em segredo cresce – o velho grito
- espera para desabrochar um dealbar de maio.
No silêncio antigo da cela que habitamos,
escondemos essa voz que o chacal devora.
Sem espaço para o grito, baixinho ciciamos
apelos á liberdade que demora.
No cárcere, com desespero, escrevemos
a palavra liberdade na parede parda
e nessas quatro sílabas renascemos
ainda que no seu fogo a nossa alma arda
(nas nossas veias exangues concebemos
um poema, uma bomba e uma espingarda).
(A Voz e o Sangue, 1ª edição, 1967)
. Ligações
. A Mesa pola Normalización Lingüística
. Biblioteca do IES Xoán Montes
. encyclo
. cnrtl dictionnaires modernes
. Le Monde
. sullarte
. Jornal de Letras, Artes e Ideias
. Ricardo Carvalho Calero - Página web comemorações do centenário
. Portal de cultura contemporânea africana
. rae
. treccani
. unesco
. Resistir
. BLOGUES
. Aventar
. DÁ FALA
. hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
. ProfBlog
. Sararau