Oh estúpido, isto é a desigualdade
Aos visitantes de estrolábrio sugiro a releitura do texto de Farrel sobre os 1% mais ricos nos Estados Unidos e publicado pelo WSJ e sugiro igualmente um olhar atento para os quadros que se seguem a este texto.
Depois do texto de Farrel sobre o comportamento dos 1% mais ricos dos Estados Unidos , recebemos a compilação de alguns dados da economia americana feita por organismos oficiais dos Estados Unidos.
O texto de Farrel pode, para o cidadão médio português que anda a pagar e bem por uma crise para a qual não contribuiu em nada e da qual não vê nenhuma saída, pode dar um certo “ar” de muito à esquerda e merecedor de algum descrédito. Ao pensarem assim, lembro que o texto é publicado pelo Wall Street Journal e que eu saiba por aí e pela natureza que lhe é bem própria, a esquerda anda bem arredada. Deixemos cair então essa hipótese “de ar de muito esquerda”. Significa então que uma certa burguesia bem esclarecida americana percebe claramente que o modelo neoliberal em vigor pode levar a nação americana para convulsões sociais de efeitos políticos muito complicados. o que por aqui ninguém fala.
Aliás, na velha Inglaterra, posição semelhante tem Martin Wolf, a figura de proa do Financial Times, a bíblia da City, e a City, sublinhe-se, é o maior paraíso fiscal do mundo. Entretanto, por cá, a desigualdade gerada pelas políticas actuais é coisa que nem a Comissão Europeia, nem o Banco Central Europeu, nem o FMI, nem nenhum dos governos nacionais quer ver em discussão porque cada um deles afinal só pensa é na sua eleição.
As estatísticas acima referidas, recebidas poucos dias da publicação pelo estrolábio do texto de Farrel, ilustram à evidência e diríamos mesmo, milimetricamente, o artigo em questão pelo que decidimos voltar agora a publicar o referido artigo com os gráficos que elucidam a situação americana quanto às desigualdades sociais, quanto às desigualdades de rendimento.
Alias ainda hoje , os dados comunicados pelo Boston Consulting Group sobre a evolução da riqueza sob gestão à escala dos países, das regiões, do mundo, diz-nos o seguinte: impulsionado pelo crescimento em quase todas as regiões, a riqueza global continuou uma sólida recuperação em 2010, com um aumento de 8,0 por cento, ou seja de 9 milhões de milhões de dólares , para um recorde de 121.8 milhões de milhões de dólares
Esse nível foi cerca de 20 milhões acima do valor alcançado apenas dois anos antes durante o aprofundamento da crise financeira, segundo um novo estudo de Boston Consulting Group (BCG).
A América do Norte teve o maior ganho absoluto de um mercado regional quanto ao aumento de riqueza em activos sob gestão (Assets under management-AUM), em $ 3,6 milhões de milhões e a segunda maior taxa de crescimento, cerca de 10,2 por cento.
A crise portanto para os outros, para os países periféricos e para os contribuintes menos favorecidos de um lado e do outro do planeta, na Europa como nos Estados Unidos e estes são pura e simplesmente a maioria dos trabalhadores. O silêncio é de ouro, enquanto as fortunas vão crescendo na razão directa em que cresce igualmente a pobreza. Tudo isto dá que pensar!
Júlio Mota
Coimbra, 1 de Junho de 2011.
PS: continua amanhã e depois de amanhã à mesma hora
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